sábado, 28 de fevereiro de 2015

POVO ANGOLANO É QUE VAI PAGAR A FATURA DA CRISE CAUSADA PELA ROUBALHEIRA



Folha 8 digital (ao)

O Fundo Mo­netário In­ternacional (FMI) alerta que Angola vai passar por um “pe­ríodo duro” em 2015, devi­do à quebra na cotação do barril do petróleo, mas que o ajuste da economia pela parte fiscal “é necessário”. Pois é. Casa arrombada… o Povo que pague a factura.

A posição foi assumida pelo chefe da missão de assistência técnica do FMI, que teve várias reuniões de trabalho com o executivo no âmbito da supervisão financeira.

“Acho que é um período duro que Angola e os ango­lanos vão passar [em 2015], mas infelizmente é neces­sário este tipo de ajuste que está sendo feito, prin­cipalmente na parte fiscal”, apontou Ricardo Velloso.

Em menos de um ano, trata-se da quarta visita de técnicos do FMI, desta vez para preparar a consulta anual no âmbito do artigo IV do Acordo Constitutivo com aquele organismo in­ternacional, a ter lugar no início do segundo semes­tre de 2015.

Esta visita decorre, con­tudo, em pleno processo de revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) an­golano para este ano, moti­vado pela quebra na cota­ção internacional do barril de petróleo. O documento revê as metas de cresci­mento, corta mais de 25% da despesa e revê a cota­ção prevista da exportação do barril de petróleo de 81 para 40 dólares.

“Estamos muito bem im­pressionados com a reac­ção rápida das autoridades ao proporem um projecto revisto do OGE para 2015, com um preço do petróleo mais em linha com o que está acontecendo no mer­cado hoje em dia”, indicou ainda Ricardo Velloso.

“Angola tem um futuro bri­lhante à sua frente e real­mente é preciso passar por este ano difícil, de quebra rápida, inesperada e muito violenta do preço do pe­tróleo”, apontou Ricardo Velloso.

O OGE para 2015, revisto pelo executivo devido à quebra na cotação do pe­tróleo, destina mais de 15 mil milhões de euros para a componente social e foi entregue a 12 de Fevereiro no Parlamento.

O documento reduz a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 6,6%, contra os anteriores 9,7%. O peso da exportação do petróleo nas receitas fiscais angolanas deverá contudo cair dos 70% de 2014 para cerca de 36,5% este ano, estando previsto ainda um défi­ce nas contas públicas de 6,2% do PIB, contra os 7,6% do OGE ainda em vigor.

Esta revisão das contas pú­blicas prevê a redução do total das receitas do Esta­do – envolvendo receitas fiscais, patrimoniais e de endividamento – de 7,2 bi­liões (60,5 mil milhões de euros) para 5,4 biliões de kwanzas (45,4 mil milhões de euros), com despesas fi­xadas em igual valor.

Traduz-se por isso num corte global de 25% das despesas, face ao docu­mento que entrou em vigor a 01 de Janeiro.

Entre outros indicadores, a revisão do OGE mantém a perspectiva de produção diária de 1,835 milhões de barris de petróleo e o cres­cimento deste sector em 9%, enquanto o sector não petrolífero deverá aumen­tar 5,3% em 2015.

Assim, os cortes na despe­sa pública para contraba­lançar a descida das recei­tas, bem como a constante revelação de escândalos financeiros envolvendo fa­miliares do Presidente da República, podem fazer au­mentar as tensões sociais, tornando esta crise petro­lífera num teste à “eficácia institucional”.

“A descida nos preços do petróleo vai ser um tes­te fundamental à eficácia institucional de Angola, e as respostas totais das autoridades ainda não fo­ram anunciadas; o impacto substancial das receitas em moeda estrangeira e uma taxa de câmbio em queda já estão a ser sentidas pela economia real, com pouca ou nenhuma nova activida­de no sector privado a ser noticiada”, refere a agência de notação financeira Stan­dard & Poor’s que reviu em baixa o ‘rating’ do país.

“Alguns dos cortes na des­pesa pública que antecipa­mos podem aumentar as tensões sociais, principal­mente considerando os al­tos níveis de desemprego”, escreve a agência de nota­ção financeira S&P na nota aos investidores.

De acordo com um comu­nicado de uma das três maiores agências de ‘ra­ting’ do mundo, a alteração segue-se a uma revisão também em baixa da evo­lução dos preços do petró­leo até 2018, o que reduz as receitas de Angola e in­fluencia a avaliação que os analistas fazem do país.

A S&P espera que o défice se deteriore significativa­mente, chegando a 5%, em média, entre este ano e 2017, o que contrasta com a expectativa de 1% de exce­dente das contas públicas em Agosto do ano passado.

Por outro lado, a perspec­tiva Estável de evolução reflecte, de acordo com os analistas da S&P, o con­junto de instrumentos fi­nanceiros à disposição do Governo e das autoridades monetárias para controlar o impacto de uma quebra prolongada dos preços do petróleo e, por conseguin­te, das receitas fiscais.

O ‘rating’, diz a agência, tanto pode subir se as condições macroeconómi­cas melhorarem, nomea­damente se houver uma diversificação económi­ca real, um crescimento económico maior que o esperado, uma melhoria substancial da capacidade institucional e da transpa­rência, ou se existir uma flexibilidade monetária ou orçamental maior.

Por outro lado, o ‘rating’ pode ser revisto ainda mais para baixo se “os efeitos adversos do choque petro­lífero baixarem as perspec­tivas de crescimento a lon­go prazo” e se “a balança de pagamentos ficar pior que o previsto”.

Uma “deterioração do ambiente político ou ins­titucional também pode resultar numa descida do ‘rating’”, avisa a Standard& Poor’s.

A Standard & Poor’s prevê que Angola cresça apenas 2,5% este ano, acelerando depois para 3,5% em 2016, e antecipa que a produção de petróleo fique abaixo do estimado pelo Governo.

“Esperamos que o cresci­mento fique na ordem dos 2,5% em 2015 e 3,75%, em média, entre 2015 e 2018″, dizem os analistas da S&P na nota enviada aos inves­tidores, que explica a revi­são em baixa da avaliação do crédito soberano em um nível, de BB- para B+, com perspectiva de evolu­ção Estável.

A previsão de crescimento da economia angolana para este ano é significativa­mente abaixo da média dos últimos anos, que a S&P lembra ter sido de quase 5% ao ano entre 2011 e 2014, e da previsão rectificada do executivo, que aponta para uma expansão do Produto Interno Bruto na ordem dos 6,6%.

Por outro lado, as previ­sões são também negati­vas no que diz respeito à produção de petróleo, que vai novamente manter-se abaixo dos 2 milhões de barris por dia: “Incluímos também nas nossas previ­sões um aumento da pro­dução de petróleo, de 1,66 milhões de barris por dia em 2014 para 1,73 milhões este ano, abaixo da expec­tativa do Governo de 1,83 milhões”, acrescenta o do­cumento.

