sábado, 20 de dezembro de 2014

PORTUGAL ESTÁ A PERDER OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO COM CUBA




Portugal está a perder oportunidades de negócio em Cuba, aproveitadas por países com “posições mais agressivas”, considerou a embaixadora cubana, Johana Ruth de La Torre.

“A relação entre os dois países, mesmo que positiva, deve ser aprimorada e ampliada para aumentar as trocas comerciais”, frisou a diplomata, durante uma visita à Câmara de Comércio Portugal - Cuba, no Porto.

A área dos moldes e das embalagens, da construção civil, do calçado e do têxtil são oportunidades de negócio “prioritárias” das quais Cuba “tem falta” e onde Portugal tem “conhecimento, trabalho feito e experiência”, afirmou.

A agricultura e a agro-indústria são outros dos setores onde é necessário investir porque Cuba tem uma “extravagante desproporção” na importação de alimentos que atinge os dois mil milhões de euros, considerou Johana Ruth de La Torre.

“Quem produzir em Cuba o que importamos vai ter sucesso e retorno económico”, realçou.
As trocas comerciais entre os dois países rondam os 90 milhões de euros, enquanto, por exemplo, com a Holanda chegam aos 400 milhões de euros.

Na sua opinião, existe um grande potencial de parceria entre portugueses e cubanos devido às suas semelhanças, em termos geográficos, populacionais e históricos.

“Por isso, é importante fortalecer esta relação”, ressalvou.

Facilidades burocráticas, regime tributário “atrativo”, capital humano qualificado, estabilidade política, social e jurídica, segurança e setores industriais “virgens” são motivos enumerados pela embaixadora cubana para o aumento do investimento português na ilha liderada por Raúl Castro.

Apesar de constatar que o interesse e o investimento por parte dos portugueses em Cuba estão a aumentar, é “preciso mais”, entendeu.

A embaixadora sublinhou que “nenhuma” empresa portuguesa estabelecida na ilha caribenha perdeu, “antes pelo contrário”.

Johana Ruth de la Torre lembrou que Cuba tem uma nova Lei - 118 - que prevê um conjunto de incentivos ao investimento estrangeiro, assim como a zona especial de Mariel, a 47 quilómetros de Havana (capital), com condições específicas para a fixação de indústrias.

A participação de Portugal na Feira Internacional de Havana no passado mês de novembro, que contou com a presença de 30 empresas e membros do Governo, permitiu estabelecer e impulsionar as “missões empresariais”.

“Agora, há um calendário de visitas de Portugal a Cuba e vice-versa”, salientou.

Esta semana, os Estados Unidos e Cuba restabeleceram as relações diplomáticas, congeladas desde 1961.

Lusa, em jornal i

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