O antigo Presidente
da República, Mário Soares, dedica esta terça-feira parte do artigo de opinião
que assina semanalmente no Diário de Notícias a uma análise ao manifesto dos
70, e, sobretudo, à reação que o mesmo desencadeou junto do Executivo e do chefe
de Estado. O histórico socialista aproveita ainda para reiterar o repto:
“Demitam-se! Está na hora, está na hora de o Governo ir embora!”.
Reportando-se
manifesto subscrito por 70 personalidades das mais variadas franjas sociais e
que defende a reestruturação da dívida pública, Mário Soares refere que o
documento encerra “um objetivo altamente patriótico que tem a ver com um melhor
futuro para o nosso país”.
Como tal, condena,
no artigo que assina hoje no Diário de Notícias, “a reação sem qualquer
sentido”, que o manifesto suscitou junto do Governo, acusando o Executivo de
Pedro Passos Coelho de estar “obcecado” e de ter ficado “furioso”, tendo
veiculado essa mensagem de “forma muito irresponsável”.
No entender do
antigo Presidente da República, esta atitude justifica-se à luz do facto de o
Governo estar “completamente paralisado, sem critério”. “Só obedece à troika,
sem ter qualquer ideia do interesse nacional sobretudo para o futuro”.
E o atual chefe de
Estado, que decidiu exonerar dois consultores que subscreveram o manifesto,
também não escapa às farpas de Soares. “Que história e que falta de espírito
democrático e de respeito pelos direitos humanos, tanto do Governo como do
Presidente da República”, que “uma vez mais procederam da mesma forma, como
irmãos siameses do mesmo projeto”, acusa o histórico socialista.
“O povo não pode
ouvir mais – nem ver – este Governo inepto e sem vergonha e o Presidente,
porque ambos estão a concorrer para a desgraça de Portugal, o empobrecimento da
classe média e impondo cada vez mais impostos e cortes inaceitáveis nas
pensões”, salienta Soares.
E, volta à carga, o
Executivo de Passos e Cavaco “são meros irmãos siameses que quando as coisas
azedarem serão os primeiros a fugir…”.
Para o
ex-chefe de Estado, “a Direita já deu o que tinha a dar”, e, recorrendo a um cântico
deveras popular nas manifestações de que o país tem vindo a ser palco,
concretiza: “Demitam-se! Está na hora, está na hora, de o Governo ir embora!”.
Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário