Ex-primeiro
ministro detido para interrogatório judicial à chegada a Portugal na
sexta-feira à noite.
Rui
Gustavo - Expresso
Depois
de ter sido detido no aeroporto foi prestar declarações ao DCIAP, o ex primeiro
ministro foi levado para o Estabelecimento Prisional da Policia Judiciária, em
Lisboa, onde passou a noite.
Esta
é a cadeia onde os presos preventivos costumam ficar enquanto aguardam
julgamento.
Sócrates
é esperado a qualquer momento no tribunal central de instrução criminal para
ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre.
José
Sócrates foi detido esta sexta-feira no Aeroporto da Portela, em Lisboa, quando
chegava de Paris. O Expresso apurou que uma das causas da detenção
está relacionada com a casa avaliada em três milhões de euros onde o
ex-primeiro-ministro residiu quando tirou um curso na capital francesa, depois
de deixar o governo: os investigadores querem saber de onde veio o dinheiro
para comprar a habitação. Sócrates disse sempre que pediu um empréstimo ao
banco para poder pagar o aluguer do apartamento.
Uma
fonte judicial confirmou ao Expresso que além da casa de Paris estão
em causa "muitas outras coisas". Os atos de jose Sócrates enquanto
primeiro-ministro poderão estar agora sob suspeita.
A
Procuradoria-Geral da República (PGR) já emitiu um comunicado a confirmar a
detenção, que surge no âmbito de um processo de corrupção, branqueamento de
capitais e fraude fiscal. O inquérito está a ser conduzido pelo procurador
Rosário Teixeira.
No
comunicado, a PGR diz que há mais três detidos além do ex-primeiro-ministro,
sem nomear quais. Estes três detidos já foram presentes ao juiz de instrução
criminal. Os interrogatórios foram entretanto suspensos e vão ser retomados
este sábado. O mesmo comunicado diz que a presente investigação não teve origem
no processo Monte Branco.
Ao
longo da noite, a detenção de Sócrates foi relacionada com uma outra operação
das autoridades, que desenvolveram buscas na sede do grupo Lena, em Leiria. Foi
inclusivamente avançado que os três detidos seria quadro da empresa.
Entretanto, o grupo Lena já emitiu um comunicado a negar estes factos.
"É
falso que haja quaisquer detenções de responsáveis ou colaboradores do Grupo
Lena, seja a que título for", refere o texto. "As buscas que foram
efetuadas este final de tarde e início de noite na sede do Grupo nada tinham a
ver, tanto quanto fomos informados e foi percetível, com a atividade
empresarial do Grupo Lena."
Em
Agosto, a revista "Sábado" escreveu que Sócrates estava a ser
investigado no âmbito de um processo extraído do caso Monte Branco. Na altura,
a PGR desmentiu que o ex-primeiro-ministro estivesse a ser investigado.
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