Macau,
China, 20 ago (Lusa) - A votação no referendo civil sobre a introdução do
sufrágio universal em Macau vai realizar-se apenas com meios eletrónicos,
anunciaram hoje os promotores, reagindo à proibição de ocupar o espaço público
reiterada pelo Tribunal de Última Instância (TUI).
O
Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais proibiu a utilização do espaço
público para a colocação de mesas de voto - proibição, essa, confirmada pelo
TUI. Mesmo assim, as três associações promotoras da iniciativa - Sociedade
Aberta de Macau, Consciência de Macau e Juventude Dinâmica - garantem que os
votos vão ser recolhidos na rua, através de 'tablets'.
"Não
vamos ter objetos a ocupar o espaço público", sublinha Jason Chao,
presidente de duas das associações.
A
organização mantém as cinco zonas de voto pensadas anteriormente. A diferença é
que, agora, os votos vão ser expressos em 'tablets' disponibilizados por voluntários.
Chao
admite que o método pode dificultar a adesão dos residentes mais idosos, mas
garante que os organizadores estarão prontos para esclarecer todas as dúvidas.
A grande vantagem, diz o ativista, é que os votos não serão contados
manualmente, tornando o processo mais rápido e simples.
O
ativista espera conseguir angariar cinco mil votos, de modo a ter mais
representatividade que o colégio eleitoral que elege o chefe do Executivo. A
partir deste ano, o colégio é composto por 400 membros (mais 100 que anteriormente),
os quais, por sua vez, são eleitos por cerca de cinco mil representantes de
associações.
"Se
o nosso resultado exceder os cinco mil votos, quer dizer que é mais
representativo que a votação real", comenta.
Os
promotores vão também apresentar na sexta-feira um pedido de processamento de
dados ao Gabinete para a Proteção de Dados Pessoais, garantindo que estes são
tratados de acordo com a lei. "Respeitando esses preceitos legais, os
dados pessoais da população ficam seguros connosco. Depois da votação, os dados
vão ser apagados e ninguém saberá quem votou", explica Chao.
O
referendo não oficial decorre entre os dias 24 e 31 deste mês, terminando no
mesmo dia em que é realizada a eleição para o novo chefe do Executivo do
território, corrida em que está apena um candidato, o atual líder do governo,
Chui Sai On.
ISG
// EL - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário