Díli, 01 mar (Lusa)
- A Timor Gap está a consultar os seus parceiros da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) para fazerem um consórcio para exploração
"onshore" em Timor-Leste, revelou hoje o presidente da empresa
petrolífera timorense, Francisco Monteiro.
"A ideia é a
criação de um consórcio das empresas nacionais dos Estados-membros da CPLP e à
Timor Gap foi delegado a coordenação deste processo e conseguimos já fazer
alguns contactos", disse Francisco Monteiro.
A criação de um
consórcio de exploração petrolífera com as empresas estatais de hidrocarbonetos
da CPLP tinha já sido defendida pelo primeiro-ministro timorense, Xanana
Gusmão, e apoiada pelo Presidente do país, Taur Matan Ruak.
Segundo Francisco
Monteiro, o objetivo é "mobilizar esforços conjuntos dos Estados-membros
para exploração petrolífera na zona terrestre de Timor-Leste",
principalmente na costa sul.
Questionado pela
agência Lusa sobre os contactos já efetuados, Francisco Monteiro disse que já
esteve em Portugal, em 2013, a falar com a Galp Energia e autoridades
portuguesas e que em fevereiro passado falou com Moçambique e São Tomé e
Príncipe.
"Em Moçambique
falámos com o ministro dos Recursos Naturais, com a Empresa Nacional de
Hidrocarbonetos e com o Instituto Nacional do Petróleo, em São Tomé e Príncipe
com a Agência Nacional do Petróleo e autoridades", disse.
"Todos eles
estão interessados na iniciativa. Consideraram uma iniciativa nobre, que também
reforça os laços entre os membros e que permite uma evolução para o nível das relações
económicas", acrescentou.
Em relação ao
Brasil, a Cabo Verde e a Angola, Francisco Monteiro disse que Cabo Verde
"já manifestou vontade" e que aguarda resposta de Angola.
"O Brasil,
através da Petrobras, já manifestou que neste momento a empresa não está em
condições para participar neste consórcio devido às necessidades internas.
Compreendemos que a prioridade do Brasil esteja nos seus recursos
internos", disse Francisco Monteiro.
O objetivo de
Timor-Leste é que o consórcio seja concretizado durante a presidência timorense
da CPLP.
Timor-Leste assume
pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e
de Governo, que se deverá realizar em Díli entre 20 e 25 de julho, segundo o
governo timorense.
A Timor Gap está a
trabalhar no projeto em conjunto com a Autoridade Nacional do Petróleo
timorense.
Criada em 2011, a
Timor GAP atua em nome do Estado timorense na condução de negócios no setor
petrolífero e do gás, incluindo a realização de atividades em terra e no mar,
no âmbito nacional e internacional.
A empresa
petrolífera timorense assinou o seu primeiro contrato de partilha em abril de
2013 com a ENI e a INPEX para explorar a Área de Desenvolvimento Petrolífero
Conjunto, localizada a 240 quilómetros a sul de Díli e a 500 quilómetros a
noroeste de Darwin.
Na parceria, a
Timor Gap detém 24 por cento.
MSE / SO - Lusa
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