O
coordenador do Bloco de Esquerda (BE), João Semedo, disse hoje que os dados que
apontam para uma redução do desemprego em Portugal são virtuais e não têm
correspondência com a realidade do país.
"É
uma redução virtual e artificial que não tem correspondência nos postos de
trabalho", advogou João Semedo, que comentava os dados desta manhã do
Eurostat, onde é revelado que a taxa de desemprego em Portugal voltou a recuar
em maio, para 14,3%, contra 14,6% em abril, menos 2,6 pontos percentuais do que
um ano antes (16,9%), a segunda maior descida homóloga da União Europeia (UE).
O
coordenador do Bloco falava aos jornalistas no final de um encontro de mais de
uma hora com uma delegação da CGTP liderada pelo secretário-geral da central
sindical, Arménio Carlos.
Os
números do desemprego, realça o bloquista, "têm uma componente virtual
muito grande" e "era bom comparar a taxa de desemprego com a criação
de emprego".
As
informações do Eurostat, prosseguiu ainda, refletem os muitos trabalhadores
portugueses que emigraram, os que não têm emprego mas sim uma
"ocupação" e não têm em conta também os reais "critérios"
sobre quem está inativo e ativo no mercado de trabalho.
De
acordo com os dados hoje avançados pelo gabinete oficial de estatísticas da UE,
o desemprego tem estado assim a recuar de forma ininterrupta em Portugal no
corrente ano, ainda que com ligeiras descidas, pois era de 15% em janeiro,
14,9% em fevereiro, 14,8% em março e 14,6% em abril.
Sobre
o encontro com a CGTP, Semedo realçou a "grande convergência de pontos de
vista e opiniões" entre o Bloco e a central sindical "quer na análise
quer nas soluções" para melhorar a vida de trabalhadores e reformados e
tirar o país da crise.
O
coordenador do BE apontou ainda um estudo recente que aponta para que a crise
tenha tirado 3,6 mil milhões aos rendimentos do trabalho e entregue 2,6 mil
milhões ao capital, "ficando assim provado o quão desigual têm sido os
sacrifícios impostos aos portugueses".
Lusa,
Notícias ao Minuto
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