domingo, 23 de agosto de 2015

Portugal. PCP acusa PSD e CDS de esconderem novos cortes que querem fazer




O secretário-geral do PCP desafiou hoje os partidos da coligação a apresentarem os números relativos à carga fiscal dos últimos quatro anos e acusou-os de não serem transparentes quanto às suas propostas para o país.

"Porque é que o PSD e o CDS, o Governo, tardam em apresentar as contas em relação à carga fiscal, às consequências das medidas que tomaram em termos de fiscalidade?", questionou hoje Jerónimo de Sousa, num piquenique da coligação CDU em Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira.

O secretário-Geral do PCP disse ainda que a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) sofre de falta de transparência quanto às propostas para a próxima legislatura.

"Paulo Portas, no seu estilo habilidoso, diz que não precisam de apresentar contas e propostas aos portugueses, porque já apresentaram em Bruxelas. Tem graça, essas dizem lá que é preciso cortar mais 600 milhões na Segurança Social, nas reformas e pensões, e cortar mais 300 milhões de euros nos serviços públicos. Digam que é isso que querem, aos portugueses!", desafiou.

"Uns e outros escondem as contas", acusou o líder do Partido Comunista e cabeça-de-lista da CDU nas legislativas de 04 de outubro.

Jerónimo de Sousa fez, no comício de hoje, um balanço negativo dos últimos quatro anos de Governo PSD/CDS, referindo, como exemplo, os cortes de 600 mil abonos de família, aumento do desemprego e dos vínculos precários, para considerar: "Passos Coelho não se limitou a fazer pouco pelos portugueses, Passos Coelho e o Governo PSD/CDS fizeram pouco dos portugueses".

Sobre um acordo com o PS, voltou a dizer que a CDU nunca recusa um "díálogo sincero, de compromisso", mas disse ser difícil um entendimento com um partido que é "vítima das suas contradições" e deu como exemplo as diferentes posições face ao Tratado Orçamental, à negociação da dívida pública ou aos direitos laborais.

Jerónimo de Sousa criticou, em específico, ainda a intenção do PS de baixar a Taxa Social Única (TSU) dos trabalhadores para a Segurança Social, afirmando que o que o PS não diz é que "os trabalhadores agora descontam menos, mas quando chegar à idade da reforma a pensão será mais baixa".

Neste comício após o piquenique, em Vialonga, o dirigente comunista fez questão de dizer que, nas legislativas de 04 de outubro, o que está em causa não é eleger o primeiro-ministro - essa é "uma ideia que serve ao PSD e PS" - mas eleger 230 deputados para a Assembleia da República, que é o local onde "se formam acordos, entendimentos, relações de força", garantindo que o PCP e Os Verdes podem ter aí uma posição determinante e que, desse modo, o país ficará "mais próximo de uma alternativa política".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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