Sydney,
Austrália, 08 jul (Lusa) -- O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe,
relativizou a tensão com a China, defendendo que os dois países estão
"indissocialvelmente ligados" e que a sua "porta está a aberta
ao diálogo", numa entrevista publicada hoje pela imprensa australiana.
Shinzo
Abe, que se encontra de visita oficial à Austrália, declarou em entrevista
exclusiva ao diário The Australian, que é comum que nações vizinhas tenham
vários assuntos por resolver.
"A
China é um país importante que, a par do Japão e da Austrália, deve desempenhar
um papel proeminente na salvaguarda da paz e da prosperidade na região da Ásia
Pacífico", disse, realçando que ter "fortes expectativas" de que
Pequim irá respeitar as normas internacionais e desempenhar um papel construtivo
no que diz respeito aos assuntos regionais.
Neste
sentido, e em consonância com o princípio de um relacionamento mutuamente
benéfico, apoiada em interesses estratégicos comuns, "gostaria de
desenvolver as relações com a China", assinalou Abe, garantindo que a sua
"porta está sempre aberta ao diálogo" e que espera o mesmo tipo de
abordagem por parte de Pequim.
As
relações entre Tóquio e Pequim deterioram-se na última década, em parte por
causa da disputa territorial das ilhas Senkaku/Diaoyu, agudizada com a compra,
em setembro de 2012, por parte de Tóquio, de três dos cinco ilhotes do pequeno
arquipélago, de apenas sete quilómetros, administrado, de facto, pelo Governo
japonês.
A
aprovação, a 01 de julho, de uma histórica alteração à sua Constituição pacifista
adotada depois da II Guerra Mundial, que agora lhe permitirá, pela primeira
vez, ajudar militarmente os seus aliados, se forem atacados, causou mal-estar
na China, na Coreia do Sul e também mesmo junto de parte da sociedade nipónica.
A
polémica 'mexida' foi, porém, elogiada pelo governo conservador de Abbott que,
em outubro último, qualificou o Japão como o "melhor amigo" da
Austrália na Ásia.
DM
// DM - Lusa
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