Os analistas da S&P reco­nhecem que desde 2009, o ano da última crise pe­trolífera, foram feitas “nu­merosas reformas”, mas a grande dependência das receitas petrolíferas con­diciona a análise feita pela agência de ‘rating’, que an­tevê que o défice das con­tas públicas se inverta, pas­sando de um excedente de 3,7% em 2014 para um défi­ce de 7,5% este ano, e que a dívida pública ultrapasse os 30% do PIB, quando no ano passado se tinha ficado pelos 23%.

A explicação da S&P para a degradação do ‘rating’ de Angola incide também sobre os passos que o Go­verno vai dar nos próximos tempos, nomeadamente nos cortes à despesa pú­blica que estão previstos: “Esperamos cortes signifi­cativos na despesa públi­ca, subsídios e compras de bens e serviços, em cada uma destas categorias em valores que podem ir até aos 60%”, diz o documento.

A área em que a S&P tam­bém espera uma deteriora­ção do ambiente económi­co é na política monetária, com a moeda nacional a poder sofrer uma desvalo­rização de 10% neste e no próximo ano face ao dólar, mas a agência nota que, entre 2011 e 2014, o kwan­za valorizou-se 25% face à moeda norte-americana.

“Acreditamos que expa­triar capitais tornou-se muito mais difícil, com o Banco Nacional de Angola a impor medidas restriti­vas. Notamos que a taxa de câmbio paralela é 30% mais fraca que a taxa oficial, e que há notícias de longas filas para obter um câmbio mais favorável; estas medi­das pouco ortodoxas vão minar a confiança no sec­tor empresarial e deprimir o investimento”, concluem os analistas.

 


TEM A PALAVRA A RAINHA SANTA ISABEL QUE NÃO VIVE A CRISE ECONÓMICA




ELA QUER O BFA ANGOLA OU O BPI PORTUGAL

Folha 8 digital (ao) – 28 fevereiro 2015

Ao que tudo indicia, a se­guradora ale­mã deverá manter-se porque, desde logo, utiliza os balcões do BPI para comer­cializa os seus seguros, o mesmo devendo acontecer com Isabel dos Santos, dada a sua importante presença accionista no BFA, banco dominado exactamente pelo BPI e que, aliás, é o seu principal pilar em matéria de lucros. A isso acresce a informação dada pelo pro­ponente da OPA e que diz que a presença em Angola no BFA é para continuar.

O CaixaBank anunciou que a OPA está condicionada à eliminação do limite de 20% dos direitos de voto no quarto maior banco portu­guês e a que o banco catalão supere os 50% do capital. Segundo o anúncio prelimi­nar de lançamento da OPA, “a eficácia da oferta ficará condicionada à eliminação da limitação à contagem de votos em Assembleia Ge­ral prevista” (de 20%), “de forma a que não subsista qualquer limite à contagem dos votos emitidos por um só accionista”. E além des­ta condição, o documento estabelece uma outra: a de que o banco catalão seja titular de acções represen­tativas de mais de 50% do capital social do BPI, após a liquidação da oferta.

Num outro comunicado, o CaixaBank explica ainda que para a supressão do li­mite relativo aos direitos de voto “é necessário o voto favorável de 75% do capital representado” na assem­bleia-geral de accionistas do BPI que se convocará para o efeito, no qual o banco espanhol apenas po­derá votar por 20%.

Aquele que é o maior ac­cionista do BPI sublinha que considera “fundamen­tal que a sua capacidade de voto no BPI seja propor­cional à sua participação económica”. De acordo com n.º 4 do artigo 12.º dos estatutos do BPI, não são contados os votos emiti­dos por um só accionista, em nome próprio e tam­bém como representante de outro ou outros, que ex­cedam 20% da totalidade dos votos corresponden­tes ao capital social. Uma situação que pode no en­tanto ser alterada, segundo prevê o n.º 2 do artigo 30.º dos estatutos, desde que tal seja aprovado por 75% dos votos expressos.  O pre­sidente executivo do Cai­xaBank, Gonzalo Gortázar, disse que os accionistas do BPI têm duas decisões a to­mar: “a primeira é se levan­tam ou não a limitação aos direitos de voto e a segunda é se mantêm ou vendem a posição deles”.

“Cada um deles tem de tomar a sua decisão e não posso antecipar qual a de­cisão que vão tomar”, disse Gonzalo Gortázar, quando questionado sobre se já ti­nha abordado a OPA com os accionistas do BPI.

O banco catalão conta com quatro membros no Con­selho de Administração do banco português, seguin­do-se Isabel dos Santos, através da Santoro, com 18,6%, e o Grupo Allianz, com 8,4%.

O banco espanhol estima que a oferta “se completará durante o segundo trimes­tre de 2015″.



Portugal. “Resolveram o problema dos bancos com dinheiro do povo. Deviam ser todos presos”




Hernâni Carvalho dá um “recado ao povo”, e uma mensagem ao governo que “tramou” o povo e usou o dinheiro público para resolver o problema dos bancos. No vídeo, pode ouvir-se que “os dois últimos governos resolveram o problema dos bancos com o dinheiro do povo (…) e esse governo devia cair logo e serem todos presos”.

“O povo anda a subsidiar a falência dos bancos e não aconteceu nada: a entidade reguladora dos bancos nunca foi presa, e devia”.

Sobre as eleições para este ano, diz Hernâni Carvalho que “os partidos este ano deviam explicar ao povo o que querem fazer com os banqueiros”.

tugaleaks, em Portugal Glorioso
 


TSIPRAS ACUSA ESPANHA E PORTUGAL DE LIDERAREM “EIXO DE PODER” CONTRA ATENAS




O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acusa Madrid e Lisboa de liderarem conspiração conservadora para derrubar o seu governo anti-austeridade.

Num discurso para os membros do Syriza, Tsipras acusou Espanha e Portugal de liderar uma conspiração conservadora para derrubar o seu governo, dizendo que os executivos dos dois países temem as suas próprias forças radicais antes das eleições deste ano.

"Encontramos a oposição de um eixo de poder, liderado pelos governos de Espanha e Portugal, que por óbvias razões políticas tentaram levar as negociações para o abismo", afirmou Tsipras, citado pela Reuters.

O primeiro-ministro também rejeitou as críticas de que Atenas tinha encenado um recuo para garantir a extensão do resgate da zona euro, argumentando que a raiva entre os conservadores gregos mostra que o seu governo conseguiu algumas concessões.

