O
secretário-geral do PCP desafiou hoje os partidos da coligação a apresentarem
os números relativos à carga fiscal dos últimos quatro anos e acusou-os de não serem
transparentes quanto às suas propostas para o país.
"Porque
é que o PSD e o CDS, o Governo, tardam em apresentar as contas em relação à
carga fiscal, às consequências das medidas que tomaram em termos de
fiscalidade?", questionou hoje Jerónimo de Sousa, num piquenique da
coligação CDU em Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira.
O
secretário-Geral do PCP disse ainda que a coligação Portugal à Frente
(PSD/CDS-PP) sofre de falta de transparência quanto às propostas para a próxima
legislatura.
"Paulo
Portas, no seu estilo habilidoso, diz que não precisam de apresentar contas e
propostas aos portugueses, porque já apresentaram em Bruxelas. Tem graça,
essas dizem lá que é preciso cortar mais 600 milhões na Segurança Social, nas
reformas e pensões, e cortar mais 300 milhões de euros nos serviços públicos.
Digam que é isso que querem, aos portugueses!", desafiou.
"Uns
e outros escondem as contas", acusou o líder do Partido Comunista e
cabeça-de-lista da CDU nas legislativas de 04 de outubro.
Jerónimo
de Sousa fez, no comício de hoje, um balanço negativo dos últimos quatro anos
de Governo PSD/CDS, referindo, como exemplo, os cortes de 600 mil abonos de
família, aumento do desemprego e dos vínculos precários, para considerar:
"Passos Coelho não se limitou a fazer pouco pelos portugueses, Passos
Coelho e o Governo PSD/CDS fizeram pouco dos portugueses".
Sobre
um acordo com o PS, voltou a dizer que a CDU nunca recusa um "díálogo
sincero, de compromisso", mas disse ser difícil um entendimento com um
partido que é "vítima das suas contradições" e deu como exemplo as
diferentes posições face ao Tratado Orçamental, à negociação da dívida pública
ou aos direitos laborais.
Jerónimo
de Sousa criticou, em específico, ainda a intenção do PS de baixar a Taxa
Social Única (TSU) dos trabalhadores para a Segurança Social, afirmando que o
que o PS não diz é que "os trabalhadores agora descontam menos, mas quando
chegar à idade da reforma a pensão será mais baixa".
Neste
comício após o piquenique, em Vialonga, o dirigente comunista fez questão de
dizer que, nas legislativas de 04 de outubro, o que está em causa não é eleger
o primeiro-ministro - essa é "uma ideia que serve ao PSD e PS" - mas
eleger 230 deputados para a Assembleia da República, que é o local onde
"se formam acordos, entendimentos, relações de força", garantindo que
o PCP e Os Verdes podem ter aí uma posição determinante e que, desse modo, o
país ficará "mais próximo de uma alternativa política".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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