António
Muchanga, um dos principais rostos do maior partido da oposição, a RENAMO, foi
detido em Maputo, depois de participar numa sessão do Conselho de Estado para
discutir a situação político-militar de Moçambique.
O
membro do Conselho de Estado e porta-voz do Gabinete do Presidente da RENAMO, o
maior partido da oposição, António Muchanga, foi detido na tarde desta
segunda-feira (7.07), em Maputo.
A detenção registou-se momentos depois de António Muchanga
ter participado numa sessão do Conselho de Estado. Este órgão de consulta do
Presidente da República tinha sido convocado para discutir a situação política
no país.
Muchanga é o porta-voz do Gabinete do Presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, que se encontra em parte incerta desde outubro do ano passado, quando a sua base em Satundjira foi tomada pelas forças governamentais. A informação da sua detenção foi revelada por uma fonte da RENAMO, mas ainda não há uma confirmação das autoridades.
Muchanga é o porta-voz do Gabinete do Presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, que se encontra em parte incerta desde outubro do ano passado, quando a sua base em Satundjira foi tomada pelas forças governamentais. A informação da sua detenção foi revelada por uma fonte da RENAMO, mas ainda não há uma confirmação das autoridades.
O
conselheiro de Estado de Moçambique foi detido "no recinto da Presidência
por incitação à violência", disse à imprensa Manuel Lole, também
conselheiro de Estado pelo principal partido da oposição.
Segundo
Manuel Lole, o porta-voz da RENAMO foi detido após o Presidente moçambicano ter
informado o Conselho de Estado sobre um pedido da Procuradoria-Geral da
República de Moçambique para o levantamento da imunidade do conselheiro de
Estado António Muchanga, por alegado crime de incitação à violência nas
declarações que tem proferido como porta-voz do principal partido da oposição.
Manuel Lole fala mesmo em rapto, afirmando que Muchanga "foi sequestrado
no recinto da Assembleia da República sem que tenha havido um mandado de
captura".
Lole acrescentou que o partido ainda não sabe para onde foi levado António Muchanga, adiantando que a RENAMO vai reunir-se para analisar a situação. Para já, considera o político, trata-se de uma tentativa de intimidação, "de cortar a liberdade política para que a RENAMO e outros partidos políticos não falem sobre a situação que se vive no país".
Lole acrescentou que o partido ainda não sabe para onde foi levado António Muchanga, adiantando que a RENAMO vai reunir-se para analisar a situação. Para já, considera o político, trata-se de uma tentativa de intimidação, "de cortar a liberdade política para que a RENAMO e outros partidos políticos não falem sobre a situação que se vive no país".
"Mas
a RENAMO não se vai deixar intimidar porque essas situações começaram há muito
tempo", garante Manuel Lole.
Sessão
de apelos à RENAMO
O porta-voz do Presidente da República, Edson Macuácua, afirmou à saída do encontro que os membros do Conselho de Estado apelaram à RENAMO para que cesse as hostilidades militares e abdique de discursos belicistas.
"O Presidente da República continuará aberto e disponível para o diálogo e continuará a fazer todas as diligências necessárias e possíveis para que o encontro com o presidente da RENAMO se realize", afirmou Macuácua, frisando, no entanto, que "para tal, é necessário que o presidente da RENAMO se desloque à cidade de Maputo e que aceite, de facto, vir dialogar com o Presidente da República".
O porta-voz do Presidente da República, Edson Macuácua, afirmou à saída do encontro que os membros do Conselho de Estado apelaram à RENAMO para que cesse as hostilidades militares e abdique de discursos belicistas.
"O Presidente da República continuará aberto e disponível para o diálogo e continuará a fazer todas as diligências necessárias e possíveis para que o encontro com o presidente da RENAMO se realize", afirmou Macuácua, frisando, no entanto, que "para tal, é necessário que o presidente da RENAMO se desloque à cidade de Maputo e que aceite, de facto, vir dialogar com o Presidente da República".
Edson
Macuácua considerou ainda que o diálogo deve decorrer "dentro do respeito
pela ordem constitucional e tendo também como pressupostos fundamentais o
respeito pela unidade nacional, pela paz e pelo desenvolvimento".
António Muchanga, da RENAMO, lembrou, por sua vez, que a permanência do seu líder, Afonso Dhlakama, em lugar incerto, está a criar algum desconforto. "O nosso presidente tem mais de 61 anos de idade, não é confortável viver onde vive", afirmou, acrescentando que o líder "não pode estar em Maputo para cumprir com as suas obrigações, tal como os outros políticos estão a fazer" e garantindo que se vai "trabalhar para que a paz seja uma realidade".
António Muchanga, da RENAMO, lembrou, por sua vez, que a permanência do seu líder, Afonso Dhlakama, em lugar incerto, está a criar algum desconforto. "O nosso presidente tem mais de 61 anos de idade, não é confortável viver onde vive", afirmou, acrescentando que o líder "não pode estar em Maputo para cumprir com as suas obrigações, tal como os outros políticos estão a fazer" e garantindo que se vai "trabalhar para que a paz seja uma realidade".
A
importância do diálogo e o cessar-fogo imediato
Durante a sessão, segundo Edson Macuácua, foi ainda reiterada a data de 15 de outubro próximo para a realização das eleições gerais.
Durante a sessão, segundo Edson Macuácua, foi ainda reiterada a data de 15 de outubro próximo para a realização das eleições gerais.
Falando
à saída do encontro, vários membros do Conselho de Estado reafirmaram que o
diálogo é a única via para uma solução pacífica para a tensão político-militar
no país, que se arrasta há mais de um ano. O académico Brazão Mazula considera
que “a paz já devia ter vindo anteontem" e apela "a que todo o
esforço seja feito para que a paz regresse o mais cedo possível".
"Apelamos ao cessar-fogo imediato, porque a economia e as pessoas estão a
ser tremendamente afectadas", acrescentou.
O último fim de semana foi marcado pela realização de manifestações apelando à paz, promovidas pela sociedade civil em várias cidades do país. Esta segunda feira, o Governo e a RENAMO realizaram mais uma ronda negocial em que voltaram a divergir em relação aos termos de referência da observação internacional para o fim da tensão político-militar.
O último fim de semana foi marcado pela realização de manifestações apelando à paz, promovidas pela sociedade civil em várias cidades do país. Esta segunda feira, o Governo e a RENAMO realizaram mais uma ronda negocial em que voltaram a divergir em relação aos termos de referência da observação internacional para o fim da tensão político-militar.
Deutsche
Welle – Autoria: Leonel Matias (Maputo) / Lusa - Edição: Maria João
Pinto / António Rocha
O
Conselho Nacional da RENAMO escolheu Afonso Dhlakama como candidato às
presidenciais de 15 de outubro próximo. Também a divisão do país foi decidida,
caso as negociações com o Governo não sejam frutíferas. (24.06.2014)
Apesar
de haver uma luz ao fundo do túnel, o escritor moçambicano, que participou em
Lisboa na Feira do Livro, pede concessões aos políticos envolvidos na crise
para que o país regresse à normalidade. (18.06.2014)
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