Susana Salvador – Diário de Notícias – Foto: Reuters/Alkis Konstantinidis

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Portugal – Militares. Lima Coelho diz que Aguiar-Branco foi "habilidoso, mentiroso e cobarde"




O presidente cessante da Associação Nacional de Sargentos (ANS), Lima Coelho, acusou hoje o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, de ser "habilidoso, mentiroso e cobarde" a propósito das conversações para a revisão do Estatuto dos Militares.

"Custa-me muito dizer isto, mas foi habilidoso, foi mentiroso e foi cobarde", afirmou o sargento-mor, tendo sido aplaudido de pé por uma parte da plateia que assistia ao seu discurso, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da ANS para o biénio 2015/2016, no Centro Cultural Casapiano, em Belém.

Na sua intervenção, António Lima Coelho pediu ao diretor-geral de Recursos do Ministério da Defesa, Alberto Coelho, presente na audiência, para transmitir uma mensagem a Aguiar-Branco.

"Que [o ministro da Defesa] tenha a coragem de nos receber", afirmou o líder associativo, que pediu desculpa por abordar o tema e "fazer todo o historial".

"Mas é bom que fique claro quem é que não está a falar verdade", justificou.

Lima Coelho lamentou a ausência do ministro da Defesa na cerimónia e acusou-o de fugir reiteradamente ao contraditório, criticando as suas recentes declarações em Mafra, onde afirmou que foram pedidos contributos às três associações para a revisão do Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR).

Segundo Lima Coelho, esse pedido de contributos às associações, que não tinha por base "qualquer documento", foi feito no final de 2013 e respondido por carta a 6 de dezembro desse ano, manifestando abertura para participar num eventual processo de revisão ou integrar um grupo de trabalho.

Na sua intervenção apelou também aos representantes dos chefes militares na audiência para que seja travado o novo EMFAR, "uma indignidade" para as Forças Armadas.

O novo presidente da ANS, hoje empossado, é o sargento-chefe José Gonçalves.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Presidente Confederação Empresarial CPLP pede "investimento estratégico" em Timor-Leste




Díli, 28 fev (Lusa) - O presidente de honra da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP), o empresário timorense Jorge Serrano, apelou hoje aos empresários e bancos lusófonos para que apostem em Timor-Leste como destino de "investimento estratégico".

"Não falo de investimento residual. Não falo de investimentos em contentores ou em lançamentos de primeiras pedras, que resultam ser primeiras, últimas e únicas pedras", afirmou.

"Como empresário, falo de investimento estratégico. Falo de parcerias estratégicas, falo de juntarmos conhecimento técnico e capacidade de atuar no terreno. Falo de eficiência. Que é isso que a lusofonia pode trazer aos negócios", disse em Díli.

Jorge Serrano, que é presidente do grupo GMN-H e presidente da Associação Nacional dos Jovens Empresários de Timor-Leste (ANJET) tomou posse como presidente de honra da entidade lusófona, numa cerimónia hoje em Díli.

Na sua intervenção, Serrano defendeu que a Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP) deve ser agente de "facilitação de investimentos e parcerias" que promovam o desenvolvimento económico do espaço lusófono, disse o presidente de honra da entidade que hoje tomou posse.

"Promover o sector empresarial de um espaço como o espaço lusófono é um desafio tão grande como uma oportunidade", afirmou.

"Temos que estimular as parcerias. Temos que saber ligar o conceito de 'know-how', como fazer, com o conceito de 'know-who', com quem fazer", disse ainda.

Timor-Leste assumiu hoje em Díli a presidência da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP), numa cerimónia presidida pelo chefe do Governo timorense, Rui Maria Araújo.

Para Serrano é uma oportunidade para demonstrar que é possível trazer para Timor-Leste "investimento lusófono, financiamento lusófono, parcerias estratégicas".

"E, neste pressuposto, faço um apelo aos empresários lusófonos e aos bancos lusófonos, que apoiem este momento. Por que este é o momento do arranque, do verdadeiro começo", disse.

"Estamos a desenvolver estudos capazes de identificar áreas estratégicas em que as parcerias entre empresas lusófonas sejam uma mais-valia. Estamos a preparar-nos para responder às necessidades estratégicas de Timor-Leste", afirmou.

Serrano recordou que assume a presidência de honra quando a CE-CPLP já tem capacidade para definir os seus programas, coordenar a sua rede de membros e para "promover o desenvolvimento de negócios e parcerias na CPLP".

A entidade, disse, deve servir para criar uma rede de parcerias empresariais, de conhecimentos, de oferta e de procura de produtos, bens e serviços.

Timor-Leste, disse Serrano, que está no seu processo de construção tanto do seu setor público como do privado, deve ser um 'hub', um espaço de encontro para todo o setor empresarial lusófono.

Além da entrega da presidência da CE-CPLP a Timor-Leste e da tomada de posse dos órgãos sociais, estão previstos para os próximos dois dias, em Díli, encontros que vão dar a conhecer oportunidades de negócios no país e promover os principais projetos timorenses em curso.

ASP // SO

MNE timorense rescinde com funcionários timorenses e internacionais contratados




Díli, 27 fev (Lusa) - O Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense rescindiu contrato com quase 20 funcionários e assessores timorenses e internacionais contratados, incluindo três portugueses, como consequência da reestruturação do Governo.

Um dos funcionários disse à Lusa que quem estava contratado para os vários gabinetes do Ministério e que não era quadro da função pública timorense ou assessor deste componente administrativo, recebeu notificações na semana passada.

"As notificações das rescisões chegaram no dia 20. Dão 30 dias para a rescisão do contrato", disse a fonte, explicando que os contratos já previam a possibilidade de rescisão a 30 dias e que, com esta carta, todos terminam a 20 de março.

A ordem com as rescisões é assinada pelo secretário-geral do MNE, António Cepeda.

Recorde-se que no âmbito da reestruturação do Governo e da tomada de posse do VI Governo constitucional, foi empossado um novo chefe da diplomacia, Hernâni Coelho, tendo Roberto Soares tomado posse como vice-ministro dos Negócios Estrangeiros.

Hernâni Coelho explicou a alguns dos assessores e funcionários notificados que se trata de uma decisão normal quando há mudanças de ministros e que deliberará, nas próximas semanas sobre quem, se alguém, vai ser novamente contratado.

Independentemente deste processo levado a cabo no MNE, o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira, escreveu a todos os membros do executivo para que indiquem quais os funcionários de nomeação política que querem manter, com quais querem rescindir e quais serão eventuais contratações novas.

Em causa está a legislação que regula a contratação de funcionários de nomeação política dos gabinetes ministeriais e das Secretarias de Estado.

ASP // FV

Xanana Gusmão "vai ser leal" ao atual primeiro-ministro, diz Ramos Horta em Lisboa




Lisboa, 27 fev (Lusa) - O Prémio Nobel da Paz José Ramos-Horta assegurou hoje que o ex-primeiro-ministro timorense Xanana Gusmão "vai ser leal" ao atual chefe do Governo de Timor-Leste, Rui Maria Araújo, porque "sabe respeitar a hierarquia do Estado".

