sábado, 10 de janeiro de 2015

GORBACHEV ALERTA QUE O CONFLITO NA UCRÂNIA PODE LEVAR A GUERRA NUCLEAR




Em entrevista à revista alemã, ex-líder soviético diz que tentativas ocidentais de enfraquecer a Rússia foram "estúpidas e perigosas". "Nós não iremos sobreviver se alguém perder a cabeça na atual tensão", enfatiza.

Em uma entrevista à revista semanal alemã Der Spiegel, o ex-líder soviético de 83 anos de idade, Mikhail Gorbachev, disse que a crise na Ucrânia pode findar em uma guerra de grande escala na Europa ou até mesmo num conflito nuclear. "Nós não iremos sobreviver se alguém perder a cabeça na atual tensão", enfatizou Gorbachev.

O vencedor do Prêmio Nobel da Paz descreveu a "perda de confiança" entre a Rússia e o Ocidente como "catastrófica", e disse que os laços precisam ser "descongelados". Gorbachev acusou o Ocidente e a Otan de destruir a estrutura de segurança europeia expandindo a sua aliança. "Nenhum chefe do Kremlin pode ignorar uma coisa dessas", analisou, acrescentando que os Estados Unidos estavam "infelizmente" começando a estabelecer um "mega-império".

O homem visto como peça-chave na reunificação alemã, em 1990, também acusou a Alemanha de interferir na crise da Ucrânia. "A nova Alemanha quer suas mãos em todas as 'tortas'. Parece haver uma grande quantidade de pessoas que querem estar envolvidas em uma nova divisão da Europa", argumentou.

"A Alemanha já tentou expandir sua influência de poder através do Oriente, na Segunda Guerra Mundial. Será que ela precisa realmente de outra lição?", indagou Gorbachev. Ele afirmou que tentativas ocidentais de enfraquecer o presidente russo Vladimir Putin e de desestabilizar a Rússia foram "bastante estúpidas e extremamente perigosas".

Gorbachev defendeu a anexação russa da península da Crimeia, no ano passado, mas criticou o estilo autoritário de liderança do presidente russo. Ele disse que a Rússia precisava de eleições livres e "a participação do povo em eleições livres".

"Simplesmente é inaceitável quando alguém como o blogueiro e político Alexei Navalny está sob prisão domiciliar por expressar suas opiniões contra a corrupção", salientou o ex-líder soviético ao magazine alemão.

Advertências recentes

Em meses recentes, Gorbachev alertou diversas vezes sobre uma guerra nuclear, como, por exemplo, em um artigo do diário russo Rossiyskaya Gazeta, publicado em 11 de dezembro. "A situação na Europa e no mundo é extremamente alarmante. O resultado dos acontecimentos que ocorreram nos últimos meses, é uma perda catastrófica de confiança em relações internacionais." Ele pediu que Rússia e os EUA, assim como Rússia e a União Europeia, mantivessem as conversações "sem condições prévias" e sem medo de "perder a cara".

"Temos que pensar no futuro", disse o ex-líder.

Na próxima segunda-feira (12/01), os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, França, Rússia e Ucrânia têm encontro marcado em Berlim para iniciar mais uma tentativa de encerrar o impasse no conflito ucraniano. Os ministros devem discutir a possibilidade de uma cúpula de líderes dos quatro países no Cazaquistão, em 15 de janeiro, seguindo a sugestão do governo de Kiev.

PV/dpa/rtr – Deutsche Welle

Al Qaeda na Península Árabe ameaça França com novos ataques terroristas




Membro da organização terrorista avisa que população francesa "não estará em segurança enquanto combater Alá, seu mensageiro e seus fiéis". Segundo ele, "soldados de Deus ensinaram o limite da liberdade de expressão".

Um dirigente de alto escalão da organização terrorista Al Qaeda na Península Árabe (Aqap) ameaçou a França com novos ataques em um vídeo divulgado nesta sexta-feira (09/01), segundo o serviço americano de vigilância de sites islâmicos na internet SITE.

Na mensagem, o especialista na sharia na Aqap, Harith al-Nadhari, avisou que a população francesa "não estará em segurança enquanto combater Alá, seu mensageiro e seus fiéis". "É melhor vocês pararem com suas agressões contra muçulmanos para que assim, talvez, possam viver em segurança", ameaçou.

"Alguns dos filhos da França foram desrespeitosos com os profetas de Alá. Assim um grupo de soldados fiéis de Alá marchou até eles e os ensinaram respeito e o limite da liberdade de expressão", concluiu Al-Nadhari.

O dirigente, no entanto, não reivindicou a autoria da série de ataques terroristas perpetuados nos últimos três dias na França que deixaram 19 mortos – incluindo os autores dos ataques – e ao menos 20 feridos. Porém, um dos suspeitos do atentado ao semanário satírico Charlie Hebdo, Cherif Kouachi, estudou no Iêmen, onde frequentou campos de treinamento da Aqap, segundo fontes de segurança iemenitas e um colega de classe.

Hollande saúda megaoperações policiais em Paris

Em pronunciamento à nação, também nesta sexta-feira, o presidente François Hollande elogiou o trabalho policial nas duas operações que encerraram dois sequestros simultâneos e conectados, mas afirmou que a França ainda não está livre de ameaças terroristas.

Nesta sexta-feira, duas ações policiais encerraram dois sequestros. Um em Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 km de Paris, quando a polícia invadiu uma fábrica onde os irmãos Kouachi, considerados os autores do massacre na redação do Charlie Hebdo, estavam escondidos. Os dois foram mortos na ação. O refém que eles mantinham em seu poder foi resgatado a salvo.

