Pedro d’Anunciação –
Sol, opinião
Há por aí umas
pessoas que querem a unidade da esquerda. E acham que a melhor maneira de a
atingir é desmultiplicarem a esquerda em múltiplos partidos.
O Bloco poderia vir
ocupar um espaço, mas deu-lhe para se manter na adolescência da politica, muito
critico e pouco aberto a pôr a mão na massa com os outros. Dos outros, o PCP
prefere coligar-se com a direita, para arrasar o PS. E o PS tem andado muitas vezes
por mãos pouco recomendáveis (vou só dizer 2 nomes: Sócrates e Vara),
embrenhado numa luta de alas irreconciliáveis, e mais deslumbrado com o poder à
direita do que à esquerda. Pior: deixa-se arrastar para politicas fracturantes,
tradicionalmente de direita, para esconder a falta de empenho nas políticas
sociais, tradicionalmente de esquerda.
Resultado: há quem
ache que a melhor maneira de promover a unidade da esquerda é dividi-la mais em
partidos: cá temos portanto o Partido Livre, do Tavares, e o 3-D, do Daniel
Oliveira. Cheira mais a ambições pessoais do que a programas ideológicos ou
plataformas de unidade (cada vez mais difícil). A esquerda é um saco com cada
vez maior número de gatos. E as suas figuras principais (tirando talvez no PS e
no PCP) parecem aspirar apenas ao estatuto de gato dentro do saco.
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