Falando numa Palestra intitulada "Timor-Leste, desafios e perspectivas", José Ramos Horta, ex-presidente timorense, entre 2007 e 2012, afirmou que "há uma reverência da parte de Xanana Gusmão", que ocupa a pasta do ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, depois de abandonar o executivo de Dili.

O VI Governo Constitucional de Timor-Leste, liderado por Rui Maria Araújo e formado por 38 elementos, tomou posse há duas semanas numa cerimónia presidida pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak.

"O novo cargo (de Xanana Gusmão) foi escolha de todos nós" timorenses, disse, em Lisboa, o Prémio Nobel da Paz-1996, um dos mais destacados líderes políticos de Timor-Leste.

"As decisões são tomadas em Conselho de Ministros. As figuras chaves do governo são o primeiro-ministro e o das Finanças. Xanana Gusmão decidiu pegar num ministério estratégico, mas não vai fazer muito mais do que aquilo que for aprovado pelo Conselho de Ministros e o Parlamento. Ele quis pegar nesta área para assegurar todo o apoio ao primeiro-ministro", disse José Ramos Horta.

O também antigo primeiro-ministro (2006-07) de Timor-Leste defendeu o atual figurino adotado pelas autoridades timorenses que culminou com a criação de um governo de inclusão nacional.

José Ramos Horta esteve directamente envolvido no processo de mudança que se materializou no abandono, por parte de Xanana Gusmão, do cargo de primeiro-ministro, substituído por Rui Maria de Araújo.

Durante a palestra, Ramos-Horta defendeu um modelo próprio para Timor-Leste, afirmando "não acreditar na ideia de que um governo de unidade nacional enfraqueça a democracia".

"O estilo clássico de que quem ganha a eleição leva tudo, não é muito saudável. Foi isso que recomendei à Guiné Bissau", enquanto representante das Nações Unidas naquele país africano.

"Vamos ver o que acontece em 2017", ano em que decorrerão as eleições em Timor-Leste.

Ramos-Horta mostrou-se otimista quanto ao futuro político e socioeconómico do país, destacando o sucesso dos anteriores governos do país, nomeadamente o modelo escolhido para gerir o fundo petrolífero.

"Timor-Leste está protegido em relação ao petróleo" e "tem excelentes relações" com os países vizinhos, disse Ramos-Horta, que elogiou as "decisões prudentes" do antigo governante Mari Alkatiri quanto à gestão dos fundos públicos provenientes de petróleo.

MMT // JPF

Stacey Addison, norte-americana detida em Timor-Leste em setembro já pode sair do país




Díli, 27 fev (Lusa) - O Tribunal Distrital de Díli anunciou hoje que a cidadã norte-americana Stacey Addison "está agora livre para deixar Timor-Leste", pondo fim ao processo de detenção, em setembro, relacionado com tráfico de drogas.

"Hoje, dia 27 de fevereiro, o Tribunal Distrital de Díli aceitou formalmente um documento, apresentado pelo Ministério Público de Timor-Leste, que explicava em detalhe as suas razões para recusar a acusação da americana Stacey Addison", lê-se num comunicado de imprensa, em que se acrescenta que a cidadão norte-americana "está agora livre para deixar Timor-Leste".

A cidadã americana foi detida em setembro, depois de entrar em Timor-Leste após ter sido intercetada num veículo onde foram encontradas drogas, tendo depois, a 25 de dezembro, sido libertada da prisão, mas impossibilitada de sair do país enquanto decorressem as investigações.

"Durante o tempo que permaneceu em Timor-Leste, responsáveis do Governo mantiveram-se em estreito contacto com as autoridades dos Estados Unidos, tendo em atenção o seu caso", acrescenta-se no comunicado de imprensa.

A notícia da possibilidade de sair do país foi bastante mais rápida do que previa o seu advogado, Paulo Remédios, que em dezembro estimava que a investigação pudesse demorar um a dois anos, "tempo durante o qual ela está impedida de fazer qualquer viagem para o estrangeiro".

MBA // APN

Indonésia deportou australiana que cobria casos de pena de morte sem visto de jornalista




Jacarta, 28 fev (Lusa) -- Uma jornalista foi deportada para a Austrália, após ter sido descoberta a cobrir a história de dois australianos condenados na Indonésia por tráfico de droga, atualmente no 'corredor da morte', com visto de turista, disse hoje um funcionário da imigração.

"Deportámos esta noite a jornalista para a Austrália, (num voo) da Qantas", disse à AFP o funcionário da imigração Yan Wely Wiguna.

Na sexta-feira, as autoridades indonésias tinham informado que a jornalista iria ser enviada de Jacarta para Sydney.

Candace Sutton, jornalista do Daily Mail, foi levada para interrogatório por agentes da imigração na quarta-feira, quando estava a entrevistar um familiar de um dos condenados à morte australianos num hotel na ilha de Java.

A entrevista estava a decorrer na cidade portuária de Cilacap, perto da prisão onde os traficantes Myuran Sukumaran e Andrew Chan deverão ser executados.

O porta-voz do departamento de imigração Heriyanto disse que Sutton "falhou em apresentar um visto de jornalista" e violou as leis de imigração ao trabalhar com um visto de turista que comprou à chegada à Indonésia.

Os australianos encontram-se entre um grupo de estrangeiros, incluindo um francês e um brasileiro, que deverão ser executados em breve.

Entre estes inclui-se Rodrigo Gularte, o segundo brasileiro condenado à pena de morte na Indonésia por tráfico de drogas.

Em janeiro, o Governo indonésio executou seis presos por tráfico de drogas, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, executado por fuzilamento, após aguardar durante 10 anos no "corredor da morte" pela aplicação da sentença a que tinha sido condenado.

Marco Archer Cardoso Moreira foi preso por tráfico de 13 quilos de cocaína em 2003 e julgado em 2004. Os pedidos de clemência feitos pelo condenado e pelo Governo brasileiro foram negados.

Rodrigo Gularte, 42 anos, foi julgado e condenado em 2005, por entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína em pranchas de surf.

FV (FYB) // FV

Pais de ex-mulher de príncipe herdeiro da Tailândia detidos por lesa-majestade




Banguecoque, 28 fev (Lusa) -- Os pais da ex-mulher do príncipe herdeiro da Tailândia foram detidos na sexta-feira por lesa-majestade, na última etapa do processo aberto contra a família da princesa destituída.

Os dois progenitores da ex-princesa Srirasmi, com 72 e 66 anos, reconheceram terem usado a sua influência enquanto pais da última mulher do príncipe herdeiro Maha Vajiralongkorn para conseguir a condenação a 18 meses de prisão de uma antiga vizinha.