Já no leste de Paris, um sequestrador, identificado por parte da imprensa francesa como Amedy Coulibaly, também foi morto. Ele mantinha mais de uma dúzia de reféns em um mercado de produtos judaicos.

PV/afp/dpa/rtr – Deutsche Welle

QUEM ORDENOU O ATAQUE CONTRA O CHARLIE HEBDO?




Enquanto muitos franceses reagem ao atentado contra o Charlie Hebdodenunciando o islamismo e manifestando-se nas ruas, Thierry Meyssan sublinha que a interpretação jiadista é impossível. Embora ele tivesse todo o interesse em denunciar isto também como uma operação da Al-Qaida, ou do Daesh, ele vislumbra uma outra hipótese, muito mais perigosa.


A 7 de janeiro de 2015, em Paris, um comando irrompeu nas instalações da Charlie Hebdo e assassinou 12 pessoas. Outras 4 vítimas estão ainda em estado grave.

Nos vídeos ouve-se os atacantes gritar «Alá Akbar!», já que eles «vingaram Maomé». Uma testemunha, a desenhadora Coco, afirmou que eles se reclamavam da Al-Qaida. Não foi preciso mais para que muitos franceses o denunciassem como um atentado islamita.

A missão deste comando não tem nenhuma ligação com a ideologia jiadista

Com efeito, membros ou simpatizantes da Irmandade Muçulmana, da al-Qaida ou do Daesh (Exército Islâmico- ndT) não se contentariam apenas em matar cartunistas ateus, eles teriam primeiro destruído os arquivos do jornal à frente dos seus olhos, seguindo o modelo do que fizeram em todas as suas actuações no Magrebe e no Levante. Para os jiadistas, o primeiro dever é o de destruir os objectos que, segundo eles, ofendem a Deus, e só depois punir os «inimigos de Deus».

Da mesmo modo não teriam recuado de imediato, fugindo da polícia, sem ter completado a sua missão. Eles teriam, pelo contrário, terminado a sua missão mesmo que tivessem de morrer no local.

Além disso, os vídeos e alguns dados mostram que os atacantes são profissionais. Mostram ser proficientes no manejo das suas armas e só atiraram pela certa. Eles não estavam fardados à moda dos jihadistas mas, sim, como comandos militares.

O modo como executaram no solo um policia ferido, que não representava nenhum perigo para eles, atesta que a sua missão não era a de «vingar Maomé» por causa do humor ácido do Charlie Hebdo.

Esta operação visa criar o início de uma guerra civil

O facto dos assaltantes falarem bem francês, ou que eles sejam provavelmente franceses, não permite concluir que este ataque seja um episódio franco-francês. Pelo contrário, o facto de eles serem profissionais deve forçar-nos a distingui-los de possíveis patrocinadores. E nada prova que estes últimos sejam franceses.

É um reflexo normal, mas intelectualmente errado, considerar que assim que somos atacados poderemos reconhecer, de imediato, os nossos agressores. É o mais lógico quando se trata de criminalidade normal, mas é errado quando se trata de política internacional.

Os Comanditários deste atentado sabiam que ele provocaria uma fractura entre os Franceses muçulmanos e os Franceses não-muçulmanos. O Charlie Hebdo tinha-se especializado nas provocações anti-muçulmanas e a maioria dos muçulmanos em França foram directa ou indirectamente visados. Se os muçulmanos da França condenarão, sem nenhuma dúvida, este ataque, já lhes será difícil mostrar tanta pena pelas vítimas como os leitores do jornal. Esta situação será entendida por alguns como uma cumplicidade com os assassinos.

É por isso que, mais do que considerar este atentado extremamente mortífero como uma vingança islamista contra o jornal que tem publicado as caricaturas de Maomé e multiplicado as «actualidades» anti-muçulmanas, seria mais lógico considerar que ele é o primeiro episódio de um processo visando criar uma guerra civil.

A estratégia de «choque de civilizações» foi concebido em Telavive e Washington

A ideologia e a estratégia da Irmandade Muçulmana, Al-Qaida ou do Daesh, não preconiza a criação de guerra civil no «Ocidente» mas sim, pelo contrário, criá-la no «Oriente» e separar herméticamente os dois mundos. Nunca Saïd Qotb, nem nenhum dos seus sucessores, apelaram para se provocar confrontos entre muçulmanos e não- muçulmanos em casa destes últimos.

Contrariamente, a estratégia do «choque de civilizações» foi formulada por Bernard Lewis para o Conselho de Segurança Nacional norte-americano, depois vulgarizada por Samuel Huntington não mais como uma estratégia de conquista mas como uma situação previsível [1]. Ela visava persuadir as populações-membro da Otan do confronto inevitável, que tomou preventivamente a forma de «guerra ao terrorismo».

Não é no Cairo, ou em Riade, ou em Cabul, que se defende o «choque de civilizações», mas em Washington e Telavive.

Os comanditários do ataque contra o Charlie Hebdo não procuraram satisfazer jiadistas ou talibãs mas, sim, neo-conservadores ou falcões liberais.

Não esqueçamos os precedentes históricos

Devemos lembrar-nos que, no decurso dos últimos anos, temos visto os serviços especiais norte-americanos ou da Otan: 

- testar em Franc
̧a os efeitos devastadores de certas drogas em populações civis [2];
- ter dado apoio a
̀ OAS (Organization Armée Secrete -ndT) para tentar assassinar o presidente Charles De Gaulle [3] ;
- realizar ataques de falsa bandeira, contra civis, em vários Estados-Membros da Otan [4].

