Portugal – BES. "Nunca mais vou utilizar fisgas contra bazucas e canhões" - advogado

O advogado dos lesados do BES acredita que decisores e clientes vão chegar a um acordo favorável.

Luís Miguel Henrique tem sido um nome associado aos grandes processos de bancos falidos, após ter representado um grupo de lesados do BPP. Segundo o jornal Sol, o advogado vê muitas semelhanças entre o processo do BPP e BES e pretende “conseguir copiar a parte boa”.

“Os dois aparecem em bancos que, não conseguindo financiar no circuito tradicional, começam a colocar dívida no elo mais fraco, na carteira de clientes”, confirma o advogado. As semelhanças continuam se falarmos na “falta de controlo” e nos “erros” de ambas as empresas.

Luís Miguel Henrique não aponta uma solução específica para resolver o problema dos investidores, contudo, acredita que “o mais importante é os decisores terem vontade de resolver a situação”. E quando as entidades relevantes querem encontrar essa solução, será possível que isso aconteça.

Um reembolso total, ainda que faseado, “é um terreno do qual não abdicamos”, mas “a moeda que está em cima da mesa chama-se tempo”, frisa o advogado dos lesados. Luís Miguel Henrique indica que estes clientes se dividem em dois grupos, os que se deslocaram ao banco e cuja literacia financeira é menor e os pequenos e médios empresários, que se basearam na “confiança” no gestor de conta.

No que toca às providências cautelares, Luís Henrique assegura: “nunca mais vou utilizar fisgas contra bazucas e canhões. As ações contra estas autoridades são muito dispendiosas e demoradas”.

O advogado dos lesados do BES acredita que “a CMVM tem mantido essa política de abertura e compreensão”, o Banco de Portugal é a “entidade mais resistente, mais conservadora, mais fechada, e por vezes com tiques de arrogância”. Contudo, o advogado explica que o BdP “terá de assumir as suas responsabilidades” e que “a fatura não pode ir toda parar ao bolso dos clientes que acreditaram na marca e nas pessoas”.

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