Declaração
súbita do chefe de Governo foi feita no Parlamento no meio de um debate tenso,
convocado pelo Governo para esclarecer a opinião publica nacional e
internacional sobre os motivos da "queixa crime" do líder da ADI.
São
Tomé - As eleições autárquicas e legislativas só serão marcadas em São Tomé e Príncipe
quando todos os casos dependentes da justiça que envolvem ex-dirigentes forem
resolvidos, anunciou sexta-feira o primeiro-ministro santomense, Gabriel Costa.
"Os
senhores acham que eu sou ingênuo. Os senhores querem que marquem imediatamente
a data das eleições, para que os processos pendentes nos tribunais contra
pessoas suspeitas possam ser suspensos. É claro", lembrou Gabriel Costa,
durante uma sessão parlamentar tensa, sexta-feira.
No
seu entender, esta situação é uma das supostas razões que ainda não levaram o
Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, a marcar a data das eleições.
A
declaração súbita do chefe de Governo foi feita no Parlamento no meio de um
debate tenso, convocado pelo Governo para esclarecer a opinião publica nacional
e internacional sobre os motivos da "queixa crime" do líder da ADI
(Ação Democrática Independente), Patrice Trovoada, contra atuais altos
dirigentes santomenses.
No
entanto, Gabriel Costa entende que a ação da ADI "visa essencialmente
denegrir o senhor Presidente da República, lembrando sobretudo a juventude a
imagem do passado".
Para
Levy Nazaré, líder da bancada parlamentar da oposição ADI, a explicação do
Governo justifica-se pela celeridade que os processos contra ex-dirigentes no
Governo de Patrice Trovoada (de 2010
a 2012) conheceram nos últimos dias no ministério
público.
"Introduzimos
uma queixa-crime contra o presidente do MLSTP/PSD (Jorge Amado), no ministério
publico, não se moveu nenhuma palha, enquanto a queixa-crime introduzida contra
mim pelo senhor presidente da Assembleia Nacional, Alcino Pinto, corre os seus
trâmites a uma velocidade de cruzeiro", indignou-se Nazaré,
interrogando-se: "como se explica isto?".
Ele
disse ao primeiro-ministro que "quem não deve não tem medo. Se, quando for
chamado, o senhor não tiver nada de repreensível, será absolvido".
"Queixa
crime é contra Manuel Pinto da Costa, Alcino Pinto, Gabriel Costa Oscar de
Sousa e Carlos Stock (ministro da Defesa e Ordem Pública), Roldão
Boa Morte (comandante geral da Polícia), apontou Levy Nazaré, líder da bancada
parlamentar da ADI.
De
facto, a queixa-crime apresentada a 16 de junho corrente ao Tribunal Penal
Internacional (TPI) por Patrice Trovoada, visa estas personalidades acima
referenciadas acusadas de violação dos direitos humanos, nomeadamente detenções
arbitrárias, perseguição aos dirigentes da ADI e a militantes e jornalistas.
A
petição inicial contra estes responsáveis foi submetida ao Tribunal Penal
Internacional (TPI) por Patrice Trovoada, ex-primeiro-ministro santomense
(2010-2011).
Esta
polêmica eclodiu sexta-feira no Parlamento santomense entre o primeiro-ministro
Gabriel Costa e o líber da bancada da ADI que trocaram palavras muito hostis.
África
21 - Panapress
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