terça-feira, 21 de outubro de 2014

Queda nas receitas do jogo em Macau resulta de maior controlo da China - economista




Macau, China, 21 out (Lusa) -- O economista Albano Martins defendeu hoje que a queda homóloga das receitas dos casinos de Macau, que se verifica desde junho e pode agravar-se até aos 20% este mês, advém do maior controlo da saída de capitais da China.

"Isto está a acontecer devido às maiores restrições e maior controlo de saída dos capitais da China continental, um maior controlo dos capitais", defendeu Albano Martins.

Formalmente, um cidadão da China continental apenas pode transferir 20.000 yuan (cerca de 2.500 euros) diariamente.

Segundo dados recolhidos pela agência Lusa junto de operadores de jogo, as receitas devem cair entre 17 e 20 por cento em outubro face ao mesmo mês do ano passado.

De acordo com informações relativas ao apuramento das receitas brutas até 20 de outubro, as salas de apostas de Macau deverão acumular entre os 29.200 milhões de patacas (cerca de 2.920 milhões de euros) e os 30.200 milhões de patacas (3.020 milhões de euros).

O intervalo de cálculo das receitas brutas traduziria, assim, uma queda de, respetivamente, 20% e 17%, face aos 36.476 milhões de patacas (cerca de 3.650 milhões de euros ao câmbio atual) apurados no mesmo mês de 2013.

Em setembro o acumulado das receitas estava em alta de 5,9%.

Desde junho que as receitas brutas dos casinos estão a registar quedas homólogas.

Em junho as receitas caíram 3,7%, em julho 3,6%, em agosto 6,1% e em setembro 11,7%, o que não acontecia desde 2009.

Albano Martins considerou também que se em novembro e dezembro o setor do jogo mantiver a tendência de descida em 10%, então os casinos vão terminar 2014 com uma subida da receita de apenas 0,45%, mas se a quebra for de 20% então as receitas globais do ano irão apresentar uma queda de 1,3% face a 2013.

O economista lembrou ainda que a base comparativa das atuais receitas do jogo "é elevada", mas tal não justifica uma queda a dois dígitos.

"Quando muito, poderia traduzir um crescimento mais lento, menos expressivo, mas não uma queda e muito menos a dois dígitos", concluiu.

JCS // VM - Lusa

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