Devemos lembrar-nos que, desde o desmembramento da Jugoslávia, o estado-maior norte-americano experimentou, e pôs em prática, em muitos países a sua estratégia de «lutas de cães». Ela consiste em matar membros da comunidade maioritária (majoritária-br), depois elementos de minorias, fazendo atribuir as culpas a uns e outros, cruzadamente, até que todos estejam convencidos de estar em perigo de morte. Esta foi a maneira como Washington provocou a guerra civil tanto na Jugoslávia como, recentemente, na Ucrânia [5].

Seria muito avisado os Franceses lembrarem-se, também, que não foram eles quem tomou a iniciativa da luta contra os jiadistas em retoro da Síria e do Iraque. Aliás, até ao momento, nenhum deles cometeu o menor atentado em França, não sendo o caso de Mehdi Nemmouche o de um terrorista solitário mas, sim, o de um agente encarregue de executar, em Bruxelas, dois agentes da Mossad [6] [7]. Foi Washington quem convocou, a 6 de Fevereiro de 2014, os ministros do Interior da Alemanha, dos E.U.A, da França (O Sr. Valls fez-se representar), da Itália, da Polónia e do Reino Unido para fazer do retorno de jiadistas europeus uma questão de Segurança nacional [8]. Foi somente após esta reunião que a imprensa francesa abordou este assunto, e que, a seguir, as autoridades começaram a reagir.

Nós ignoramos quem comanditou esta operação profissional contra o Charlie Hebdo, mas, não nos deveremos deixar embalar. Deveremos considerar todas as hipóteses e admitir que, nesta fase, o seu objectivo mais provável é a de nos dividir; e que os seus mais provaveis patrocinadores estão em Washington.

Voltaire net - Tradução: Alva

*Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008).

Angola: ELES COMPRAM PARA “ASSASSINAR” A LIBERDADE DE IMPRENSA



Folha 8 Digital (ao), 10 dezembro 2015

Depois de um tempo em obras ditas de reestrutu­ração e a pe­dido daqueles que sempre que ouvem falar de liberdade puxam da pistola, o Semaná­rio Angolense foi assassina­do. Os donos disto tudo não brincam em serviço.

Como revelou a Voz da América, o antigo director de Informação, Agostinho Rodrigues, confirma o en­cerramento do Angolense, mas diz desconhecer quem são os novos proprietários do espólio nem que destino terá.

Outro jornalista que fica no desemprego com o encer­ramento do jornal é Makuta Nkondo, que conta como soube da notícia: “Dois dias antes do Natal comunica­ram-nos o fecho definitivo do jornal, com o formato actual, e pagaram-nos três meses de salários contra os demais que nos deviam e sem o décimo terceiro”.

Makuta Nkondo disse à VOA que o salário base de um jornalista no jornal era de 48 mil cuanzas, o equi­valente a 480 dólares, e não houve qualquer negociação para efeitos de indemniza­ção.

O jornalista acredita que esta é mais uma medida para silenciar a imprensa no país. E é mesmo. Aliás, corresponde à suprema es­tratégia do regime, que pre­tende uniformizar a forma de os angolanos pensarem. E como os jornalistas (não confundir com os sipaios e mercenários que trabalham em meios de comunicação social) pensam, a melhor forma de os reeducar é pelo desemprego ou, ainda, por os levar a chocar com algu­mas balas perdidas.

Makuta Nkondo diz: “Sig­nifica que neste momento o único jornal privado e in­dependente que sobrou é o Folha 8, de William Tonet. O MPLA pretende impor­-nos o Jornal de Angola, que eu considero de Pravda, a Radio Nacional de Angola, que é a rádio Moscovo, e a TPA, autêntica televisão so­viética”.

Segundo Nkondo, “os ditos privados como a rádio Des­pertar, da UNITA, e rádio Eclésia, da Igreja Católica, fazem a mesma coisa com listas de pessoas proibidas de falar, como eu próprio que estou proibido de falar na Despertar e na Eclésia”.

Por sua vez, Teixeira Cân­dido, porta-voz do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, diz que o foram apanhados de surpresa.

“Não acredito que alguém compre um título para ex­tingui-lo um ano depois, isto deixa o Sindicato surpreso e estupefacto com isto de comprarem jornal e depois guardar na gaveta, não é uma situação normal”, con­sidera Teixeira Cândido, para quem “de certo modo é um ambiente de intran­quilidade para a classe jor­nalística e para o próprio jornalismo”.

Um dos directores do refe­rido jornal, Joaquim Maciel, assegurou à VOA que não conhece quem são os no­vos donos e nem sabe que futuro reserva a publicação reestruturada.

A verdade é que o regime gizou, nos últimos anos, uma estratégia para “assas­sinar” a imprensa privada, cuja pujança assentava em títulos de vários proprietá­rios. Pensava-se então que Angola caminhava para a democracia e para ser um Estado de Direito.

Preocupado com a diver­sidade de opinião, muitas descomprometidas com as amarras do poder, o go­verno/MPLA nada mais fez do que estabelecer uma OPAC (Oferta Pública de Aquisição Coerciva) sobre os meios de comunicação sociais privados.

Ou seja, Semanário Ango­lense (com uma cláusula, impedindo os seus jornalis­tas de voltarem a escrever, durante um longo período); A Capital; Agora; Indepen­dente e Factual (ambos li­gados a agentes da Seguran­ça de Estado); Angolense; Novo Jornal; Continente.

