sábado, 20 de junho de 2015

Hong Kong. NADA VAI FICAR COMO DANTES



José Rocha Dinis – Tribuna de Macau (mo), opinião

Há que reconhecer que era previsível a derrota da proposta de lei que previa a introdução do sufrágio universal nas eleições para o Chefe do Executivo de Hong Kong em 2017.

O Conselho Legislativo de Hong Kong necessitava de uma maioria qualificada de dois terços dos seus 70 membros e, com 27 deputados da ala democrata unidos no voto contra, a ala pró-Pequim estava praticamente condenada.

Dificilmente alguém poderia imaginar, contudo, que 30 deputados apoiantes do Governo decidissem sair da sala antes da votação (seja lá porque razão) deixando oito isolados no voto a favor.

Na política como no desporto, o resultado é que conta: o texto resultante da decisão do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da RPC sobre a reforma política da RAEHK teve o apoio de apenas oito membros do LegCo. O Governo Central dificilmente abrirá o processo do sufrágio eleitoral pelos anos mais próximos, como aliás, foi repetidamente avançado.

Nada vai ficar como dantes: as “ondas de choque” vão-se fazer notar nas relações entre Hong Kong e a RPC, país soberano da Região Administrativa; é de prever que haja “cabeças a rolar” no Governo de Hong Kong e nos seus apoiantes; e mesmo quem em Pequim acompanhou este processo deverá estar hoje muito nervoso.

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