Matola, Moçambique,
28 fev (Lusa) - O secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, pediu a sua
demissão "por estar a ser vilipendiado nalguns órgãos de comunicação
social", anunciou hoje o porta-voz do partido no poder em Moçambique.
Segundo Damião
José, a demissão foi apresentada durante os trabalhos do Comité Central da
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), reunido desde quinta-feira e até
domingo, na Matola, e na qual o partido vai nomear o seu candidato às
presidenciais de 15 de outubro.
"Neste momento
a direção do partido está a analisar o pedido de renúncia e ainda não tomou
nenhuma decisão. Caso se tome em consideração este pedido, poderemos ter, no
decurso desta sessão, um novo secretário-geral e um novo secretariado",
adiantou Damião José.
Segundo o
porta-voz, Paúnde entende que o seu nome tem sido difamado em órgãos de
comunicação social, facto que, disse, poderá estar a afetar o partido.
Paúde, um quadro da
confiança do Presidente da República e líder do partido, Armando Guebuza, estava
a ser muito contestado internamente após ter assumido que só poderia haver três
pré-candidatos às presidenciais, ou seja, os nomes propostos pela comissão
política ao comité central: o primeiro-ministro, Alberto Vaquina, e os
ministros da Agricultura, José Pacheco, e da Defesa, Filipe Nyusi.
No entanto, setores
fortes do partido, como o ex-Presidente Joaquim Chissano e os antigos
combatentes, contestaram a limitação e, hoje, o porta-voz da Frelimo certificou
a existência de mais duas candidaturas, a dos ex-primeiros-ministros Luísa
Diogo e Aires Aly.
No entanto, Damião
José não confirmou a entrada da candidatura de Eduardo Mulémbwe,
ex-procurador-Geral da República e ex-presidente da Assembleia da República,
dado pela imprensa como o sexto candidato a candidato da Frelimo a Presidente
da República.
Na última semana, o
Expressomoz, um pequeno jornal de Maputo, associou Filipe Paúnde a um esquema
de venda de licenças de importação de veículos, atribuídas com isenção de
impostos à Frelimo, mas, alegadamente usadas para fins pessoais.
Paúnde anunciou que
irá processar o jornal, que não citava qualquer fonte para sustentar a sua
notícia.
LAS // VM - Lusa
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