Com a aquisição destes ór­gãos e o controlo absoluto, total e inequívoco dos meios de comunicação sociais públicos: Rádio Nacional, Jornal de Angola, Televisão de Angola (canal II e TPA Internacional, entregues sem concurso público a dois filhos do Presidente da Re­pública, Tchizé dos Santos, também deputada, e Zédu dos Santos) e ANGOP – Agência de Notícias, o regi­me deixou de ter na impren­sa um elemento fiscalizador e de denúncia, porquanto agora tudo é a voz do dono.

Nesta selva a única excep­ção é o Folha 8, alvo de to­das as perseguições e chan­tagens, destacando-se os 98 processos judiciais conheci­dos contra o nosso director, William Tonet. Conhecidos porque deverão haver mui­tos outros, assinados em branco, prontos a saltarem da gaveta dos donos do país.

Com esta estratégia que contraria a Lei de Imprensa e das sociedades comerciais, que proíbem a existência de monopólios, foram criados, com um toque de mágica, vários grupos empresariais de homens do poder, sem qualquer capital financei­ro, mas munidos apenas de capital partidocrata, como arma bastante para escan­carar as portas do Banco Es­pirito Santo e de lá tirarem os milhões de dólares para corromper jornalistas e ad­quirir os seus jornais.

Milhões esses que também se estenderam a Portugal, onde são cada vez mais as empresas de comunicação social que estão nas mãos de homens do regime e que, como outras, também aju­dam a branquear o que for necessário.

Todos nos recordamos que uma legião de gestores e jornalistas portugueses, fo­ram então desembarcando por cá para dirigir as novas pérolas dos dirigentes ango­lanos, com salários choru­dos, nunca antes praticados no mercado, tudo visando matar a liberdade de im­prensa e de expressão e as­sim amordaçar a incipiente democracia.

Porquê os Jornalistas? Por­que a verdade é incómoda.

Em Angola, mas não só, ape­sar da guerra que o Gover­no-regime move aos Jorna­listas, não faltam ministros, deputados e políticos em geral (todos de pistola no bolso) a dizer que a liberda­de de Imprensa é um valor sagrado. Sagrado sim desde que não toque nos interes­ses instalados, desde que só diga a verdade oficial.

No tempo em que existiam Jornalistas, dizia-se que se o jornalistas não procura saber o que se passa é um imbecil, e que se sabe o que se passa e se cala é um cri­minoso.

Hoje, o “jornalista” que não procura saber o que se pas­sa é inteligente, e o que sabe o que se passa e se cala é um óptimo assessor, depu­tado, administrador ou até ministro.

Angola: REMEMBER 2014, A NOSSA POBREZA E A CORRUPÇÃO DELES (I)



ISABEL A MULATINHA ZUNGUEIRA DOS OVOS DE “OURORRUPÇÃO”

William Tonet – Folha 8 Digital (ao), 10 de Janeiro 2015

Hoje é um novo dia de um novo ano, 2015.

Os angolanos jamais dormirão descansados, depois das agruras de 2014.

O petróleo criou uma crise, di­zem os mesmos políticos que ontem disseram, lembram-se?; Angola está blindada e a cri­se não atravessará as nossas fronteiras.

Quimera!

A má gestão, a delapidação do erário público, a privatiza­ção partidocrata da justiça, a banalização da Constituição, a discriminação, os assassina­tos selectivos e a corrupção foram as grandes imagens de marca.

Veja estes dados e comente:

No 14 de Abril de 2011, o Presi­dente de Angola, José Eduardo dos Santos disse:

“Dizem, por exemplo, que há pobreza no país. Nunca ninguém disse que não há e esta situação não é recente. Quando eu nasci e mesmo quando os meus falecidos pais nasceram já havia mui­ta pobreza na periferia das cidades, nos musseques, no campo, e nas áreas rurais. (…)

Foi no musseque e no campo, nesse mundo de pobreza, que a maior parte de nós nasceu, cresceu e forjou a sua perso­nalidade(...) Conhecemos a origem da pobreza em Ango­la. Não foi o MPLA nem o seu Governo que a criou. Esta é uma pesada herança do co­lonialismo e uma das causas que levou o MPLA a conduzir a nossa luta pela liberdade e para criar o ambiente políti­co necessário para resolver esse grave problema”.

Assim falou Dos Santos, mas pouco tempo depois, 22 de Ja­neiro de 2013, surge a notícia da Forbes: A filha mais velha do presidente de Angola, Isa­bel dos Santos, de 40 anos de idade, tornou-se na primeira bilionária africana, com uma fortuna avaliada em mais 3 (três) mil milhões de dólares”, actualmente, dizem rondar os 7 mil milhões...

É obra de quem herdou dos avós e pai, uma casinha de madeira, que ruiu antes da reconstrução, mais uma ca­poeira com uma galinha que punha ovos de ouro…

E foi, com eles que Luanda viu desfilar, nas suas ruas, uma franzina mulatinha, com ba­laio na cabeça zungando é ovo é ovooooééééééé…

Na realiade só as más línguas é que não reconhecem ser Isabel dos Santos, na sendo do progenitor, pobre. Muito pobre. Quilometricamente pobre…

Pobre de rica... contra os mais de 20 milhões de reais pobres autóctones, que não têm se­quer, USD 1,00 (um dólar) dia para comprar uma caneca de fuba e lombi.

