quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Democratas de Hong Kong unem-se pelo veto a propostas insatisfatórias de reforma política




Hong Kong, China, 20 ago (Lusa) -- Um grupo de 26 deputados da ala democrata de Hong Kong assumiram a posição conjunta de chumbar qualquer proposta de reforma política que falhe em cumprir os padrões internacionais, noticia hoje a RTHK.

De acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), os deputados do Conselho Legislativo (LegCo) da antiga colónia britânica sustentam que uma proposta final sobre o tema não deve ser acompanhada de restrições irrazoáveis e deve salvaguardar o direito dos cidadãos de elegerem e serem eleitos.

O deputado Lee Cheuk-yan, um dos signatários da declaração conjunta, afirmou que Hong Kong não pode aceitar a proposta que promete seguir o princípio "uma pessoa, um voto", mas que submete os candidatos a chefe do Executivo a uma triagem.

Segundo explicou o mesmo responsável à RTHK, um dos objetivos da declaração é passar a mensagem de que os residentes de Hong Kong precisam de lutar por um sufrágio universal efetivo e concreto e que qualquer coisa que não contemple esse propósito será rejeitada pela ala democrata.

O grupo de 26 deputados apelou à Assembleia Nacional Popular para deixar a porta aberta para contínuas discussões sobre as reformas políticas.

Todos os 70 deputados do LegCo foram convidados pelas autoridades chinesas para um encontro na zona económica especial de Shenzhen, adjacente a Hong Kong, marcado para quinta-feira.

O descontentamento em Hong Kong atingiu este ano o seu nível mais elevado quanto à alegada interferência por parte de Pequim nos assuntos do território e à insistência em validar previamente os candidatos ao cargo de chefe do Executivo.

Pequim prometeu deixar os residentes de Hong Kong escolherem o seu próximo líder em 2017 por voto direto - metodologia que colocaria fim ao sistema atual de eleição do chefe do Executivo assente num comité eleitoral de 1.200 pessoas - mas com a condição de que os candidatos sejam aprovados por um comité de nomeação, o que os pró-democratas contestam, alegando que assim só os candidatos pró-Pequim terão luz verde.

Receios relativamente à influência de Pequim aumentaram em junho quando o Governo central publicou o controverso "Livro Branco" sobre o futuro de Hong Kong, interpretado por uma larga franja da população como um aviso à cidade para não exceder os seus limites de autonomia.

DM // PJA - Lusa

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