Folha 8 – 22 fevereiro
2014
Unicef lançou
agora um apelo de emergência de 2,2 mil milhões de dólares, o maior de sempre,
para ajudar 85 milhões de pessoas, entre as quais 59 milhões de crianças, em
50 países, entre os quais Angola para o qual são pedidos seis milhões de
dólares, metade dos quais se destinam ao sector da água, higiene e saneamento.
Este apelo para o nosso país visa alcançar 517.800 pessoas, entre as quais 421
mil crianças, em 2014.
O montante inédito
previsto no Apelo Humanitário para as Crianças em 2014 deve-se “ao número de
situações de emergência em larga escala e de grande complexidade que continuam
a causar deslocações massivas de populações e a pôr em risco a vida e o
bem-estar de milhões de crianças”, escreve a Unicef num comunicado enviado à
Imprensa.
A maior percentagem
deste montante (28%) destina-se a fornecer água, higiene e saneamento a 23
milhões de crianças e outros 20% a alimentar 2,7 milhões de crianças que sofrem
de malnutrição aguda severa.
Cerca de 40% do
total pedido pela Unicef, 835 milhões de dólares, são destinados à Síria e
àquela sub-região, onde a Unicef quer prestar assistência vital, nomeadamente
em “imunização, água e saneamento, educação e protecção”, mas também para
promover competências em matéria de coesão social e de reforço da paz.
Citado no
comunicado, o director de Programas de Emergência do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF), Ted Chaiban, conta que acaba de regressar do Sudão
do Sul, “onde o mais recente conflito de grandes proporções está a pôr em causa
a vida de milhões de crianças inocentes”.
“Mais de 400 mil
crianças e as suas famílias foram deslocadas devido ao conflito e mais de 3,2
milhões de pessoas precisam de assistência humanitária”, exemplifica Ted
Chaiban, sublinhando que as crianças do Sudão do Sul se juntam a “milhões de
outras crianças afectadas pelos conflitos na República Centro-Africana e na
Síria”.
Apesar de estes
serem os casos que actualmente centram mais atenções mediáticas, “há muitas
outras situações críticas para as quais também é necessário financiamento
imediato e ajuda humanitária urgente”, acrescenta o mesmo responsável, citando
os casos do Afeganistão, da Colômbia, da República Democrática do Congo, da
Birmânia, da Somália, ou do Iémen.
Entre os 50 países
para os quais a Unicef pede um montante específico está Angola, para o qual são
pedidos seis milhões de dólares, metade dos quais se destinam ao sector da
água, higiene e saneamento, “devido à crítica falta de água”.
Este apelo para
Angola visa alcançar 517.800 pessoas, entre as quais 421 mil crianças, em
2014.
“As crianças são
sempre o grupo mais vulnerável em emergências, correndo riscos elevados de
violência, exploração, doença e negligência,” afirmou Ted Chaiban.
No relatório que
acompanha o apelo humanitário deste ano, a Unicef faz o balanço do trabalho
realizado em 2013, referindo que, nesse ano, 24,5 milhões de crianças foram
vacinadas contra o sarampo, perto de 20 milhões de pessoas passaram a ter
acesso a água potável, 2,7 milhões de crianças obtiveram acesso a uma educação
de melhor qualidade, 1,9 milhões de crianças receberam tratamento para a
malnutrição aguda severa e 935.000 beneficiaram de apoio psicológico.
No entanto,
sublinha a organização, devido ao défice de financiamento em países como a
Eritreia, o Lesoto ou Madagáscar, bem como às restrições ao acesso humanitário,
à insegurança e a um ambiente em que as intervenções são difíceis, muitas das
necessidades ficaram por satisfazer.
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