Mas, em abono da verdade, ela justifica, magistralmente, a proveniência dessa rique­za, com base no artigo 127.º da Constituição. “1. O Pre­sidente da República não é responsável pelos actos praticados no exercício das suas funções, salvo em caso de suborn, traição à Pátria e pratica de crimes definidos pela presente Constituição como imprescritíveis e in­susceptíveis de amnistia”.

O caro leitor ainda tem dúvi­das? Acompanhe.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, or­denou que o Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, orienta-se uma reunião do Conselho de Ministros, com os seus auxiliares, no dia 02 de Julho de 2014, para apro­varem o texto do cidadão José Eduardo dos Santos, enviado ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, por coincidência, pai de Isabel dos Santos, para ajustar o seu ven­cimento mensal, que inclui o salário base e despesas de re­presentação, fixado em Kwan­zas 994.376,44 (novecentos e noventa e quatro mil, trezen­tos e setenta e seis e quarenta e quatro cêntimos), cerca de USD 10.197,00 (dez mil, cento e noventa e sete dólares). Hi­gienicamente, está justificada a riqueza de Isabel dos Santos.

*(Será premiado o leitor que conseguir enviar-nos uma foto com Isabel dos Santos a vender ovos, nas ruas de Luanda e outra a ser agarra­da, espancada e roubada, elos “agentes/fiscais gatunos” dos Serviços de Fiscaliza­cão).


MAKUTA NKONDO: “NÃO HÁ OPOSIÇÃO EM ANGOLA”




Jornalista diz que Governo é árbitro e jogador. O maior problema de Angola é a “fragilidade da oposição” que não existe, disse o jornalista e comentarista angolano Makuta Nkondo.

Voz da América, em Angola Fala

Num animado “Angola Fala Só”, na VOA, e no espírito que lhe é habitual de palavreado frontal e controverso, Makuta Nkondo teceu duras criticas ao Governo do MPLA que apelidou de “ladrões e corruptos”, mas colocou de parte a possibilidade da oposição partidária poder mudar a situação no país.

“A Unita foi domesticada”, disse acrescentando que a Casa-CE é “um castelo de areia pronto a desmoronar-se”, que vive “à custa do nome de Abel Chivukuvu”, enquanto o PRS é um partido de caracter tribal “dos tchokwes”.

A oposição, disse, “fala, mas com as mãos debaixo da mesa a pedir esmolas”.

“A oposição é débil, corrupta, luta mais pelos seus interesses pessoais do que pelo interesse dos angolanos”, atirou Nkondo.

Interrogado por um ouvinte sobre como é que via uma alternância de poder se não acredita na oposição, Makuta Nkondo disse que “para grandes males grandes remédios,” advogando  manifestações de rua em todo o pais como sucedeu no Burkina Faso.

O jornalista angolano considerou que as eleições nunca  poderão resultar numa alternância de poder  porque “o MPLA é jogador e árbitro”.

“A Comissão Nacional de Eleições, os tribunais, é tudo deles”, afirmou.

Durante a hora de conversa com os ouvintes, Makuta Nkonda critcou asperamente o Governo e afirmou que Angola nunca deixará de ser dependente do petróleo porque para os governantes “é mais fácil controlar isso do que outros ramos da economia".

“O petróleo é deles, eles é que são os donos”, disse interrogando-se sobre como é que os angolanos envolvidos no negócio do petróleo  obtiveram o capital necessário para esses investimentos?

“Roubaram o dinheiro do povo para poderem investir no petróleo”, acusou Makuta Nkondo.

Interrogado sobre o massacre ocorrido em Paris esta semana quando dois islamitas armados atacaram a redacção do semanário Charlie Hebdo, o jornalista respondeu: “Fiquei chocado e continuo a estar chocado”.

“Não consigo imaginar como é que jovens daquela idade podem ter um coração satânico”, concluiu o jornalista Makuta Nkonda.


Angola: TRABALHO E CONHECIMENTO



Jornal de Angola, editorial

A actividade  agrícola e pesqueira são incentivadas pelo Executivo, no quadro da diversificação da  produção, uma das nossas grandes apostas, com vista a revitalizarmos actividades produtivas  que podem relançar definitivamente a economia não petrolífera.

É inegável que a queda do preço do petróleo nos vai obrigar a ser criativos nas nossas opções, quando tivermos de decidir sobre o que é melhor para as nossas vidas em termos de produção. Já é um dado adquirido que não convém estarmos muito dependentes  do petróleo, até porque temos no nosso país outras fontes geradoras de riqueza. É acertado que se comece a ver a agricultura e as pescas  como sectores de actividade que podem ser decisivos no processo de fortalecimento da economia.

Se temos terras férteis e uma zona marítima alargada, se podemos aumentar a nossa capacidade  para potenciarmos a produção agrícola e pesqueira, não faz sentido ficar agarrados a apenas um recurso natural , o petróleo, com  os problemas  que uma imprevisível queda de preços pode causar. Em face de um contexto de redução de receitas do Estado, necessárias para financiar  investimentos públicos, importa reflectir sobre os rumos que podem assegurar   sustentabilidade  à economia , em particular sobre o que é necessário fazer para dar um verdadeiro impulso  a actividades produtivas às quais não se dava até aqui a devida atenção. É certo que faltam em Angola instituiçõe especializadas s, técnicos e empresários experientes  para  ajudar a traçar planos exequíveis de diversificação  da economia. Mas também é certo que temos capacidade para adquirir a massa crítica que falta, enquanto não existe a nacional.