Os detidos arriscam uma pena de até 15 anos de prisão pela acusação se forem considerados culpados de lesa-majestade.

Dias antes, um antigo membro próximo da família da ex-princesa, antigo chefe do gabinete central de investigações, Pongpat Chayapun, foi condenado a uma pena de 31 anos de prisão pelo crime de lesa-majestade.

Os militares tomaram o poder na Tailândia através de um golpe de Estado em maio de 2014 em nome da defesa da monarquia, escreve a agência France Press.

Eles fizeram da luta contra o crime de lesa-majestade o seu cavalo de batalha, num contexto de grande incerteza ligado à sucessão do rei Bhumibol, de 87 anos, o monarca mais antigo do mundo, que é reverenciado por muitos tailandeses como uma figura semidivina.

Srirasmi casou-se com o príncipe herdeiro em 2001 e seria a próxima rainha dos tailandeses. O casal tem um filho de nove anos.

O divórcio foi noticiado em dezembro do ano passado, depois de vários familiares seus terem sido detidos, acusados de corrupção, e numa altura em que o estado de saúde do rei está fragilizado.

FV // FV

Macau sem casos graves de gripe enquanto mortes continuam a aumentar em Hong Kong




Macau, China, 27 fev (Lusa) -- Os Serviços de Saúde de Macau informaram hoje que foram declarados 461 casos da gripe nos primeiros dois meses do ano, todos sem gravidade, ao contrário da vizinha Hong Kong, onde a estirpe H3N2 fez já 290 mortes.

"Não há nenhum caso grave nem caso de morte por motivo da infeção pelo vírus influenza H3N2. Apesar dos dados refletirem que se está a tornar mais ativo em Macau, a situação ainda não é considerada grave", indicaram os Serviços de Saúde.

Em comunicado, o organismo indica que foram declarados 239 e 222 casos de gripe em janeiro e em fevereiro, respetivamente, números significativamente inferiores aos períodos homólogos de 2014, altura em que foram sinalizadas 566 e 340 ocorrências.

Já na vizinha Hong Kong, subiu para 290 o número de vítimas mortais devido à estirpe da gripe H3N2 desde o início de 2015, contra os 137 casos mortais contabilizados na temporada de gripe do ano passado.

DM // VM

REFORMAS DEVEM BENEFICIAR MAIS O POVO, DIZ PRESIDENTE CHINÊS




O presidente chinês Xi Jinping convocou nesta sexta-feira (27) a 10ª reunião da equipe central para aprofundar as reformas em todos os aspectos. Xi Jinping, que também é secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central destacou que é preciso coordenar as reformas de forma científica, promovê-las conforme a lei e melhorar a administração do país em termos jurídicos através de reformas. Ele sublinhou que é necessário mostrar plenamente o valor da proposta das reformas para que o povo se beneficie mais ainda .

Foram aprovadas na reunião as Regras para a Intervenção de Dirigentes em Atividades Judiciais, o Registro, o Comunicado, a Responsabilidade e as Punições relativos à sua Intervenção em Determinados Casos, também a Proposta Geral para Reforma do Futebol Chinês, além da Proposta para Aprofundar a Reforma sobre o Sistema de Supervisor Popular e por fim, as Sugestões para Regulamentar a Participação em negócios dos Familiares de Dirigentes.

Os outros membros permanentes do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, vice-primeiro-ministro chinês Li Keqiang, Liu Yunshan e Zhang Gaoli estavam presentes na reunião.

CRI - Tradução: Sílviajing - Revisão: Denise

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POLÍTICO RUSSO BORIS NEMTSOV É ASSASSINADO EM MOSCOVO




O político russo de oposição Boris Nemtsov foi assassinado a tiros no centro de Moscou nesta sexta-feira. A informação é da Interfax.

Um colega de seu partido, o RPR-Parnas, Ilya Yashin, confirmou à RIA Novosti que Nemtsov foi morto.

"Infelizmente, estou neste momento olhando para o corpo de Nemtsov na ponte Zamoskvoretskiy", afirmou. "Vejo o corpo e muitos policiais."

O chefe do departamento de polícia de Moscou está na cena do crime, segundo informa a agência Tass.

A representante do Ministério do Interior Elena Alekseyeva informou que a polícia de Moscou iniciou a operação “Interceptação”, para encontrar o mais rápido possível os culpados pelo crime. Segundo a oficial, o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, já está a par da situação. 

Segundo Alekseyeva, o político estava caminhando pela ponte Bolshoi Kamenny, acompanhado de uma mulher ucraniana, quando foi atingido pelas costas por quatro disparos letais. “A mulher está sendo interrogada no momento na delegacia da polícia”, informou a representante do ministério.

Boris Nemtsov tinha 55 anos. Ele foi vice-primeiro ministro do governo russo na época do presidente Boris Yeltsin. Na ocasião, o político foi considerado um possível candidato à presidência. Em dezembro de 2007, o seu partido Soyuz Pravykh Sil (União das Forças de Direita) propôs Boris Nemtsov como o candidato para o cargo de Presidente da Rússia nas eleições de março de 2008. Em dezembro de 2007, o rating da sua candidatura à presidência foi inferior a 1%. Em 26 de dezembro, antes do início da campanha eleitoral, Nemtsov retirou a sua candidatura a favor de Mikhail Kasianov.

Desde o início da presidência de Vladimir Putin, Nemtsov se posicionou como um crítico ativo da sua administração. 

Desde então, Nemtsov ocupou diversos cargos públicos e foi eleito sucessivas vezes para o parlamento. Desde 2012, ele é co-preside o Partido Republicano da Rússia — Partido da Liberdade Popular (RPR-PARNAS). Desde 2013, foi deputado da Duma da região de Yaroslavl, cidade satélite de Moscou.

O presidente Putin foi informado imediatamente do assassinato de Nemtsov, segundo o secretário de imprensa da presidência Dmitry Peskov. Segundo ele, Putin transmitiu profundas condolências à família e amigos de Nemtsov. O presidente afirmou que esse assassinato cruel apresenta todos os elementos de ser por encomenda e possuiu um caráter de provocação, disse Peskov.

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o assassinato e exigiu a investigação rápida, imparcial e transparente sobre as circunstâncias do crime.

A chancelaria do Reino Unido também condenou o assassinato e disse que irá acompanhar a investigação.

O ministro das Relações Exteriores do Canadá, Rob Nicholson, em sua mensagem no Twitter chamou o assassinato de ultraje.

Sputnik

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WASHINGTON TRABALHA PARA DERRUBAR O GOVERNO ARGENTINO




Redobram os esforços contra as reformas na América Latina

Paul Craig Roberts / Mahdi Darius Nazemroaya - 
Pravda.ru

Paul C Roberts - Foi publicada pela Strategic Culture Foundation uma reportagem de Mahdi Darius Nazemroaya sobre o esforço em curso levado a efeito por Washington e pela inteligência argentina para derrubar a presidente reformista da Argentina.

