O
candidato presidencial Paulo Morais considerou terça-feira à noite que o
dinheiro dos "grandes depositantes" do Banif não está garantido,
defendendo que o Estado Português tem de rever a sua relação com a banca.
"Eu
acho que os pequenos depositantes do Banif estão garantidos, mas os grandes
depositantes obviamente não estão garantidos, como, infelizmente, ninguém
parece estar garantido em Portugal quando tem dinheiro no banco, porque a
qualquer momento pode haver problemas", declarou o candidato na
terça-feira à noite, no Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, no Porto.
Na
sua opinião, o Estado Português tem de rever a sua relação com a banca, porque
há "sempre más surpresas" com os bancos, "desde o BPN, BES, BPP
e, agora, o Banif".
Para
o candidato a Belém, o que tem acontecido prende-se com uma "falta de
regulação", sustentando que o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de
Valores Mobiliários (CMVM) não têm cumprido o seu papel porque estão
"muito governamentalizados".
"No
meu ponto de vista, as entidades reguladoras devem, em qualquer setor, ter uma
dependência mais orgânica da Presidência da República, que é, obviamente, um
organismo muito mais independente", vincou.
O
candidato acrescentou que, "quando os bancos dão lucros, esse são
distribuídos pelos acionistas, quando as coisas correm mal, os prejuízos vão
para o povo português e isto tem de deixar de acontecer, tendo o Estado
Português de intervir".
No
domingo à noite, a TVI e o Público noticiaram que o Estado está a estudar a
aplicação de uma medida de resolução na instituição financeira e que poderá
haver uma decisão ainda esta semana.
Essas
informações levaram o Ministério das Finanças a publicar uma nota, ao início da
madrugada de segunda-feira, a afirmar que está a acompanhar a situação do
Banif, nomeadamente a tentativa de venda do banco a um investidor estratégico e
a garantir que irá proteger os depositantes.
O
Banif emitiu depois um comunicado ao mercado, a dizer que qualquer cenário de
resolução ou imposição de uma medida administrativa não tem "sentido ou
fundamento".
O
primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje, depois de ter recebido em São
Bento os diferentes líderes parlamentares, que está garantida a integridade do
dinheiro dos depositantes no Banif, independentemente dos montantes envolvidos,
e deixou uma mensagem de confiança no sistema financeiro português.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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