Díli,
04 nov (Lusa) - A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente apelou hoje
ao Presidente timorense, Taur Matan Ruak, para assumir as funções de garante da
Constituição e do normal funcionamento do Estado na sequência da expulsão do
país de funcionários judiciais internacionais.
A
Fretilin faz o "veemente apelo ao Presidente da República no sentido de
assumir as suas funções de garante da Constituição e do normal funcionamento
dos órgãos de soberania e das instituições do Estado", refere o partido,
em comunicado divulgado à imprensa após uma reunião extraordinária da Comissão
Política Nacional.
Este
órgão do partido reuniu-se para debater a situação político-institucional no
país, depois de o Governo de Timor-Leste ter ordenado na segunda-feira a expulsão
de oito funcionários judiciais internacionais, sete portugueses e um
cabo-verdiano, e de uma outra resolução, na semana passada, em que suspendia os
contratos com todos os trabalhadores internacionais do setor e determinava a
realização de uma auditoria à área da justiça.
No
comunicado, o partido, único na oposição no parlamento timorense, exige também
ao hemiciclo para que "pare de pretender deliberar sobre questões"
para as quais não tem competências, conforme previsto na Constituição do país.
O
partido exorta o "Governo e o primeiro-ministro a não ultrapassar os
limites da sua competência de apoio ao setor de Justiça e que deve evitar fazer
decisões que contribuam simplesmente para inibir os profissionais de justiça e
criar conflitos institucionais".
No
documento, a Fretilin manifesta a sua "posição de defender
intransigentemente o Estado de Direito Democrático com "todos os valores e
princípios plasmados na Constituição e nas leis" do país, bem como para
continuar a contribuir para o desenvolvimento das capacidades das instituições
do Estado, nomeadamente dos órgãos de soberania.
O
partido reafirma igualmente que os "órgãos políticos e legislativos de
soberania, nos seus atos, devem priorizar o reforço das suas próprias
capacidades e na produção de diplomas legais e de quadro regulador".
"Os
seus atos devem igualmente indicar a preocupação em garantir um quadro jurídico
com harmonia, claro e de fácil interpretação, uma administração competente onde
prevalece um grau elevado de justiça, uma boa governação", refere.
No
documento, a Fretilin lembra que os tribunais e o Ministério Público possuem
Conselhos Superiores para atuar por "iniciativa própria ou mediante
requerimento de outros órgãos ou de cidadãos no sentido de proceder a inspeção
ou auditoria sobre o funcionamento interno e na tomada de medidas disciplinares
apropriadas para corrigir os eventuais erros".
MSE
// VM - Lusa
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