segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

UNICEF PEDE AJUDA PARA MILHÕES - MAIS DE 500 MIL SÃO ANGOLANOS



Folha 8 – 22 fevereiro 2014

Unicef lan­çou agora um apelo de emergência de 2,2 mil milhões de dólares, o maior de sempre, para aju­dar 85 milhões de pessoas, entre as quais 59 milhões de crianças, em 50 países, entre os quais Angola para o qual são pedidos seis milhões de dólares, meta­de dos quais se destinam ao sector da água, higiene e saneamento. Este ape­lo para o nosso país visa alcançar 517.800 pessoas, entre as quais 421 mil crian­ças, em 2014.

O montante inédito previs­to no Apelo Humanitário para as Crianças em 2014 deve-se “ao número de si­tuações de emergência em larga escala e de grande complexidade que conti­nuam a causar deslocações massivas de populações e a pôr em risco a vida e o bem-estar de milhões de crianças”, escreve a Unicef num comunicado enviado à Imprensa.

A maior percentagem des­te montante (28%) destina­-se a fornecer água, higiene e saneamento a 23 milhões de crianças e outros 20% a alimentar 2,7 milhões de crianças que sofrem de malnutrição aguda severa.

Cerca de 40% do total pedi­do pela Unicef, 835 milhões de dólares, são destinados à Síria e àquela sub-região, onde a Unicef quer prestar assistência vital, nomea­damente em “imunização, água e saneamento, edu­cação e protecção”, mas também para promover competências em matéria de coesão social e de refor­ço da paz.

Citado no comunicado, o director de Programas de Emergência do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Ted Chaiban, conta que aca­ba de regressar do Sudão do Sul, “onde o mais re­cente conflito de grandes proporções está a pôr em causa a vida de milhões de crianças inocentes”.

“Mais de 400 mil crianças e as suas famílias foram des­locadas devido ao conflito e mais de 3,2 milhões de pessoas precisam de assis­tência humanitária”, exem­plifica Ted Chaiban, subli­nhando que as crianças do Sudão do Sul se juntam a “milhões de outras crian­ças afectadas pelos confli­tos na República Centro­-Africana e na Síria”.

Apesar de estes serem os casos que actualmen­te centram mais atenções mediáticas, “há muitas outras situações críticas para as quais também é necessário financiamento imediato e ajuda humani­tária urgente”, acrescenta o mesmo responsável, citan­do os casos do Afeganistão, da Colômbia, da República Democrática do Congo, da Birmânia, da Somália, ou do Iémen.

Entre os 50 países para os quais a Unicef pede um montante específico está Angola, para o qual são pedidos seis milhões de dólares, metade dos quais se destinam ao sector da água, higiene e saneamen­to, “devido à crítica falta de água”.

Este apelo para Angola visa alcançar 517.800 pessoas, entre as quais 421 mil crian­ças, em 2014.

“As crianças são sempre o grupo mais vulnerável em emergências, correndo riscos elevados de violên­cia, exploração, doença e negligência,” afirmou Ted Chaiban.

No relatório que acompa­nha o apelo humanitário deste ano, a Unicef faz o balanço do trabalho rea­lizado em 2013, referindo que, nesse ano, 24,5 mi­lhões de crianças foram vacinadas contra o saram­po, perto de 20 milhões de pessoas passaram a ter acesso a água potável, 2,7 milhões de crianças obti­veram acesso a uma edu­cação de melhor qualidade, 1,9 milhões de crianças re­ceberam tratamento para a malnutrição aguda severa e 935.000 beneficiaram de apoio psicológico.

No entanto, sublinha a or­ganização, devido ao dé­fice de financiamento em países como a Eritreia, o Lesoto ou Madagáscar, bem como às restrições ao acesso humanitário, à inse­gurança e a um ambiente em que as intervenções são difíceis, muitas das necessidades ficaram por satisfazer.

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