Nenhum governo reformista será tolerado por Washington na América Central e do Sul. Por exemplo: a interferência de Washington até conseguir derrubar o governo reformista em Honduras foi legendária. Um dos primeiros atos de governo de Obama foi a derrubada do presidente de Honduras, Manuel Zelaya. Aliado do presidente reformista da Venezuela, Hugo Chávez, Zelaya, como Chávez, foi retratado como ditador e como ameaça.

Neste momento, Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina estão na lista de governos a serem depostos por Washington.

Por décadas, Washington teve o que eufemisticamente chamava de "relações próximas" com o exército hondurenho. Já na Venezuela, Bolívia e Equador, a aliança se dá com as elites hispânicas, que tradicionalmente prosperam permitindo que os interesses financeiros dos Estados Unidos saqueiem os países. Na Argentina, Washington aliou-se ao serviço de inteligência argentina, que neste mesmo instante está trabalhando com Washington e os oligarcas daquele país contra a presidente reformista.

Washington luta contra as reformas até esmagá-las no intento de proteger a capacidade de saque de seus interesses comerciais. Sobre seu tempo de serviço na América Central o general dos fuzileiros dos Estados Unidos, Smedley Butler, disse: "Servi em todas as patentes, de Segundo Tenente a General. Durante todo este período, gastei a maior parte do meu tempo fazendo as vezes de 'Leão de Chácara' para as grandes empresas, para Wall Street e banqueiros. Resumindo, eu não passava de um chantagista do capitalismo".

Com a já longamente documentada história da interferência dos Estados Unidos nos acontecimentos internos de seus vizinhos do Sul, a charada é saber por que esses países facilitam a derrubada de seus governos acolhendo embaixadas dos EUA e permitindo que empresas norte-americanas operem em seu território?

Sempre que um processo político coloca no poder em qualquer destes países um líder que pensa em colocar o interesse de seu povo em confronto com os interesses dos Estados Unidos, este líder ou é derrubado através de um golpe ou assassinado. Para os Estados Unidos, a América do Sul existe apenas para servir aos seus interesses, e cuidam a cada instante para que isso continue exatamente assim. Com a aliança eventualmente desenvolvida pelos EUA com a elite e o exército de determinado país, as reformas sofrem um processo de sabotagem contínua.

Países que se abrem para a entrada de embaixadas dos Estados Unidos, de seus interesses comerciais e de ONGs fundadas nos Estados Unidos não perdem por esperar: mais cedo ou mais tarde sua independência ou sua soberania será subvertida. Uma real reforma na América Latina só acontecerá com a expulsão dos agentes do interesse norte-americano e com a desapropriação dos oligarcas.

A politização da Investigação sobre a AMIA (Asociación Mutual Israelita Argentina): pretexto para mudança de regime na Argentina?

Mahdi Darius Nazemroaya - A história tem jeito estranho de se repetir. Hoje a Argentina está passando por processo semelhante ao acontecido logo depois da queda de Boris Yeltsin, nos anos que se seguiram a 1999, quando Vladimir Putin assumiu o poder, tomando seu lugar no Kremlin como presidente da Federação Russa. Enquanto tenta se safar do jugo estrangeiro, o governo da Argentina em Buenos Aires tem consolidado seu poder econômico e político.

No entanto, o governo argentino tem sofrido a oposição ao mesmo tempo do velho regime e da oligarquia que colaboram, ambos, com os Estados Unidos. Tais forças fazem oposição cerrada contra os maiores projetos nacionais, como a renacionalização de grandes companhias e o fortalecimento do Poder Executivo. Dessa forma, o confronto entre a presidente argentina Cristina Fernandez de Kirchner e seus oponentes são similares aos confrontos entre o Presidente russo Vladimir Putin com os oligarcas e políticos russos que querem subordinar a Rússia a Wall Street e Washington, assim como à Europa Ocidental, grandes centros financeiros.

Não se perde uma oportunidade de enfraquecer o governo argentino. A presidente Fernandez de Kirchner chegou mesmo a acusar publicamente seus oponentes domésticos e os Estados Unidos e trabalharem em conjunto para a mudança de regime. Quando o DAESH ou "Estado Islâmico" ameaçou matá-la em 2014, ela aludiu ao fato de que a ameaça veio na realidade dos Estados Unidos, já que Washington é a entidade que procura fazê-la desaparecer, assim como é quem está por trás do Estado Islâmico e suas brigadas terroristas na Síria e no Iraque. (1)

A morte de Alberto Nisman

O último capítulo da luta do governo argentino começou em janeiro de 2015. No mesmo dia em que Israel matou o General da Guarda Revolucionária iraniana General Mohammed Allahdadi dentro da Síria, o antigo promotor especial Alberto Nisman foi morto por um tiro disparado no lado de sua cabeça no banheiro de seu apartamento fechado, em 18 de janeiro de 2015. (2) Nisman tinha investigado o atentado a bomba em 1994 contra um edifício de propriedade daAMIA - Asociación Mutual Israelita Argentina por um período de dez anos. Em 2003 fora nomeado para a tarefa pelo Presidente Nestor Kirchner, o marido já falecido da atual presidente.

Alguns dias antes, ele tinha feito acusações contra a presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner e seu ministro do Exterior Hector Timerman, ele mesmo um judeu. Nas palavras doNew York Times Nisman havia "lançado graves acusações", (3) afirmando "que funcionários iranianos teriam planejado e financiado o ataque; que o Hezbollah, aliado do Irã no Líbano o havia executado; e que a presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, e seus principais assessores tinham conspirado para encobrir o envolvimento iraniano como parte de um acordo para o fornecimento de petróleo do Irã para a Argentina." (4)

Tendo fugido da Argentina após a morte de Nisman, o jornalista judeu Damian Pachter, já em Israel, jogou lenha na fogueira, tendo mesmo escrito um artigo para o Haaretz que não foi apoiado por ninguém, mas mesmo assim muito citado, no qual busca polemizar com o governo argentino. O artigo de Pachter faz a Argentina parecer um país que vive à sombra do nazismo alemão ou de algum regime fascista. Vejam alguns de seus comentários:

- Não tenho ideia de quando voltarei para a Argentina. Aliás, nem sei se quero voltar. O que eu sei é que o país no qual nasci não é mais o lugar feliz sobre o qual meus avós costumam contar histórias.

