sábado, 28 de março de 2015

Liberdade de imprensa em Hong Kong deteriorou-se em 2014 -- Associação de Jornalistas




Macau, China, 27 mar (Lusa) -- A Associação de Jornalistas de Hong Kong (HKJA, na sigla em inglês) afirmou hoje que a liberdade de imprensa se deteriorou em 2014, devido nomeadamente aos "ataques" durante o movimento 'Occupy'.

O Índice de Liberdade de Imprensa caiu 0,6 para 48,8 pontos -- na perceção do público -- e 3,1 para 38,9 pontos -- na ótica dos jornalistas -, numa escala de 0 a 100, um resultado considerado "preocupante" pela presidente da HKJA, Sham Yee-lan.

"Houve uma série de atos violentos contra jornalistas e casos de autocensura relativamente ao ano passado, contribuindo para uma impressão geral de que a liberdade de imprensa se deteriorou", refere a HKJA no comunicado sobre o relatório hoje divulgado.

A HKJA, que publicou o primeiro índice do tipo no ano passado, compilou os dados recolhidos por um grupo de académicos junto de dois alvos: jornalistas e público em geral. Foram entrevistados 1.035 residentes, com idade igual ou superior a 18 anos, falantes de cantonês, e analisados 537 questionários preenchidos por profissionais da comunicação social durante o mês de janeiro.

"Um total de 51% dos entrevistados acredita que a liberdade de imprensa piorou, 35% acha que não houve mudanças. Os dados relativos às respostas dos jornalistas foram mais preocupantes. Um total de 90% acredita que a liberdade de imprensa piorou e 48% julga ter sofrido um significativo revés. Apenas 1% entende que a liberdade de imprensa melhorou no ano passado", segundo o relatório da HKJA.

Com efeito, tanto jornalistas como público em geral coincidiram na perceção de que a crítica ao governo central, seguida da aos grandes homens de negócios e ao governo de Hong Kong, foram o maior foco de preocupação no âmbito da produção noticiosa.

Sobre atos violentos perpetrados contra jornalistas, ambos os grupos alvo do estudo entenderam que incidentes envolvendo intimidação extralegal ou ataques físicos tenderam a ser comuns.

Segundo a HKJA, "90% dos jornalistas acreditam que o número de ataques contra colegas levados a cabo pelas autoridades aumentou face ao ano anterior".

O inquérito também revela que a perceção é de que o papel de fiscalizador dos meios de comunicação social diminuiu em Hong Kong no ano passado, em linha com a queda da perceção relativa à diversidade de pontos de vista apresentados pelos 'media'.

DM // PJA

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