quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

República Centro Africana regista catástrofe de "proporções indescritíveis" – Guterres

 


O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, afirmou hoje ter testemunhado "uma catástrofe humanitária de proporções indescritíveis" na República Centro Africana (RCA).
 
Num comunicado divulgado na página na Internet do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Guterres assinala que ocorreram "assassínios indiscriminados e massacres" e que "continua a limpeza étnico-religiosa", enquanto "dezenas de milhares estão a fugir do país e muitos estão cercados e sem ter para onde ir".
 
"Apenas em Bangui (a capital da RCA), milhares de pessoas estão em guetos em condições graves", alertou o alto comissário da ONU, considerando "imperativo restabelecer a segurança, a lei e a ordem" no país.
 
Para tal, Guterres exorta a comunidade internacional a aumentar o mais depressa possível o número de militares no terreno.
 
A missão da União Africana na RCA, a Misca, conta com cerca de 5.500 homens, que são apoiados pelos 1.600 militares franceses da operação Sangaris.
 
O responsável da ONU apela igualmente a todos os envolvidos para, com o apoio dos líderes religiosos, apostarem no diálogo e na reconciliação.
 
Declarando-se "profundamente perturbado" por quase meio milhão de centro-africanos terem integrado o número de deslocados desde dezembro, António Guterres alertou que as agências da ONU e as organizações não-governamentais "enfrentam um subfinanciamento dramático" e pediu mais atenção internacional para a crise no país.
 
A RCA mergulhou no caos desde que em março de 2013 a coligação Séléka, de maioria muçulmana, derrubou o governo do país maioritariamente cristão, desencadeando uma espiral de violência sectária, que já causou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados.
 
Lusa, em Notícias ao Minuto
 

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