Em entrevista ao
Diário de Notícias o filósofo português José Gil diz não acreditar que a Europa
consiga encontrar um rumo que permita a real hegemonia entre os seus membros e
defende que a forma como a Alemanha e a França estão a impor a sua supremacia
acabará por destruir a Europa.
Pouco crente na
existência da União Europeia, devido à falta de unidade dos seus membros, o
filósofo José Gil afirma, em entrevista ao Diário de Notícias, que a “União
Europeia acabará por destruir a Europa”.
Lembrando que foi
“uma série de afinidades entre os países europeus” que levou ao “desejo de
formar uma união que desembocaria numa união europeia”, José Gil revela que não
se pode chamar ao que se está a passar na Europa de desunião porque esta “não é
hostil nem agressiva”, mas que denota uma “supremacia de uns elementos sobre
outros e a ausência de uma política internacional comum”.
Assim, defende que
a forma como esta Europa se construiu foi errada e afirma não acreditar que
possa tomar um rumo diferente. “O rumo vai ser sempre o mesmo: o culminar de um
Estado político unitário europeu”.
Um alegado
crescimento da extrema-direita e da extrema-esquerda poderia ser uma solução
mas “existe pouca reação”. Em Portugal, sobretudo, não existe uma
“extrema-direita com expressão”, nem terreno propício para que o popularismo
apareça”.
Assim, o filósofo,
que condena a forma arrogante como os países do norte olham para os países do
sul, asssegura que a Alemanha e a França “convergem para assegurar uma
hegemonia que é intolerável e que vai destruir a Europa”.
Notícias ao Minuto
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