O comité central da
Frelimo elegeu hoje (1/3) o ministro da Defesa, Filipe Nyusi, como candidato do
partido no poder em Moçambique às eleições presidenciais de 15 de outubro.
Filipe Nyussi, 56
anos, natural de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é formado em engenharia
mecânica, grau obtido na antiga Checoslováquia, e tem uma licenciatura em
gestão, pela Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Antigo dirigente do
Ferroviário de Nampula e ex-administrador dos Caminhos de Ferro de Moçambique,
Nyussi é ministro da Defesa de Moçambique desde 2010.
O candidato da
Frelimo é oriundo de uma família de antigos combatentes e pertence à influente
etnia maconde, apoiante da primeira hora da guerrilha da Frelimo contra o
colonialismo português e que deu vários generais ao partido.
Para já um dos seus
próximos desafios parece ser o de fixar uma ortografia para o seu apelido, que,
nos documentos e nos jornais, varia entre Nyusi e Nyussi.
Na corrida estavam
cinco candidatos: o atual primeiro-ministro, Alberto Vaquina, os ministros da
Defesa, Filipe Nyusi, e da Agricultura, José Pacheco, e os antigos
primeiros-ministros Aires Aly (2010-2012) e Luísa Diogo (2004-2010).
O vencedor foi
encontrado numa segunda votação, que disputou contra Luísa Diogo, depois de, na
primeira, não se ter registado uma maioria absoluta.
Na segunda volta,
Nyusi teve 68% votos, contra 31% de Luísa Diogo, de um total de 200 votantes.
O anúncio foi feito
por volta das 24:00 (22:00 em Lisboa)
Durante o dia,
perante os membros do comité central da Frelimo, todos os candidatos
defenderam, em intervenções de 10 minutos, o seu programa como chefe de Estado,
que, no regime presidencialista de Moçambique, é responsável pela formação do
governo e preside aos conselhos de ministros.
A Frelimo, partido
que governa Moçambique desde a independência, em 1975, venceu todas as
anteriores eleições, realizadas desse a introdução do multipartidarismo no
país, em 1994.
Joaquim Chissano,
em 1994 e 1999, e Armando Guebuza, em 2004 e 2009, foram os dois líderes do
partido eleitos democraticamente para a Ponta Vermelha, cada um para dois
mandatos.
Antes, no regime de
partido único, Samora Machel e Joaquim Chissano foram nomeados pela Frelimo
para a Presidência do país.
O atual chefe de
Estado e líder da Frelimo, Armando Emílio Guebuza, está constitucionalmente
impedido de concorrer a um terceiro mandato na Presidência da República
moçambicana.
No entanto, Guebuza
continuará a liderar o partido, situação que, no caso da vitória do candidato
da Frelimo, o coloca numa posição de superioridade sobre o futuro Presidente da
República.
Nyusi deverá ter
como adversários o histórico presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, e o líder
do MDM, Daviz Simango, que já anunciou a intenção de se candidatar à Ponta
Vermelha.
LAS // MSP – Lusa –
foto André Catueira
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