Bocas
do Inferno
Mário
Motta, Lisboa
Sabemos
que o atual governo em Portugal tem na sua chefia um mestre bacoco da
prestidigitação, o seu ministro da (in)segurança social também é um dos seus
pares. É um governo digno de um circo dos piores com um tenebroso palhaço alapado em Belém
numa postura de evidente cumplicidade. Há exatamente cinco
anos que em Portugal não existem dados sobre o aumento dos portugueses
sem-abrigo. Uma Federação Europeia da especialidade denuncia (ver em baixo).
Não
é difícil perceber a razão desta “lacuna” inteiramente da responsabilidade do governo. A
realidade tenebrosa do enorme aumento de pessoas sem-abrigo em Portugal leva a
que o governo de Passos-Portas-Cavaco use suas técnicas de prestidigitação
bacoca fazendo com que não existam registos de números reais da quantidade de
pessoas que engrossaram o exército que testemunha a miserabilização do país
espelhada no aumento dos que perderam tudo, até as suas casas - sobrevivendo
nas ruas, em busca dos cantos mais abrigados das intempéries que assolam as cidades.
A
ausência destes números, de um censo, de estatísticas – que para o governo só
contam quando são favoráveis à ocultação das suas políticas de exploração e empobrecimento
– revelam a má formação política e humana que carateriza o governo e o
presidente da República, entre outros. Cinco anos sem que sejam adquiridos os números
reais da devassa causada por este governo de mão dada com Cavaco Silva revela
uma vez mais as personalidades nojentas daqueles que têm tomado os poderes nos
principais órgãos de decisão do país e que têm por agremiações o PSD e o CDS,
principalmente. Não podendo o PS negar que também tem as suas responsabilidades
nas más governações e corrupções que têm levado Portugal para este caminho de causa do caos de milhões de portugueses. A seguir corre a notícia sobre o tema. (MM / PG)
Número
de sem-abrigo está a aumentar
A
Federação Europeia de Organizações Nacionais que Trabalham com as Pessoas
Sem-abrigo (Feantsa) alertou que há registo de um aumento significativo do
fenómeno, na maior parte dos países europeus, e denuncia a falta de informação
comparativa em Portugal.
O
alerta faz parte do mais recente relatório do Observatório Europeu sobre
sem-abrigo, o grupo de investigação da Feantsa, onde foram publicados os dados
mais recentes sobre a evolução do fenómeno das pessoas sem-abrigo na Europa.
Segundo
a Feantsa, foram encontrados dados "preocupantes", como um
"forte aumento" do número de pessoas sem-abrigo na maioria dos países
da União Europeia (UE), um aumento "impressionante" quando comparado
com o lento aumento dos níveis globais de pobreza medidos pela UE.
A
federação europeia alerta igualmente para o número crescente de jovens que se
estão a tornar sem-abrigo, verificando, entre eles, uma "alta
representação de mulheres".
"Nos
países onde há informação disponível, o aumento dos sem-abrigo chegou a ser de
dois dígitos (44% na República Checa, 16% na Dinamarca, 50% na França, 21% na
Alemanha, 17% na Holanda, 29% na Suécia) nos últimos anos", denuncia a
Feantsa.
Para
a organização, isto deveria originar uma reacção política através de uma
estratégia mais ambiciosa com base no conhecimento do que é uma pessoa
sem-abrigo, já que este fenómeno tem dinâmicas próprias e precisa de medidas
especificas de combate.
De
acordo com a Feantsa, o número de sem-abrigo aumentou em todos os países da
Europa com excepção da Finlândia, onde têm sido tomadas medidas de combate ao
fenómeno.
Em
relação a Portugal, a organização aponta que têm sido feitos vários relatórios
sobre pessoas sem-abrigo que não fazem referência entre si e que o mais
importante relatório nacional foi levado a cabo pelo Instituto da Segurança
Social (ISS) em 2009.
A
Feantsa aponta que este relatório deveria ter sido o ponto de partida para a
recolha contínua de informação e de um sistema de monitorização dentro da
Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas Sem-abrigo, mas a recolha de
informação não foi feita nos anos seguintes.
Segundo
a organização, Portugal não tem dados nacionais disponíveis, além dos
recolhidos no âmbito dos Censos.
Lusa / Sol – Foto: José Sérgio
Lusa / Sol – Foto: José Sérgio
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