A
ilha do Maio está a ficar sem bens de primeira necessidade. O alerta é da
população local que aponta a falta de ligação marítima como causa do problema.
Em
declarações à Rádio Morabeza, o presidente da associação Pro-Morro, Agostinho
Silva, afirmou que a situação está insustentável.
“Há
escassez, os bens estão a reduzir. Os comerciantes estão aflitos porque não
conseguem ir até à cidade Praia comprar mercadorias e os que lá estão não têm
transporte para regressar”, sublinhou o líder associativo.
Agostinho
Silva aponta a deficiente ligação marítima de e para a ilha como causa do
problema.
“A
causa disto tudo está no velho problema da falta de ligação marítima. O navio
veio numa terça–feira, 9 de Junho, e desde então não voltou", explicou à
rádio o presidente da associação.
Também
os criadores de gado estão sem milho e ração para os animais. Segundo o
presidente da Associação de Agricultores do Maio, Manuel Mendonça, a situação é
preocupante.
“Neste
momento não temos um grão de milho na ilha, nem ração. Já estamos a enfrentar
problemas com a falta pasto e de água para o gado. Agora sem milho e sem ração
a situação está a ficar alarmante”, afirmou à Morabeza.
Autarquia aponta
o dedo ao Governo
Perante
isto, o Presidente da Câmara Municipal do Maio defende que o problema dos
transportes de e para a ilha não é novidade e acusa o ministério que tutela o
sector de desrespeitar a população maiense.
“Eu
acho que é um total falta de respeito para com população do Maio. Estamos numa
ilha, temos direito à mobilidade e o governo assumiu o compromisso de garantir
duas ligações marítimas semanais. A população e os operadores económicos estão
a contar com isso”, critica o autarca.
De
acordo com Manuel Ribeiro, a ligação aérea para a ilha também está aquém do
desejado.
“A
TACV faz uma ligação regular na segunda-feira mas na sexta-feira só vêm ao Maio
se não houver passageiros para a ilha do Fogo”, frisa o edil.
Sobre
a escassez de bens de primeira necessidade e de alimento para o gado, Manuel
Ribeiro declara que a situação está crítica.
“Há
pessoas na cidade da Praia desde o dia 9 deste mês à espera de barco para
voltarem. A população, os comerciantes e operadores turísticos estão
desesperados com esta situação. Não é possível acreditar que isto está a
acontecer, é surreal. Espero a resolução da ligação nas próximas horas porque
caso contrário a situação vai agravar-se” realça o autarca.
A
Rádio Morabeza e o Expresso das Ilhas tentaram ouvir a agência Polar, que
assegura a ligação marítima para a ilha. Até ao momento não foi possível obter
qualquer reacção.
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