sábado, 20 de dezembro de 2014

Portugal: PRIVATIZE-SE A REPÚBLICA



Filipe Baptista – jornal i, opinião

Pouco restará em breve para privatizar. A energia controlada a oriente e as comunicações sabe Deus onde irão parar. A saúde apetecível, a Caixa já faltou mais, a água porque não? E agora num último fôlego pré-natal entrega-se a TAP.

Acena-se com demónios! Argumenta-se com a inefável eficiência do privado sobre o público. Porventura a mesma que conduziu o planeta à maior crise financeira da nossa história. Malandros dos trabalhadores que nos vão estragar as férias de Natal e ano novo! Não há direito - ouve-se de forma uníssona da boca dos comentadeiros. Como diria Francisco de Sá de Miranda, "m'espanto às vezes, outras m'avergonho".

Mas objectivamente acredita-se assim neste argumento da eficiência? Do lucro versus prejuízo? Curiosamente, no caso da privatização dos CTT esta lógica esteve invertida. Dava lucro e era uma das empresas mais eficientes e modernas do sector no mundo. Ou na PT, que nos últimos 11 anos distribuiu mais de 11 mil milhões de dividendos aos accionistas?

Mas é a transportadora que dá prejuízo? Ou é a TAP - Manutenção e Engenharia Brasil, S.A.? Alguém foi ver? Enquanto isso, o povo assobia para o lado. São todos iguais - dizem. E vai afogando as frustrações no cartão de crédito confiante de que o Natal e o ano novo levarão as frustrações.

Mas pergunto-me se o caminho para a salvação é a privatização. Se queremos prosperidade, eficiência e garantia dos postos de trabalho, por que razão não havemos de privatizar a República? Chiu... Baixinho... Não vá esta gente ter ideias.

Secretário da ARCTEL- CPLP - Escreve ao sábado

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