Aberto o debate sobre  a necessidade de diversificação da economia , é importante iniciar a construção dos caminhos que temos de percorrer para desenvolvermos  as pescas e a agricultura , que são áreas que podem fazer crescer o Produto Interno Bruto e têm um papel insubstituível no combate à pobreza e às desigualdades. Há muitas ideias sobre a diversificação da economia que têm sido expressas por técnicos, empresários e políticos, mas é necessário que as universidades se juntem também a  esse debate, pois  elas, sendo centros do saber, podem dar um valioso contributo à busca de  soluções para os nossos problemas económicos e sociais. 

Temos de  incentivar as instituições  de ensino superior a estarem alinhadas com os grandes projectos de crescimento e desenvolvimento do país. As universidades podem ajudar os poderes públicos, por via da investigação e de altos estudos, a fazerem opções correctas. Se os poderes públicos tiverem apoio técnico e científico  adequado, estão em melhores condições para tomarem decisões , ficando a ganhar o país. O que se pretende afinal é que as escolhas a fazer vão no sentido do bem-estar dos angolanos.  

Ainda  há questões complexas que requerem o concurso de quem  tem saber  e experiência. Também neste aspecto Angola tem uma situação privilegiada. Os parceiros estratégicos e a CPLP podem fornecer esse saber e essa experiência. De resto, já estão a fazê-lo em todas as áreas da vida social e económica. 

Na sociedade há pessoas que querem trabalhar para o bem comum , mas é preciso criar o ambiente propício para que  os que têm realmente conhecimentos estejam  a resolver os problemas. É preciso deixar trabalhar os que podem dar solução aos problemas. O país tem poucos técnicos  e especialistas. Mas existem condições para alargar esse número e “importar” os que fazem falta na efectivação das políticas de diversificação da economia.
Num processo de diversificação da economia,  é necessário olhar com atenção para o capital humano, para que este contribua, com as suas ideias e os seus  conhecimentos, para as grandes transformações que é preciso operar com urgência. 

Viver apenas  do petróleo não é boa opção. Temos de criar uma  cultura de aproveitamento de todos os recursos naturais .É hora de  dar valor a todas as potencialidades. Os técnicos, especialistas , empresários  e todos os que, têm de tomar decisões, devem estar disponíveis  para o início de uma nova era de muito trabalho em prol  de uma  economia que  satisfaça as necessidades  e crie boas condições de vida para todos os angolanos. O trabalho duro que hoje apenas alguns realizam tem de ser uma regra. Só assim os angolanos  amanhã  vão ver  bons resultados. Com trabalho e conhecimento, havemos de viver cada vez melhor. Temos de ter consciência de que a solução para os nossos problemas económicos e sociais depende só de nós. O ponto de partida é trabalho. Muito trabalho. Era bom que os “acomodados” pensassem nisso.     

Angola: AUTÁRQUICAS ESTÃO NA AGENDA



Josina de Carvalho – Jornal de Angola

O vice-presidente do MPLA disse ontem que o partido perspectiva para este ano a preparação das linhas orientadoras para a realização dos trabalhos iniciais ligados às eleições autárquicas e das gerais de 2017.

Roberto de Almeida, que fez o anúncio na cerimónia de cumprimentos de Ano Novo aos membros do bureau político, deputados e quadros do partido, afirmou que o MPLA começa também este ano os preparativos do VI Congresso Ordinário, previsto para 2016, e a consolidar e aperfeiçoar o trabalho de revitalização das estruturas de base, além de manter devidamente controlado o movimento de participação de militantes nestas estruturas e vincular todos os dirigentes e quadros.

“Estas são tarefas importantes. Muitas mais teremos pela frente e anunciadas por altura da divulgação da agenda política do partido para o corrente ano”, referiu. 

Roberto de Almeida pediu aos militantes “determinação e dedicação ao trabalho e entrega aos ideais do partido” e que sejam sempre fiéis às orientações traçadas pelo MPLA e pelo seu presidente, José Eduardo dos Santos.Também apelou a uma maior colaboração para se conseguirem vencer as dificuldades decorrentes da redução do preço de petróleo no mercado internacional. O ano de 2014, sublinhou, foi satisfatório pelo facto de o MPLA ter realizado com êxito o V Congresso extraordinário e por Angola ter realizado o Censo Geral da População e Habitação, que vai permitir perspectiva melhor o futuro do país. 

“O partido teve um papel muito importante na mobilização dos militantes e de todos os cidadãos deste país”, disse. Em Dezembro, durante a realização do V Congresso Extraordinário do partido, o presidente do MPLA reafirmou a determinação daquele partido na defesa dos interesses do povo, “levantando sempre a bandeira da liberdade, do progresso e do bem-estar das populações”. 

“Essa é a nossa responsabilidade como militantes perante a História”, referiu. “O MPLA continua a ser o principal instrumento de acção política nacional e é por seu intermédio que milhões de angolanos participam na vida política do país, expressando os seus anseios e opiniões, que são depois convertidos nos programas de Governo e submetidos à vontade popular nos diferentes pleitos eleitorais”, acentuou.

O líder do MPLA defendeu, igualmente, maior e mais consistente inserção do partido na sociedade, que é um dos desideratos desta formação política, pela revitalização das estruturas de base.

É nas bases, disse, que o militante discute a política do partido, analisa a realidade da sua área de actuação e colabora na elaboração dos planos de acção. “É nas suas bases que o partido pode estabelecer uma relação orgânica com a sociedade em geral”, frisou.

