quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Estabilidade e crédito para setor privado essenciais em Timor-Leste - Jorge Serrano




Díli, 21 jan (Lusa) - A estabilidade política, o dinamismo económico e maior acesso ao crédito pelo setor privado são elementos essenciais para que Timor-Leste continue a consolidar o seu crescimento económico, disse à Lusa um dos principais empresários do país.

"Sou otimista e sinto que Timor tem condições para continuar a crescer. É um país pequeno mas com grandes vantagens. E comparando a situação atual com o que acontecia há meia dúzia de anos, podemos ver um grande desenvolvimento", disse à Lusa Jorge Serrano.

"Antevejo um bom futuro", disse, numa conversa no Novo Turismo, a reconversão levada a cabo num dos hotéis mais históricos de Díli, na zona de Lecidere, no leste da capital timorense.

À frente do hotel Jorge Serrano está a desenvolver um outro complexo, à beira da praia, com marina e outros serviços de restauração e lazer.

Líder do grupo GMN-H, Jorge Serrano é um dos empresários timorenses de referência, com projetos em vários setores, que vão desde uma gráfica aos media, da construção civil à hotelaria e até a projetos como o Sistema Nacional de Cadastro (SNC), que desenvolve num consórcio com a empresa portuguesa ARM-APPRIZE.

Serrano considera que a "maior preocupação" se prende hoje com as dificuldades de acesso a crédito, considerando que o setor financeiro "precisa de mais dinamismo".

Neste aspeto saúda os esforços do executivo e medidas como o fundo de 10 milhões de dólares para o setor privado, através do Banco Nacional de Comércio de Timor-Leste (BNCTL).

"Penso que em breve teremos mais condições para garantir financiamento e liquidez para o setor privado. O governo conhece bem a situação do setor privado nacional e creio que com as medidas que está a adotar, com unidade e vontade de todos os líderes nacionais teremos melhores condições", disse.

Ainda assim considera que os três bancos comerciais que operam em Timor-Leste - o português BNU, sucursal da CGD, o indonésio Mandiri e o australiano ANZ - "deviam apoiar mais", especialmente numa altura de dinamismo económico sem precedentes.

"No passado apoiavam mais e agora parecem estar com um pé atrás, num momento em que até deviam estar a apoiar mais", disse.

Para Serrano o setor privado está a fazer um grande esforço e já houve algum investimento externo em Timor, com destaque para empresas como a Timor Telecom (PT), a Pertamina, Telksomsel, a Heineken ou outras.

Há vários projetos de grande dimensão, como o primeiro grande centro comercial e de negócios de Díli - o Timor Plaza - e outros projetos na calha, incluindo o complexo hoteleiro Pelican Paradise (investimento de 300 milhões de dólares).

"As coisas estão a mexer e os sinais são positivos, com grandes projetos este ano. Há mais confiança do investimento exterior, para o qual contribuem as facilidade fiscais e a ajuda do Governo", disse.

ASP // FV

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