- A Argentina transformou-se em um lugar escuro dominado por um sistema político corrupto. Ainda não entendi direito tudo o que me aconteceu nas últimas 48 horas. Mas nunca imaginei que meu retorno para Israel aconteceria desta forma. (5)

Antes de seguirmos em frente, deve ser acrescentado que nos dez anos de investigação de Alberto Nisman, ele nunca chegou a acusar o Irã ou o Hezbollah. Acrescente-se que foi revelado que Nisman consultou frequentemente os Estados Unidos sobre o caso AMIA e que foi frontalmente acusado por Roland Noble, antigo presidente da International Criminal Police Organization (INTERPOL), de mentir em muitas das acusações que fez sobre o caso AMIA. (6)

A morte de Alberto Nisman foi noticiada como suicídio. No entanto, o momento em que a morte se deu é muito suspeito: apenas algumas horas antes de depor no Congresso Argentino. O governo argentino disse que o que aconteceu na realidade foi um homicídio destinado a prejudicar o governo. (7) Essa assertiva se tornou plausível, posto que a morte de Alberto Nisman está sendo usada para fins políticos, como munição para a tentativa de remoção do governo argentino.

A quinta coluna na Argentina

O jornal The Guardian publicou artigo em 27 de janeiro de 2015, no qual relata que a morte de Alberto Nisman aconteceu "depois de uma luta acirrada" entre o governo argentino e uma importante "agência de inteligência, o que foi revelado depois da morte suspeita de Nisman, tendo a presidente acusado espiões desonestos que tentam solapar o seu governo". (8) A partir da reportagem, alguns pontos importantes podem ser notados, entre os quais os que seguem:

- Funcionários do governo acusaram diretamente alguns espiões que eles dizem que trabalhavam junto com Nisman e ao qual forneciam gravações de escutas.

- Entre eles estava Antonio Stiuso, o qual até o mês passado era o diretor geral de operações para interceptação dos adversários políticos da presidente. Foi demitido quando a presidente Cristina descobriu que ele estava trabalhando em conluio com Nisman na construção de um caso contra ela. Acredita-se que esteja agora nos Estados Unidos.

- Em discurso em cadeia de televisão - que pronunciou a partir de uma cadeira de rodas depois de recente acidente - Fernandez criticou também Diego Lagomarsino, o qual foi acusado na segunda-feira de ter fornecido ilegalmente uma arma para Nisman. (9)

O que se conclui de todas as informações acima é que a segurança e a inteligência argentinas desenvolvem operações destinadas a derrubar seu próprio governo. Acrescente-se que Antonio Stiuso e Nisman estavam trabalhando secretamente para estabelecer um caso que possibilitasse a remoção de Kirchner do poder.

A quinta coluna está presente na Argentina. Note-se que muitos dos indivíduos envolvidos neste caso são elementos que restaram do período de ditadura militar na Argentina, a qual colaborava intimamente com os Estados Unidos. Isso pode explicar por que se acredita que Stusio tenha voado para os Estados Unidos. Além disso, este é o motivo que levou o governo argentino a iniciar uma investigação sobre as atividades de vários agentes da polícia federal que estavam monitorando Nisman e por que decidiu substituir a Secretaria de Inteligência (SI - anteriormente Secretaria de Inteligência do Estado ou SIDE) por uma nova agência federal de inteligência. (10) "Todas essas coisas me levaram a tomar a decisão de remover agentes que atuam desde antes da implantação da democracia", afirmou a própria Kirchner. (11)

"Nós precisamos trabalhar em um projeto para a reforma do sistema de inteligência da Argentina a fim de dar transparência a um sistema que hoje não está a serviço dos interesses nacionais", declarou a presidente Kirchner sobre as reformas. (12) Kirchner revelou ainda que a SI estava trabalhando para minar seu governo e anular um acordo que a Argentina tinha assinado com o Irã. O jornal Buenos Aires Herald escreveu que a Presidente Kirchner asseverou que "desde o instante em que foi assinado o Memorando de Entendimento com o Irã sobre o episódio do atentado contra a AMIA em 1994, você pode notar que o acordo vem sendo bombardeado a partir da SI (Secretaria de Inteligência)." (13)

A Argentina é um front da guerra global de múltiplo espectro. A AMIA não passa de pretexto.

O caso AMIA foi politizado em dois fronts. Um deles é a luta interna; o outro está no campo das relações internacionais. Um grupo de oligarcas argentinos estão usando o caso AMIA para tentar retomar o controle sobre o país; enquanto, por outro lado, os Estados Unidos estão usando o caso AMIA como mais uma ferramenta adequada, como aconteceu com os fundos abutres, para pressionar a Argentina e interferir em seus assuntos internos.

As opiniões estão-se radicalizando dentro da Argentina, enquanto os ataques são cada vez mais duros. A morte de Alberto Nisman está sendo usada pelos adversários políticos do governo argentino para demonizá-lo. A oposição já se refere a Nisman como mártir na luta pela democracia e liberdade no país, que supostamente estaria sendo conduzido para um regime cada vez mais autoritário.

O confronto político na Argentina sobre o atentado contra a AMIA reflete uma realidade muito mais grave. O Irã não é o único alvo a ser atingido com a polarização sobre o caso AMIA. Nem se trata de procurar justiça para as vítimas do atentado. China, Rússia, Cuba, Brasil, Venezuela, Equador, Bolívia e uma série de outros países independentes também são alvos do que é na realidade uma guerra que se trava entre os EUA e os países soberanos que resistem à influência dos Estados Unidos.

O objetivo final dos Estados Unidos é retomar sua influência perdida na Argentina, redirecionar suas relações comerciais e controlar sua política externa. Isto inclui o fim das medidas lançadas por Buenos Aires no sentido de retomar o controle sobre as Malvinas (Falklands) da Inglaterra. As Malvinas estão situadas em região rica em recursos energéticos no Atlântico Sul.

Além da guerra por recursos que incluem as reservas de energia, a guerra de múltiplo espectro lançada pelos Estados Unidos contra seus rivais vai cada vez mais em direção a um assalto à agricultura, do qual resultará a desestabilização dos preços dos alimentos e eventualmente a fome. Além de uma ainda não explorada reserva de petróleo e gás natural, a Argentina é potência agrícola. Controlar Buenos Aires seria útil para os Estados Unidos.

Notas:
[1] Mahdi Darius Nazemroaya, «Eagles of Empire and economic terrorism: Are vulture funds instruments of US policy?» RT, 24/10/2014.
[2] Almudena Calatrava, «Supporters doubt Argentine prosecutor killed self», Associated Press, 20/1/2015; Jonathan Watts, «Argentinian government moves to dissolve domestic intelligence agency», Guardian, 27/1/2015.
[3-4] Isabel Kershner, «Journalist Who Reported on Argentine Prosecutor's Death Flees to Israel», New York Times, 26/1/2015.
[7-10] Jonathan Watts, Argentinian governments moves», op. cit. 
[11-13] «CFK announces plan to dissolve SI intelligence service», Buenos Aires Herald, Janaury 26, 2015.


