O líder parlamentar
do PCP voltou hoje a condenar o que chama de manobras de "propaganda"
por parte do Governo, dizendo que o vice-primeiro-ministro Paulo Portas só não
cora "porque para corar é preciso que haja vergonha".
"Em alguns
casos, o Governo atreve-se mesmo a tentar vender a cura depois de ter criado a
doença. Depois do saque fiscal com que esmagou os rendimentos do trabalho nos
últimos anos, o anúncio de uma descida de impostos lá para 2015 só não faz
corar Paulo Portas porque para corar é preciso que haja vergonha", afirmou
João Oliveira no encerramento das jornadas parlamentares conjuntas com os
eurodeputados, em Setúbal.
Segundo o deputado
comunista, "o ano de 2013 voltou a ser de recessão, com uma quebra no PIB
de 1,4%, e, em três anos, a recessão acumulada atinge já os 5,8%, com cerca de
9.440 milhões de euros de riqueza destruída".
"O Governo
responde aos problemas do país com propaganda, sabendo que os anúncios de
recuperação económica não compensam a economia destruída nos últimos três anos,
sabendo que a manipulação das estatísticas não trava as falências, o desemprego
ou a emigração, mas sabendo também que só com muita propaganda pode tentar
evitar os estragos eleitorais que se anunciam", disse ainda.
O PCP considera
igualmente que "o Governo anuncia a saída da 'troika' como se lhe nunca
tivesse aberto a porta e sempre se tivesse batido com as suas intenções".
"Passos e
Portas preparam-se para assinalar o dia 17 de maio como o último dia de todos
os males do país, mas vão tratando de pôr em letra de lei todas as malfeitorias
com que atingiram os trabalhadores e o povo, incluindo as novas regras que a 'troika'
exigiu para facilitar os despedimentos", afirmou João Oliveira.
Lusa, em Diário de
Notícias
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