Díli,
23 fev (Lusa) - Quase 50 professores que foram contratados em setembro do ano
passado para lecionar em Timor-Leste estão em Portugal, a receber, à espera de
seguir para o país, segundo confirmaram à Lusa alguns dos docentes.
"Somos
quase 50 nestas condições. Fomos colocados em setembro, destacados no início do
outubro. Mas ainda não nos disseram quando é que podemos partir", disse à
Lusa uma das professoras, contratada na zona centro de Portugal e que pediu
para não ser identificada.
É
o segundo ano consecutivo de atrasos no envio, pelo Ministério da Educação
português, dos professores para Timor-Leste, no âmbito do protocolo que prevê o
destacamento de docentes em onze escolas de referência - e mais duas que devem
ser abertas este ano.
Inicialmente,
o Ministério da Educação, em Lisboa, informou os docentes de que o atraso se
devia à falta de protocolo (o anterior terminou em setembro do ano passado) mas
mesmo depois da nova versão ter sido assinada, a 2 de janeiro, os professores
ainda não seguiram para Timor-Leste.
Antonieta
de Jesus coordenadora do Projeto das Escolas de Referência, disse à Lusa, em
Díli, que o processo do envio dos professores "está a ser
finalizado", garantindo que ainda não recebeu qualquer lista com os
docentes.
"Queremos
os professores aqui. Há procedimentos legais a ser seguidos", disse.
"Timor-Leste
paga as viagens, como sempre pagou. Mas até agora Portugal ainda não mandou a
lista dos professores. Assim que enviarem a lista, trataremos das
viagens", garantiu, remetendo mais comentários para os Ministérios da
Educação dos dois países.
O
processo do envio destes professores para Timor-Leste sofre atrasos e problemas
desde o ano letivo passado, quando as escolas de referência viveram sem parte
dos professores previstos durante todo o ano.
Nas
11 escolas existentes - sediadas em 11 capitais de distrito - Bacau, Same,
Maliana, Oe-cusse, Ermera, Aileu, Liquiçá, Lospalos, Suai, Dili e Manaauto e
com mais de 3.500 alunos timorenses - deveriam ter sido colocados 150
professores, mas 60 deles nunca chegaram a Timor-Leste.
"Até
12 de abril (de 2014) tínhamos cá 91 professores. Devíamos ter cá 150. Houve um
reforço de 38 na altura da Páscoa, mas nunca se chegou aos 150", explicou
à Lusa fonte do setor educativo em Díli.
Como
alguns dos professores tinham colocações até 31 de agosto e outros até 31 de
dezembro, houve um grupo de cerca de 40 que acabou por partir logo em julho, de
férias, deixando outra vez apenas 100 em Timor-Leste, número insuficiente para
as escolas.
A
situação tornou-se complicada e a coordenação do Projeto das Escolas de
Referência (agora conhecidas como CAFES) acabou por optar por dar férias a
todos os docentes, deixando as escolas sem aulas.
Timor-Leste
continua, atualmente, a ter apenas cerca de 100 professores no país, faltando
os restantes para completar os requisitos para o funcionamento pleno das
escolas.
O
projeto prevê ainda a abertura, durante o presente ano letivo, de novas escolas
em Viqueque e Ainaro fazendo com que todos os distritos do país fiquem dotados
destas escolas de referência.
Não
há ainda data prevista para que estas aberturas se concretizem.
A
Agência Lusa tentou contactar o Ministério da Educação, em Lisboa, mas até
agora não foi possível.
ASP
// JPS
Sem comentários:
Enviar um comentário