Bissau, 18 fev
(Lusa) - O diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral
(GTAPE) da Guiné-Bissau, Cristiano Na-Bitan, afirmou hoje que sem a ajuda de
Timor-Leste não seria possível realizar o recenseamento eleitoral.
Timor-Leste acabou
por ser "um padrinho" do país, acrescentou.
O responsável
guineense fez hoje um balanço do processo de recenseamento eleitoral, que
decorreu de 01 de dezembro a 08 de fevereiro (mais dois dias na diáspora),
apoiado financeira e tecnicamente por Timor-Leste.
O diretor-geral do
GTAPE anunciou ainda a abertura do período de reclamações, durante 15 dias,
para pessoas cujos nomes não constam nas listas de eleitores.
De acordo com Cristiano
Na-Bitan, sem a ajuda de Timor-Leste, a Guiné-Bissau teria dificuldades até
hoje para iniciar o recenseamento eleitoral.
"Para se fazer
um processo como este era preciso ter um padrinho. A Guiné-Bissau não tinha e
Timor-Leste decidiu assumir esse papel. O processo eleitoral arrancou com o
recenseamento que acabou por ser um êxito total", afirmou.
Além de dinheiro,
Timor-Leste disponibilizou "kits" (conjunto de equipamento
informático) para o registo de eleitores, viaturas e mantêm em Bissau uma
missão permanente de acompanhamento do processo eleitoral, coordenada pelo
secretário de Estado da descentralização administrativa, Tomás Barbosa.
Números ainda por
confirmar através de cruzamento de dados apontam para o registo de 776 mil
eleitores, facto que o diretor-geral do GTAPE considera de
"extraordinário".
"Nenhum
guineense podia imaginar que podíamos atingir o número de potenciais eleitores
que alcançámos. Tudo isso podemos dizer que foi graças ao apoio de Timor-Leste
e da CEDEAO", disse Na-Bitan.
O diretor-geral do
GTAPE entende que a Guiné-Bissau devia homenagear "com diploma de
mérito" Timor-Leste e a Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) pelos apoios prestados.
A Guiné-Bissau tem
eleições gerais marcadas para 16 de março, mas o escrutínio deve ser adiado
devido a atrasos no recenseamento eleitoral.
As eleições vão
acabar com o período de transição que se seguiu ao golpe de Estado de abril de
2012.
MB // VM - Lusa, em Sapo TL - foto gentilmente cedida por Filomena Henrique
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