O presidente do MPLA referiu também na altura serem “bastante animadores” os resultados do processo de revitalização dos comités de acção do partido, que teve como objectivo, no essencial, a vinculação e o controlo nominal dos militantes e o desdobramento dos comités de acção política nas áreas urbanas, periurbanas e rurais, “cumprindo o princípio da territorialidade”.

O líder do MPLA revelou aos delegados e convidados a intenção de ver materializada a ideia dos comités de acção de sector, estruturas representativa dos militantes enquadrados nos diferentes comités de acção política, que vão contribuir para o incremento da actividade do partido nos bairros, povoações e aldeias.

“Convém não ignorar que hoje já se afirma que nos encontramos às portas de uma nova era da democracia, a ‘democracia directa electrónica’, que há-de permitir garantir maior participação e representatividade, já que os cidadãos podem ser consultados de forma imediata e regular na aprovação e adopção das grandes decisões nacionais”, afirmou.

Foto: Santos Pedro


Angola: FILHA DE MAC-MAHON AGREDIDA POR EFECTIVOS DA ACADEMIA MILITAR DO LOBITO



Quintas de Debate

Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira, foi vítima de agressões físicas e raciais por militares da Academia Militar do Exército (AMex), no Lobito, enquanto a sua filha de 7 anos assistia ao acto. Alexandra é filha do militante do MPLA e deputado Mac-Mahon, falecido a 28 de Abril de 2009.

Se esta violência já em si transtorna qualquer cidadão normal, o facto da direcção da AMex não ter dado a devida atenção ao facto, menos prezando as vítimas, espezinha o espírito que deveria inspirar a “Constituição” que ainda precisamos de ter.

Eis aqui os factos:

Na noite de 22 de Dezembro de 2014, por volta das 23 horas e 30 minutos, o coordenador da OMUNGA, José António Martins Patrocínio acompanhava Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira, de 48 anos de idade, casada, filha de Carlos Alberto Mac-Mahon de Vitória Pereira e de Maria Helena Ramos de Oliveira de Vitória Pereira, natural de Coimbra, Portugal, de nacionalidade Angolana, portadora do BI n. 001398141OE034 e residente na Catumbela, Rua Alameda Padre Almeida Americo S/N, localizada através do terminal 939769226 e Shantee Mariss Mac-Mahon de 7 anos de idade, filha desta.

Os mesmos faziam-se transportar na viatura Toyota Prado GX-27-2008 de matrícula LD-51-97-BU de cor azul escura, conduzida e propriedade de Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira.

Por razões particulares, Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira parou provisoriamente a viatura na Rua dos Açores, por defronte ao blindado que ornamenta uma das entradas da Academia Militar do Exército, perto do cruzamento com a Rua da Bolama, B.º da Luz, onde se localiza a residência de José Patrocínio e os escritórios da OMUNGA. A referida paragem teve como objectivo que Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira pudesse atender a sua filha, Shantee que se encontrava a chorar.

Depois de parada a viatura, que mantinha o motor em funcionamento e as luzes dos faróis ligadas, Maria Alexandre Oliveira de Vitória Pereira, desceu da viatura e dirigiu-se à segunda porta do lado direito da viatura para atender a sua filha.

Enquanto a mesma atendia a sua filha de 7 anos, com a referida porta aberta, aproximaram-se vários militares fardados vindos da referida Academia exigindo a retirada imediata da viatura argumentando que a mesma se encontrava em local proibido por ser uma unidade militar.

Atendendo à forma como os referidos militares se expressavam, o coordenador da OMUNGA desceu da viatura reagindo aos mesmos e argumentando o facto de que nada impedia a paragem da viatura naquele local e naquelas condições.

Surpreendentemente, um número que pode variar entre 3 ou 4 militares começaram de forma brutal a levar o coordenador da OMUNGA para o interior da Academia sob sérias ameaças.

Quando Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira interviu para saber o que estava a acontecer com José António Martins Patrocínio, foi também brutalmente agredida enquanto foi simultaneamente puxada por vários militares para o interior da referida Academia Militar, tendo ficado a sua filha de 7 anos aos gritos, assustada com o que assistia, dentro do carro que tinha o motor ligado, as luzes acesas e as portas abertas. Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira sofreu agressões nas costas e no braço esquerdo com um presumível chicote de borracha e insultos tais como: “AI É SUA BRANCA TAMBÉM VAIS VER!”

Enquanto era agredida, Maria Alexandra Oliviera de Vitória Pereira, conseguiu desenvencilhar-se dos militares e fugiu em direcção à viatura em protecção da filha. Na viatura iniciou a utilizar a buzina e a gritar por socorro sem qualquer resposta.

Mais tarde, Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira dirigiu-se à porta de armas, onde se encontrava detido o coordenador da OMUNGA a exigir os nomes dos militares autores da detenção e agressão. Em vez de obter alguma resposta foi ainda insultada e ameaçada. Foi aí que fez uso do seu telefone para fotografar os militares. Nessa altura, foi-lhe retirado de forma agressiva o seu IPhone s, com o número 914218323 e chegou a ser ameaçada com armas de fogo quando já se encontrava dentro da sua viatura, tendo-se posto em fuga perante tais ameaças.

Posteriormente, o coordenador da OMUNGA foi obrigado a subir na carroçaria de uma viatura policial e foi levado à 1.ª Esquadra da Polícia, localizada na zona comercial.

Nesta unidade policial, o coordenador da OMUNGA teve a sorte de ser atendido pelo comandante Barnabé que entendeu o assunto, considerando não haver qualquer motivo para a presença na esquadra de José António Martins Patrocínio e muito menos a sua detenção, tendo por isso levado o mesmo até à residência de José Patrocínio, localizada na casa n.º 2 da Rua da Bolama, B.º da Luz.

