Hong
Kong, China, 01 fev (Lusa) -- Milhares de manifestantes pró-democracia são
esperados hoje nas ruas de Hong Kong para o primeiro protesto de grande escala
desde que o movimento "Occupy Central" terminou, em dezembro, ao fim
de mais de dois meses.
A
Frente Civil para os Direitos Humanos, que organiza a marcha convocada para o
início da tarde, espera uma adesão de mais de 50 mil pessoas.
A
polícia da antiga colónia britânica informou que cerca de 2.000 agentes seriam
mobilizados para evitar qualquer atividade ilegal.
As
autoridades também advertiram os manifestantes contra uma eventual nova
ocupação das ruas de Hong Kong, mas nenhuma organização manifestou publicamente
tal intenção.
A
marcha tem arranque previsto para as 13:30 (05:30 em Lisboa).
"Continuamos
a pedir aos residentes para se juntarem ao movimento pró-democracia",
disse Daisy Chan, uma das organizadoras da iniciativa.
A
Frente Civil para os Direitos Humanos organiza a marcha anual de 01 de julho --
data da transferência de soberania de Hong Kong para a China.
Os
protestos, que se traduziram na ocupação, sem precedentes, das ruas de três
bairros ao longo de mais de dois meses, terminaram em dezembro após a
intervenção das autoridades.
A
China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe de Governo é
escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200
pessoas, que seria capaz de escolher o seu líder em 2017.
Contudo,
o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, o "supremo órgão do
poder de Estado" da China anunciou, a 31 de agosto, uma decisão que
prescreve que o chefe do Executivo de Hong Kong será eleito por sufrágio
universal, mas só depois daquilo a que a ala democrata designa de
"triagem".
Isto
porque, ao abrigo da proposta apresentada por Pequim, os aspirantes ao cargo
precisam de granjear o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité
eleitoral para poderem concorrer à próxima eleição, em que apenas dois ou três
candidatos vão ser selecionados.
O
movimento em Hong Kong
surgiu em contestação a essa decisão e, a 28 de setembro, o 'Occupy Central'
iniciou uma campanha de desobediência civil contra a recusa de Pequim em
garantir o sufrágio universal pleno, juntando-se aos protestos estudantis.
Nesse
mesmo dia, milhares de manifestantes paralisaram o centro da cidade e as forças
de segurança recorreram ao uso de gases lacrimogéneo e pimenta para dispersar a
multidão.
Os
protestos pró-democracia mantiveram-se nas ruas até 15 de dezembro.
DM
(FV) // DM
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