quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Assassinado em Macau: CASO LUÍS AMORIM ADIADO PARA MARÇO




O Colectivo de Juízes do Tribunal Administrativo decidiu ontem adiar para Março o início do julgamento na RAEM do caso Luís Amorim. Em causa estão novos documentos apresentados pelos advogados da família da vítima, a maioria dos quais contendo fotografias das autópsias realizadas ao jovem que faleceu em Macau em 2007

Pedro André Santos – Tribuna de Macau

Depois de muita expectativa em torno de um dos casos mais mediáticos nos últimos anos no território, o Colectivo de Juízes do Tribunal Administrativo decidiu aceder às pretensões do magistrado do Ministério Público e adiar o julgamento do caso Luís Amorim para 11 de Março. Em causa estão novas provas apresentadas, nomeadamente 29 fotografias e dois documentos relativos às autópsias realizadas ao jovem Luís Amorim, falecido na RAEM em 2007.

Logo no início da sessão, o magistrado do Ministério Público pediu mais tempo para analisar os documentos, apresentados na segunda-feira pelos advogados da família do jovem, considerando que poderá ser necessária uma “contraprova” dos mesmos. Por parte da defesa, o advogado Pedro Redinha não colocou qualquer oposição ao adiamento, ressalvando, no entanto, dúvidas relativamente à disponibilidade de Duarte Nuno, antigo presidente do Instituto de Medicina Legal de Coimbra, cuja presença na RAEM para prestar depoimentos estava já prevista para 9 de Fevereiro.

Devido também a questões relativas a férias judiciais, segundo lembrou a juíza Cheong Un Mei, a data da primeira sessão do julgamento na RAEM ficou então agendada para 11 de Março, estando previsto para esse dia o testemunho de Duarte Nuno, para além de três agentes da Polícia Judiciária. Foram ainda agendadas mais duas sessões, para 18 de Março e 15 de Abril, respectivamente.

Nesta primeira sessão que decorreu ontem não marcaram presença os pais de Luís Amorim. O JORNAL TRIBUNA DE MACAU procurou apurar se estarão na sessão agendada para Março, mas a defesa da família Amorim desconhece ainda a decisão a esse respeito.

Sete anos sem avanços

O caso Luís Amorim remonta a Setembro de 2007, altura em que o corpo do jovem de 17 anos apareceu morto na Avenida Marginal de Macau, sob a ponte Governador Nobre de Carvalho, tendo as autoridades policiais da RAEM considerado que se teria suicidado, uma conclusão sustentada pela autópsia feita no território.

No entanto, uma segunda autópsia realizada em Portugal pelo Instituto de Medicina Legal de Coimbra após a exumação do corpo, levou a equipa de especialistas a avançar com a tese de homicídio, abrindo a possibilidade a um cenário de agressões violentas que causaram diversas lesões no crânio e no fémur de Luís Amorim. Para além disso, os especialistas portugueses consideraram que, caso o jovem tivesse de facto caído da ponte, teria muitos mais danos no corpo.

A família da vítima decidiu então instaurar um processo contra a RAEM por negligência das autoridades na investigação da morte do jovem, pedindo uma indemnização civil de 15 milhões de patacas.

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