O
secretário-geral da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente
(Fretilin), Mari Alkatiri, disse hoje que o primeiro-ministro timorense, Xanana
Gusmão, deverá ficar no cargo até setembro por causa da cimeira da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Eu
só sei que ele continua até agosto ou setembro a meu pedido. Achei que seria
ridículo estarmos a receber chefes de Estado e de Governo com um
primeiro-ministro com dois meses de vida e muito menos porque substituir o
Xanana não é fácil e por isso pedi que continuasse até à cimeira", afirmou
à agência Lusa Mari Alkatiri.
Timor-Leste
assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de
Estado e de Governo da organização, que vai realizar-se a 23 de julho em Díli.
O
primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, anunciou em fevereiro que vai
deixar o cargo depois da cimeira da CPLP.
"Depois
da cimeira, outras realidades irão determinar se ele vai demitir-se mesmo ou
não, digo eu. Tenho de respeitar também a vontade dele e a vontade dele foi
construída com base em vários fatores", salientou Mari Alkatiri.
"Aqui
em Timor há menos de meia dúzia de pessoas que não se demitem. Quando estão
fora do poder é para melhor servir o país. Quando estão no poder são sempre
alvos de crítica e quando estão fora do poder podem melhor servir o país e
acredito que o Xanana fora do poder poderá melhor servir, servindo melhor o
país está também a servir melhor a CPLP", afirmou.
Já
em relação ao atual governo de Timor-Leste, Mari Alkatiri continua muito
crítico e diz que não é fácil trabalhar com um "governo de mais de 50 membros
completamente desagregado".
"Há
ministérios com quatro membros do governo, o que é ridículo. Toda a
administração pública, a começar pela parte política que é o governo, deve ser
reestruturada, remodelada para a tornar menos pesada. É um peso em tudo. No funcionamento e
orçamental", defendeu o antigo primeiro-ministro timorense.
"Para
mim já deveria ter sido remodelado o governo para depois isso ser refletido na
administração. Não foi feito a tempo e horas, há um ano atrás, e agora não sei
quando será feito. Vou continuar a dizer que deve ser feito. Se quisermos ter
uma presidência da CPLP eficiente e com perspetivas claras há muitos membros do
governo que têm de sair", insistiu Mari Alkatiri.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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