quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sem a ajuda de Timor-Leste, não teria havido recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau

 


Bissau, 18 fev (Lusa) - O diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) da Guiné-Bissau, Cristiano Na-Bitan, afirmou hoje que sem a ajuda de Timor-Leste não seria possível realizar o recenseamento eleitoral.
 
Timor-Leste acabou por ser "um padrinho" do país, acrescentou.
 
O responsável guineense fez hoje um balanço do processo de recenseamento eleitoral, que decorreu de 01 de dezembro a 08 de fevereiro (mais dois dias na diáspora), apoiado financeira e tecnicamente por Timor-Leste.
 
O diretor-geral do GTAPE anunciou ainda a abertura do período de reclamações, durante 15 dias, para pessoas cujos nomes não constam nas listas de eleitores.
 
De acordo com Cristiano Na-Bitan, sem a ajuda de Timor-Leste, a Guiné-Bissau teria dificuldades até hoje para iniciar o recenseamento eleitoral.
 
"Para se fazer um processo como este era preciso ter um padrinho. A Guiné-Bissau não tinha e Timor-Leste decidiu assumir esse papel. O processo eleitoral arrancou com o recenseamento que acabou por ser um êxito total", afirmou.
 
Além de dinheiro, Timor-Leste disponibilizou "kits" (conjunto de equipamento informático) para o registo de eleitores, viaturas e mantêm em Bissau uma missão permanente de acompanhamento do processo eleitoral, coordenada pelo secretário de Estado da descentralização administrativa, Tomás Barbosa.
 
Números ainda por confirmar através de cruzamento de dados apontam para o registo de 776 mil eleitores, facto que o diretor-geral do GTAPE considera de "extraordinário".
 
"Nenhum guineense podia imaginar que podíamos atingir o número de potenciais eleitores que alcançámos. Tudo isso podemos dizer que foi graças ao apoio de Timor-Leste e da CEDEAO", disse Na-Bitan.
 
O diretor-geral do GTAPE entende que a Guiné-Bissau devia homenagear "com diploma de mérito" Timor-Leste e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pelos apoios prestados.
 
A Guiné-Bissau tem eleições gerais marcadas para 16 de março, mas o escrutínio deve ser adiado devido a atrasos no recenseamento eleitoral.
 
As eleições vão acabar com o período de transição que se seguiu ao golpe de Estado de abril de 2012.
 
MB // VM - Lusa, em Sapo TL - foto gentilmente cedida por Filomena Henrique
 

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