Rui
Pedro Antunes - Diário de Notícias
O
relatório "Lóbi a Descoberto: o mercado de influências em Portugal"
apresentado hoje conclui que Portugal tem um baixo índice de transparência do
lóbi: apenas 13%.
O
relatório «Lóbi a Descoberto: o mercado de influências em Portugal», destaca a
"falta de regulação da atividade de lóbi no nosso país", ao mesmo
tempo que "recomenda um maior controlo sobre este setor, de forma a
garantir informação fidedigna sobre as empresas e organizações que fazem lóbi
junto dos decisores públicos portugueses".
O
documento, elaborado pela Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC)
em parceria com o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
(ICS-UL) indica, de acordo com um comunicado da TIAC, que "os setores
financeiro, da energia e da construção civil são identificados como os mais
envolvidos em práticas de lóbi pouco transparentes".
Quanto
aos meios utilizados nestas práticas são referidas "formas de influência
direta ou indireta como a oferta de empregos bem remunerados a ex-políticos ou
o recurso corrente a grandes escritórios de advogados nos negócios do Estado e
no próprio processo legislativo ou regulatório".
O
relatório destaca a banca como um setor em que há mais promiscuidade, sendo
esta área de atividade profícua na criação de empregos para responsáveis
públicos: "230 pessoas ocuparam um total de 382 cargos em instituições
financeiras antes ou depois de terem desempenhado funções no Governo". O
mesmo documento revela que, no total, "54% dos membros dos Governos desde
o 25 de abril desempenharam funções na banca".
Além
disso, a nível de ligações dentro do mesmo setor, é referido que "desde
1986, todos os governadores do Banco de Portugal tinham anteriormente ocupado
posições na banca".
Foto
- Um exemplo: Vítor Constâncio foi ministro das Finanças e mais tarde
governador do Banco de Portugal - REUTERS/Ralph
Orlowski
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