No dia 29 de Dezembro de 2014, Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira dirigiu-se até a Academia Militar com o objectivo de apresentar queixa junto do Comandante daquela unidade militar. A mesma foi atendida pelo militar Vlandio que registou a queixa. Passado cerca de 2 horas, Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira recebe um telefonema de Vlandio para que voltasse à Academia Militar para falar com o “chefe”.

Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira declara ter sido recebida por alguém que ela imaginava ser o Comandante mas, que depois de ter acesso a fotos disponíveis no site da Academia Militar do Exército concluiu não se tratar na realidade do comandante.

Segundo Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira, foi mal atendida pelo referido “chefe” sem que lhe tenham dado o nome do mesmo. Algo estranho é que não havia registo do ocorrido, em relatório da equipe de serviço durante a noite em que se desenrolaram as detenções e agressões nem o registo da apreensão do IPhone. A partir dessa altura sempre que liga para o terminal de Vlandio ou não é atendida ou desligam-lhe a chamada.

Por outro lado, a sua filha Shantee que presenciou todo o ocorrido tem vindo a sofrer de pesadelos e outros transtornos psicológicos relacionados com o facto.

Atendendo à questionável intervenção por parte das estruturas de chefia da Academia Militar, sem qualquer responsabilização nem devolução do IPhone, Maria Alexandra Oliveira de Vitória Pereira avançou processo noutras instâncias.

A OMUNGA endereçou uma carta ao Comante da AMex.


Moçambique: INUNDAÇÕES À VISTA NO BAIXO ZAMBEZE




As zonas ribeirinhas dos distritos de Tambara, Chemba, Mutarara, Caia, Marromeu, Mopeia, Morrumbala, Cheringoma e Marínguè estão em risco de inundações, e a Direcção Nacional de Águas apela à população a manter-se em zonas seguras face à possibilidade de agravamento do cenário.

Com efeito, segundo informações facultadas ontem pela Direcção Nacional de Águas, as chuvas registadas nos últimos sete dias na região centro, associadas ao escoamento gerado a partir dos países vizinhos a montante, particularmente do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe estão na origem do cenário de subida dos níveis que se verifica.

A Direcção Nacional de Águas regista subidas contínuas dos níveis hidrométricos, sobretudo no seu curso principal. As estações hidrométricas de Tete e Mutarara atingiram já o nível de alerta e o mesmo poderá acontecer com relação a Caia e Marromeu, entre hoje e amanhã.

Estão identificadas como áreas de risco de inundações as aldeias de Masso, Megaza, Chitunguane, Panducane, Simbi, Thoera, Gimo, Chirembue, Nhandandanda, Jon Buss, Mbuia, Muiapha, Nhansanha, Nkonga, Ducuta Mkumbua, Mafunga, Maphute, Campange, Nhamitanda e Mangamba, em Mutarara e Sombe, Camba, Phaza, Chipuaza, Njerere, Nhacuecha e Nharugue, em Caia, e outros 49 locais em Morrumbala, Marromeu, Tambara, Chemba, Mopeia, Cheringoma e Marínguè.

A população destes povoados, incluindo agentes económicos e a sociedade no geral, é instada no sentido de observar as medidas de precaução, evitando a travessia dos leitos dos rios e a manter-se em áreas seguras.

Segundo Rita Almeida, porta-voz do Conselho Técnico de Gestão das Calamidades (CTGC), trata-se dum cenário equacionado no contexto de gestão das calamidades, sendo por isso que já se encontra no local uma equipa da Unidade de Protecção Civil (UNAPROC), com 17 embarcações, para intervir em caso de necessidade.

Recorde-se que na sequência das chuvas que o país tem registado, o Conselho Técnico de Gestão das Calamidades decretou, nesta quinta-feira, o alerta laranja institucional como forma de incrementar o nível de prontidão e operacionalização das acções do plano de contingência para evitar a perda de vidas humanas e destruição de infra-estruturas sociais e económicas, bem como prestar maior atenção aos grupos mais vulneráveis.

Devido às chuvas que caiem com incidência na zona Centro e também nos países a montante, a Direcção Nacional de Águas chama também a atenção para o elevado volume de escoamentos, particularmente nas bacias do Save, Búzi, Púnguè e Licungo.

O Instituto Nacional de Meteorologia prevê até hoje a continuação de ocorrência de aguaceiros ou chuvas fortes  (mais de 50 milímetros de precipitação em 24 horas), acompanhados de trovoadas e ventos moderados  até  60 quilómetros por hora) na província da Cabo Delgado (distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Macomia, Quissanga, Pemba-Metuge, Mecúfi e cidade de Pemba); província de Nampula (distritos de Memba, Nacala-à-Velha, Nacala Porto, Ilha de Moçambique, cidade de Nampula, Muecate, Meconta, Monapo, Morrupula e Mossuril); Niassa (Mecanhelas, Cuamba, Metarica e Mandimba); Tete(Zumbo, Marávia, Chifunde, Macanga, Angónia, Tsangano, Moatize, Mutarara, Cahora Bassa, Mágoè,   Chiúta e cidade de Tete) e Zambézia (Pebane, Maganja da Costa, Namacura, Nicoadala, Chinde e cidade de Quelimane).

Inundações localizadas estão previstas nas cidades de Quelimane, Pemba, Nampula e Nacala.

Notícias (mz)

Mais lidas da semana