No
final da primeira ronda de audições na comissão de inquérito ao caso BES, o
ex-ministro da Economia Daniel Bessa considerou que o “pior” que podia
acontecer era “ninguém ser condenado” em todo este processo. Em declarações à
Rádio Renascença, o economista disse ainda que o governador do Banco de
Portugal e a ministra das Finanças “não tinham de saber” tudo o que se passava
no universo Espírito Santo.
Daniel
Bessa foi um dos convidados do programa ‘Conversas Cruzadas’ da Rádio Renascença.
Na sua intervenção, o economista assegurou que a pior conclusão a que todo o
processo de averiguação do que se passou no Grupo Espírito Santo e, mais
especificamente, no Banco Espírito Santo, poderia chegar, era à falta de
condenados.
“A
acontecer esse cenário de ninguém ser condenado isso dirá o pior do sistema de
justiça que - dizem – é, talvez, hoje o maior entrave ao desenvolvimento de
Portugal”, referiu.
Para
o antigo ministro da Economia não pode haver apenas um culpado pois “estas
fraudes não são cometidas apenas por uma pessoa. Tem de haver um conjunto de
pessoas envolvido. Se no final não houver um conjunto de pessoas a ser
condenado, aí sim, seria uma má notícia”.
O
economista defendeu ainda que o governador do Banco de Portugal e a ministra
das Finanças “não tinham de saber” o que se passava, pois o que sabem é através
“da leitura de contas”.
“Vir
responsabilizar o governador e a ministra sem responsabilizar o contabilista?
Então o contabilista contrai empréstimos e não os regista? E os auditores o que
estão lá a fazer? E os Conselhos Fiscais que têm de se pronunciar como é do
código das sociedades?”, questionou.
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