Verónico
Neves – Téla Nón (st), opinião
O
Partido ADI ganhou as eleições legislativas com maioria absoluta. E depois?
O
povo confiou os seus votos ao ADI e cabe agora ao partido fazer o bom uso do
“poder” que lhe é confiado. Os desafios serão muitos. Mas o anterior governo
também os teve. Por isso, para os próximos 4 anos, sugiro ao ADI o seguinte:
1º
– Não fazer “Tábua Rasa” de tudo o que o anterior governo fez. Entendo que um
País em “eterno recomeçar” perde oportunidades para se desenvolver e para
oferecer melhores condições de vida ao seu povo.
2º
– Dialogar mais e mais e mais. O governo de ADI já foi anteriormente
criticado por não dialogar com outras forças políticas o que levou á sua queda.
Agora que ADI tem maioria absoluta, mesmo assim, é salutar para a
democracia que ADI promova compromisso político quer com os outros partidos com
assento parlamentar quer com as organizações da sociedade civil naquilo que
pode ser útil para o futuro de São Tomé e Príncipe, como por exemplo: a reforma
da justiça, o estímulo á criação do próprio emprego; a capacitação dos
professores, a formação de adultos e a proteção social dos mais desfavorecidos.
3º
– Sabe-se que o Orçamento de Estado é financiado em 90% por doações externas.
Eu não sou economista, desconheço a experiencia profissional e a formação
académica dos nossos futuros dirigentes e desconheço o programa do futuro
governo. Mas, parece-me que, um País nestas condições deveria apostar mais no
estímulo á economia, no combate a fraude fiscal e no apoio aos nossos
empresários.
4º
– Apostar mais na nossa comunicação social. É público que o partido ADI tem um
canal de televisão “privado”. Que tal aproveitar essa experiência para
organizar e melhorar as capacidades técnicas da TVS? Não é honroso para o País
o que aconteceu durante as eleições legislativas em que, segundo consta, a TVS
não estava a acompanhar as atividades de campanha dos partidos políticos – http://www.telanon.info/sociedade/2014/10/06/17603/tvs-a-margem-da-campanha-eleitoral/ .
5º
– Governar com e para o Povo. Que tal a TVS e a Rádio Nacional acompanhar e
transmitir o debate na Assembleia da República dos temas mais importantes para
o País, como por exemplo, o Orçamento de Estado? Que tal promover debates
francos e abertos sobre temas fraturante na sociedade santomense, como por
exemplo, a corrupção, a má governação, a pobreza, o destino das verbas e
doações que o país recebe e, porque não, as verbas do petróleo?
6º
– Agora que I.S.P é Universidade importa apostar na qualidade formativa e
promover investigação científica naquela Instituição de Ensino Superior. Aliás,
supõe-se que um dos propósitos da Universidade é a Investigação Cientifica e a
colocação do resultado da mesma ao serviço da comunidade. Ora, o País conta
hoje com um conjunto de cidadãos Doutorados, Mestres e alguns com experiencias
de investigação científica dentro e fora de país. Que tal, através de políticas
claras, promover o regresso daqueles que assim o desejam?
7º
– Continuar com o processo de combate à infoexclusão que o país atravessa
começando, por exemplo, por atualizar os “sites oficiais” do Estado.
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