O
líder do Partido Comunista Português criticou Passos Coelho por dizer que
"não há onde ir buscar dinheiro" porque "há dinheiro" mas
está a ser "criminosamente sonegado", apontando que é preciso coragem
para o "ir buscar onde o há".
Em
Braga, sábado à noite, para o habitual jantar de fim de ano na capital minhota,
Jerónimo de Sousa alargou as críticas ao "PS de Costa" que acusou de
virar à esquerda "em palavras" antes das eleições mas depois
"governar à direita".
O
secretário-geral do PCP salientou ainda que Portugal "não está
condenado" à politica de direita nem à alternância entre PSD e PS
"com ou sem a bengala e o emplastro" do CDS uma vez que os comunistas
representam a alternativa.
"Dizem
que não há outra solução [que não seja a austeridade]. Que o país tem poucos
ricos. Que não há onde ir buscar o dinheiro, como ainda anteontem o insinuava
Passos Coelho. Não digam que não dinheiro. Há dinheiro e bastante! É preciso é
coragem para o ir buscar onde o há", afirmou Jerónimo de Sousa,
exemplificando.
"Bastaria
ver o que se passa com os grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros
que operam em Portugal, nomeadamente as empresas do PSI 20 com sede e filiais
na Holanda, na Irlanda ou no Luxemburgo, para onde canalizam milhões do que
chamam operações de planeamento fiscal que mais não são que operações de fuga
legal ao pagamento dos impostos".
Por
isso, concluiu, "o dinheiro existe, mas é criminosamente sonegado aos
povos e à satisfação das suas necessidades."
A
mira do líder comunista esteve também voltada para o PS, com Jerónimo de Sousa
a criticar a anunciada "viragem à esquerda" dos socialistas, agora
liderados por António Costa, considerando essa viragem de "falsa e
ilusória" e vinda de quem "até hoje nada de novo e diferente
apresentou".
Além
disso, segundo o líder do PCP o PS tem "viragens à esquerda em palavras
antes das eleições" para depois "governar à direita e com a
direita".
Mas,
disse, "Portugal não está condenado nem à política de direita nem ao
rotativismo entre PS e PSD com ou sem a bengala e o emplastro do CDS"
porque, salientou, "há uma política alternativa e uma alternativa
política", o PCP.
"PS,
PSD e CDS são os partidos da política de direita e da alternância, são partidos
ligados aos grandes interesses, de que a banca tem posto e disposto, são os
partidos da submissão à União Europeia e ao Euro", explanou.
"Nós
somos o Partido da alternativa. Nós somos o partido ligado aos interesses da
classe operária e de todos os trabalhadores. Nós somos o partido de quem
trabalha e quem produz, independente do grande capital, ao serviço do povo e do
País, nós somos o partido que não aliena a soberania e a independência
nacionais", contrapôs.
Lusa,
em jornal i (ontem) - Foto:
António Cotrim, Lusa
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