Afropress,
com informações da Folha de S. Paulo
S.
Paulo – Vinte e sete anos após a entrada em vigor da Constituição de 1.988
– a Constituição Cidadã – e depois de 13 anos de Governos de um Partido que se
proclama de esquerda – o PT – o Brasil de 2015 combina desigualdade social, que
deverá se agravar com o ajuste fiscal, segundo os analistas, e supremacia
branca: embora correspondam a apenas 47,7% da população, os brancos constituem
82% das elites profissionais, de acordo com Levantamento feito pelo Jornal
Folha de S. Paulo e publicado na edição desta segunda-feira (08/06).
Nas
categorias adotadas pelo jornal como elites, estão acadêmicos, atores,
deputados, governadores, médicos, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), músicos eruditos, presidentes
de empresas e senadores. O jornal ouviu 1.138 profissionais em postos de
destaque na política, saúde, artes, Judiciário, universidade e política.
Segundo
o Censo do IBGE 2010, que classifica a população como preta, parda, branca,
amarela e indígena, os negros - a soma de pretos e pardos - correspondem a
50,7% (43,1% pardos e 7,6% pretos) - cerca de 102 milhões de brasileiros.
Representam, porém, apenas 18% das elites profissionais.
De
acordo com o Levantamento do Jornal, a mais recente radiografia da desigualdade
sóciorracial do país, os indígenas que, à época do descobrimento, em 1.500,
representavam cerca de 6 milhões de habitantes, divididoss em, pelo menos, mil
nações distintas, não compõem hoje nenhum segmento das elites brasleiras.
Sub-representação
política
A
sub-representação negra acontece em todos os segmentos pesquisados e se mantém
inalterada até mesmo nos cargos que são escolhidos em eleições: entre os 81
senadores, por exemplo, os brancos correspondem a 75,3% da composição do
Senado. Os pardos e pretos são apenas 19,8% e 4,9%, respectivamente. (Na foto
abaixo, o senador Paulo Paim).
A
supremacia branca é acentuada também na Câmara Federal: entre os 513 deputados
eleitos em 2014, 79,9% são brancos; os negros são 15,8% (pardos) e 4,3%
(pretos).
Percentuais
parecidos foram registrados entre os governadores: 74,1% são brancos; 22,2% se
autodeclaram pardos; e 3,7% são amarelos. Não há pretos.
O
dado curioso nessa categoria é que o governador do Piauí, Wellington Dias, do
PT, de traço visivelmente negro/ameríndio se autodeclara de cor amarela.
Mundo
das empresas
Entre
os representantes das 20 maiores empresas do Brasil (entre as quais a
Petrobrás, Carrefour, Fiat, Walmart, Wolkswagen, Oi, Ambev e os grupos Gerdau e
Braskem) de acordo com o ranking Valor 1000 2014, 95% se autodeclaram brancos,
contra apenas 5% de pardos. Não há negros.
Nos
Tribunais
Nos
Tribunais a presença branca é acachapante: no STJ chega a 86,2% contra apenas
10,3% de pardos e 3,4% de pretos. Na mais alta corte de Justiça, o Supremo
Tribunal Federal, 100% dos 11 ministros são brancos e assim se declaram. (Na
foto ao lado, a professora Eunice Prudente, que chegou a ocupar por um breve
período, a Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania de S. Paulo).
Também
entre os médicos que presidem Conselhos Regionais de Medicina dos Estados
(CRM), nos Estados da Federação e no Distrito Federal não há pretos: 75% são
brancos; 21,4% são pardos, e 3,6% são amarelos.
Novelas
e Academia
Nas
artes, 84,6% dos atores das cinco novelas inéditas em exibição na rede aberta,
são brancos: apenas 6,9% são pretos, 8,1% são pardos; e 0,4% amarelos. (Na foto
da capa, o ator Ailton Graça).
Na
categoria músicos eruditos da Orquestra Sinfônica de S. Paulo, 79,2% são
brancos; 12,5% pardos, 5% pretos, 0,8% indígenas, e 2,5% amarelos. S. Paulo tem
uma população negra (preta e parda) de 34,6%, de acordo com a Fundação
Seade.(Na foto ao lado, a cantora lírica, Érika Muniz).
No
mundo acadêmico, entre os reitores e vice-reitores das 25 universidades melhor
avaliadas no Ranking Universitário Folha, 89,8% são brancos; 8,2% são
pardos e 2% são pretos.
Veja o vídeo
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