Angola
está pronta para retomar todos os itens da cooperação com a Guiné-Bissau e
admite analisar uma nova participação no processo de reforma das forças de
segurança guineenses, caso o país venha a fazer esse pedido.
Angola
teve uma missão de apoio ao processo de reforma das Forças Armadas da
Guiné-Bissau, a MISSANG, estacionada no país, mas foi expulsa do território
guineense pouco tempo depois o golpe de Estado militar de abril de 2012.
Os
últimos militares da MISSANG deixaram Bissau em junho de 2012, pondo termo à
cooperação técnico-militar com o Governo de Luanda.
Com o fim da missão ficaram também cancelados os apoios que Angola estava a dar à Guiné-Bissau, nomeadamente na construção e remodelação de infraestruturas de defesa e segurança.
Com o fim da missão ficaram também cancelados os apoios que Angola estava a dar à Guiné-Bissau, nomeadamente na construção e remodelação de infraestruturas de defesa e segurança.
"Vamos
retomar a cooperação no geral agora, mas não gostaria de particularizar",
avançou em Bissau, João Lourenço, ministro angolano da Defesa, sem querer
destacar os ramos da cooperação a ser contemplados nesta nova etapa.
Segundo
o titular da defesa de Angola, "sobre os domínios, as partes têm de se
sentar e ver qual é o interesse mútuo". Mas de uma forma geral,
acrescentou, "a disponibilidade de Angola é total para o reatamento das
relações, que em determinada altura foram dificultadas".
Cooperação
abruptamente cortada
O Governo angolano interrompeu na altura a MISSANG, missão técnico-militar de apoio à reforma do setor de Defesa e Segurança guineense, na sequência de atritos com as Forças Armadas guineenses que resultaram no levantamento militar para reclamar a saída da MISSANG do país.
O Governo angolano interrompeu na altura a MISSANG, missão técnico-militar de apoio à reforma do setor de Defesa e Segurança guineense, na sequência de atritos com as Forças Armadas guineenses que resultaram no levantamento militar para reclamar a saída da MISSANG do país.
A
verdade é que se mantem ainda a mesma estrutura militar, mas João Lourenço fala
de uma nova era para "o país irmão a quem Angola quer muito bem".
Para
o ministro, "a Guiné-Bissau deve trilhar os caminhos que todos nós
desejamos e dos quais nunca deveria ter saído. Portanto, Angola, bem como a
comunidade a que pertencemos todos, a CPLP (Comunidade de Países de Língua
Portuguesa), estamos aqui para dizer estamos convosco, força Guiné."
Com a saída da missão de Angola da Guiné-Bissau, entraram países como a Nigéria e Timor-Leste que até agora continuam a prestar apoios ao exército e ao Governo de transição que brevemente deixará a gestão do país para a entregar ao novo Primeiro-ministro, saído das recentes eleições legislativas, Domingos Simões Pereira.
Com a saída da missão de Angola da Guiné-Bissau, entraram países como a Nigéria e Timor-Leste que até agora continuam a prestar apoios ao exército e ao Governo de transição que brevemente deixará a gestão do país para a entregar ao novo Primeiro-ministro, saído das recentes eleições legislativas, Domingos Simões Pereira.
Para
já, as instituições internacionais sediadas em Bissau não querem comentar o
assunto, alegando ser prematuro analisar um eventual regresso dos angolanos que
foram humilhados pelas forças armadas guineenses em 2012.
A
DW África sabe que o ministro angolano da Defesa teve uma longa reunião com
Domingos Simões Pereira, onde o tema central das discussões terá sido o reatar
da cooperação entre Bissau e Luanda.
Apenas
uma questão de oportunidade
Entretanto, aguarda-se para as próximas horas a composição do novo elenco governamental que será chefiado por Simões Pereira.
O novo Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, está atualmente a cumprir um dispositivo constitucional que rege a necessidade de auscultar os partidos políticos, e em função dessa auscultação avançar para o partido maioritário cuja tarefa será a formação do próximo Governo.
Entretanto, aguarda-se para as próximas horas a composição do novo elenco governamental que será chefiado por Simões Pereira.
O novo Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, está atualmente a cumprir um dispositivo constitucional que rege a necessidade de auscultar os partidos políticos, e em função dessa auscultação avançar para o partido maioritário cuja tarefa será a formação do próximo Governo.
A
este propósito, os observadores em Bissau estão otimistas quando à celeridade
de uma decisão presidencial. Na verdade, o Presidente da República tem alguma
urgência em concluir a auscultação aos partidos, na medida em que deve deixar
Bissau nas próximas horas com destino a Malabo, capital da Guiné Equatorial,
onde vai participar na cimeira da União Africana (UA) de quinta e sexta-feira
(26/27.06).
Os guineenses querem abrir uma nova era política e social no país e esquecer o passado turbulento de golpes militares e assassinatos político-militares. A palavra de ordem no quotidiano dos guineenses é a esperança numa Guiné melhor.
Os guineenses querem abrir uma nova era política e social no país e esquecer o passado turbulento de golpes militares e assassinatos político-militares. A palavra de ordem no quotidiano dos guineenses é a esperança numa Guiné melhor.
Deutsche
Welle / Autoria Braima Darame (Bissau) / Edição Nádia Issufo /
António Rocha
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