Hong
Kong, China, 20 ago (Lusa) -- Um grupo de 26 deputados da ala democrata de Hong
Kong assumiram a posição conjunta de chumbar qualquer proposta de reforma
política que falhe em cumprir os padrões internacionais, noticia hoje a RTHK.
De
acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), os deputados do
Conselho Legislativo (LegCo) da antiga colónia britânica sustentam que uma proposta
final sobre o tema não deve ser acompanhada de restrições irrazoáveis e deve
salvaguardar o direito dos cidadãos de elegerem e serem eleitos.
O
deputado Lee Cheuk-yan, um dos signatários da declaração conjunta, afirmou que
Hong Kong não pode aceitar a proposta que promete seguir o princípio "uma
pessoa, um voto", mas que submete os candidatos a chefe do Executivo a uma
triagem.
Segundo
explicou o mesmo responsável à RTHK, um dos objetivos da declaração é passar a
mensagem de que os residentes de Hong Kong precisam de lutar por um sufrágio
universal efetivo e concreto e que qualquer coisa que não contemple esse
propósito será rejeitada pela ala democrata.
O
grupo de 26 deputados apelou à Assembleia Nacional Popular para deixar a porta
aberta para contínuas discussões sobre as reformas políticas.
Todos
os 70 deputados do LegCo foram convidados pelas autoridades chinesas para um
encontro na zona económica especial de Shenzhen, adjacente a Hong Kong, marcado
para quinta-feira.
O
descontentamento em Hong Kong
atingiu este ano o seu nível mais elevado quanto à alegada interferência por
parte de Pequim nos assuntos do território e à insistência em validar
previamente os candidatos ao cargo de chefe do Executivo.
Pequim
prometeu deixar os residentes de Hong Kong escolherem o seu próximo líder em
2017 por voto direto - metodologia que colocaria fim ao sistema atual de
eleição do chefe do Executivo assente num comité eleitoral de 1.200 pessoas -
mas com a condição de que os candidatos sejam aprovados por um comité de
nomeação, o que os pró-democratas contestam, alegando que assim só os
candidatos pró-Pequim terão luz verde.
Receios
relativamente à influência de Pequim aumentaram em junho quando o Governo
central publicou o controverso "Livro Branco" sobre o futuro de Hong
Kong, interpretado por uma larga franja da população como um aviso à cidade
para não exceder os seus limites de autonomia.
DM
// PJA - Lusa
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