Díli,
02 jul (Lusa) - A organização não governamental (ONG) timorense Fundação Mahein
acusou hoje as forças de segurança de preguiça e indisciplina, afirmando-se
preocupada com a possível perda de confiança do público na sua polícia.
Em
causa estão dois incidentes ocorridos a semana passada e que, segundo aquela
ONG, "mostram a crescente disfunção das forças de segurança entre si e
para com o povo" de Timor-Leste.
Segundo
a Fundação Mahein, o primeiro incidente ocorreu sexta-feira num centro
comercial de Díli quando um homem visivelmente perturbado e com uma corrente na
mão danificou algumas lojas e ameaçou várias pessoas.
"A
polícia, depois de o deter por um breve período de tempo deixou-o sair em
liberdade, dando como explicação que tinha problemas mentais, estava sob o
efeito de drogas e era filho de um comandante da Polícia Nacional de
Timor-Leste (PNTL)", refere a Fundação Mahein.
"Este
incidente sugere que a PNTL se tornou preguiçosa para fazer o seu trabalho,
mesmo com um caso com várias testemunhas e vítimas, que poderiam ter
testemunhado contra o suspeito. A última desculpa dada pela polícia foi que o
suspeito era filho de um comandante, o que confirmou o que muitos de nós já
suspeitávamos: que a justiça depende de quem se conhece ou com quem se está
relacionado", salienta a organização.
O
segundo incidente, refere a Fundação Mahein, ocorreu também sexta-feira na sede
do Batalhão de Ordem Pública (BOP) da PNTL quando "oficiais subalternos
atacaram oficiais superiores num colapso muito sério da disciplina e da
hierarquia do batalhão".
"Acreditamos
que esta indisciplina na BOP é uma causa direta da cultura da violência para
resolver questões", sublinha a organização.
Para
a Fundação Mahein, a principal consequência daqueles dois incidentes é a quebra
de confiança entre o público e as organizações do setor de segurança e, por
isso, recomenda que os dois sejam resolvidos o "mais rapidamente possível
para evitar qualquer erosão da confiança".
A
organização recomenda também que sejam realizados inquéritos internos aos
incidentes e que os envolvidos sejam punidos.
MSE
// APN - Lusa
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