domingo, 2 de março de 2014

Frelimo designou ministro da Defesa como candidato às presidenciais moçambicanas




O comité central da Frelimo elegeu hoje (1/3) o ministro da Defesa, Filipe Nyusi, como candidato do partido no poder em Moçambique às eleições presidenciais de 15 de outubro.

Filipe Nyussi, 56 anos, natural de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é formado em engenharia mecânica, grau obtido na antiga Checoslováquia, e tem uma licenciatura em gestão, pela Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Antigo dirigente do Ferroviário de Nampula e ex-administrador dos Caminhos de Ferro de Moçambique, Nyussi é ministro da Defesa de Moçambique desde 2010.

O candidato da Frelimo é oriundo de uma família de antigos combatentes e pertence à influente etnia maconde, apoiante da primeira hora da guerrilha da Frelimo contra o colonialismo português e que deu vários generais ao partido.

Para já um dos seus próximos desafios parece ser o de fixar uma ortografia para o seu apelido, que, nos documentos e nos jornais, varia entre Nyusi e Nyussi.

Na corrida estavam cinco candidatos: o atual primeiro-ministro, Alberto Vaquina, os ministros da Defesa, Filipe Nyusi, e da Agricultura, José Pacheco, e os antigos primeiros-ministros Aires Aly (2010-2012) e Luísa Diogo (2004-2010).

O vencedor foi encontrado numa segunda votação, que disputou contra Luísa Diogo, depois de, na primeira, não se ter registado uma maioria absoluta.

Na segunda volta, Nyusi teve 68% votos, contra 31% de Luísa Diogo, de um total de 200 votantes.

O anúncio foi feito por volta das 24:00 (22:00 em Lisboa)

Durante o dia, perante os membros do comité central da Frelimo, todos os candidatos defenderam, em intervenções de 10 minutos, o seu programa como chefe de Estado, que, no regime presidencialista de Moçambique, é responsável pela formação do governo e preside aos conselhos de ministros.

A Frelimo, partido que governa Moçambique desde a independência, em 1975, venceu todas as anteriores eleições, realizadas desse a introdução do multipartidarismo no país, em 1994.

Joaquim Chissano, em 1994 e 1999, e Armando Guebuza, em 2004 e 2009, foram os dois líderes do partido eleitos democraticamente para a Ponta Vermelha, cada um para dois mandatos.

Antes, no regime de partido único, Samora Machel e Joaquim Chissano foram nomeados pela Frelimo para a Presidência do país.

O atual chefe de Estado e líder da Frelimo, Armando Emílio Guebuza, está constitucionalmente impedido de concorrer a um terceiro mandato na Presidência da República moçambicana.

No entanto, Guebuza continuará a liderar o partido, situação que, no caso da vitória do candidato da Frelimo, o coloca numa posição de superioridade sobre o futuro Presidente da República.

Nyusi deverá ter como adversários o histórico presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, e o líder do MDM, Daviz Simango, que já anunciou a intenção de se candidatar à Ponta Vermelha.

LAS // MSP – Lusa – foto André Catueira

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