UMA FRUTA QUE NÃO CAIU! – IX


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Martinho Júnior, Luanda (textos anteriores)

24 – Ao tornar Cuba, a partir do período especial em 1991, num “laboratório experimental” onde foram aplicadas as mais variadas técnicas e acções de terrorismo e propaganda (por parte de redes de características fascistas fieis a Fulgêncio Batista de exilados cubanos residentes sobretudo na Florida, estimulados pelos serviços de inteligência norte americanos) e ingerência directa em assuntos internos de carácter sócio-político e psicológico de Cuba (inclusive a partir dos Escritórios Representativos dos Estados Unidos da América em Havana), ou indirecta utilizando canais apropriados, foram conjugadas as políticas de bloqueio e guerra psicológica a um nível sem precedentes.

Até 2013, segundo Salim Lamrani, em “50 verdades sobre a Revolução Cubana”, Cuba sofreu “mais de 6 mil atentados, que custaram a vida de 3.478 civis e incapacitaram 2.099 pessoas.

Os danos materiais são avaliados em vários bilhões de dólares e Cuba teve de gastar somas astronómicas em sua segurança nacional, o que limitou o desenvolvimento dos programas sociais.

O próprio líder da Revolução foi vítima de 637 tentativas de assassinato”…

Os Estados Unidos prolongaram de facto a Guerra Fria contra Cuba, muito para lá do episódio do derrube do muro de Berlim e ao fazê-lo assumiram as vestimentas dum autêntico estado terrorista!

25 – O bloqueio não foi pois um simples “embargo económico”, por que as técnicas aplicadas na sua geometria variável foram sempre conjugadas e intimamente associadas a actos de inteligência, ingerência, manipulação, desestabilização, sabotagem e terrorismo, visando de algum modo hostilizar, ou transformar a vontade do povo cubano, procurando-o desviar do seu rumo socialista, procurando subverter a democracia participativa por que se regem estado e sociedade, procurando minar a sua capacidade de resistência e procurando inibir inclusive todos aqueles que se relacionam duma maneira ou de outra com Cuba, como por exemplo os simples turistas que vão em busca de paz e de lazer, de contacto humano e de contacto com a natureza!...

Têm sido vários os substratos sociais autóctones em Cuba que têm sido alvo preferencial da ingerência “laboratorial” norte americana e do seu labor em função dos conceitos que se prendem ao pregão de “liberdade democrática” em prol dum modelo de “democracia representativa” moldado pelos interesses e conveniências do império, entre eles, por exemplo:

- A intelectualidade, duma forma geral, incluindo cientistas, médicos, artistas… assim como algumas instituições ou organizações a que eles tenham aderido;

- A juventude, em especial aquela que tende a usar alguma das múltiplas capacidades instaladas nos telemóveis e computadores;

- Trabalhadores independentes, particularmente blogueiros e jornalistas;

- Familiares de contra-revolucionários presos, que respondem directamente aos estímulos (e pagamentos) da ingerência;

- Igrejas cujo carácter ou perfil possa ser vulnerável a financiamentos especializados feitos por adequados canais;

- Instituições ou organizações vocacionadas a acções sócio-políticas que conformam os propósitos directos da contra-revolução.
  
26 – Os Serviços de Inteligência norte americanos, em especial a CIA, utilizam canais como a USAID (“Agência dos Estados Unidos para a Assistência Internacional”) ou a NED (“National Endowment for Democracy”), ou seus “desdobramentos” que podem incluir canais por via de outros países latino americanos, que colocam ao dispor manancial humano para as operações em curso, evitando detenções como a ocorrida com o espião norte-americano Alan Gross, apesar dos riscos que correm os agentes assim recrutados e instrumentalizados.

Esse procedimento ajusta-se também melhor, de acordo com a perspectiva de ingerência norte americana, com a arregimentação que faz dos círculos mais reaccionários de migrantes cubanos na Florida redundantes dos apoiantes de Fulgêncio Batista, inclusive de organizações que têm pautado sua actuação utilizando medidas terroristas, que o foram desde a invasão ocorrida em Praia Girón, até à colocação de bombas em hotéis, ou à explosão no ar de aviões civis cubanos com a utilização de cargas explosivas colocadas através de suas operações.

O FBI tem tido conhecimento e ligação com esses grupos terroristas, conforme outro exemplo: um documento próprio com data de 23 de Setembro de 1977 que foi publicado por investigadores porto-riquenhos que a ele tiveram primeiro acesso.

O documento revela conhecimentos acerca da organização terrorista com as siglas CORU (“Coordinación de Organizaciones Revolucionarias Unidas”), a que pertenciam a essa data Luis Posada Carriles, Orlando Bosch e Frank Castro, reconhecidos autores do atentado a uma aeronave da “Cubana”, que causou explosão do aparelho e a morte de 73 de todos os seus ocupantes.

Os Estados Unidos que colocaram Cuba na lista dos “estados terroristas”, foram denunciados dezenas de vezes, ano após ano, como os promotores de actos terroristas dessa natureza, em função da protecção e estímulo que organizações como essa sempre mereceram em seu território ou a partir dele, espalhando o seu “perfume” pela América Latina.

A persistência desse contexto, levou a que os Serviços de Inteligência cubanos se decidissem a infiltrar esse tipo de organizações terroristas e criminosas, a fim de melhor poder defender Cuba de suas acções, para além de estabelecer “cordões sanitários” que isolassem outros sob a mesma tutela, a actuar dentro do seu próprio território e fazendo uso da independência e da soberania revolucionária!

Ao transformar Cuba num “laboratório experimental” dessa natureza, os Estados Unidos não podiam esconder que o que priorizavam em direcção a Cuba, iriam depois aplicar um pouco por todo o Mundo e também na América Latina, pelo que a percepção dos fenómenos que artificiosamente desencadeava, pouco a pouco acabou por ser cada vez mais entendida por cada vez maior número de estados e de entidades, até aos seus detalhes mais íntimos.

Os Estados Unidos não podem esconder hoje que, sempre que assim actuarem são um estado terrorista nos seus relacionamentos internacionais e por isso mesmo se tornaram um verdadeiro santuário de terroristas, no caso de Cuba ao nível de organizações como a CORU!  

Os países vulneráveis do Terceiro Mundo percebem por outro lado, que resistências poderão ser estimuladas, que respostas no quadro dessas resistências devem ser encontradas, que argumentos sócio-políticos poderão mobilizar de forma a, ao mesmo tempo, aprofundar a democracia, livrando-a de nefastas representatividades e tornando-a efectivamente cada vez mais participativa!

Hoje é possível perceber como são geradas as “revoluções coloridas”, ou as “primaveras árabes”, como se mobilizam, como actuam e quais os objectivos de que se nutrem, por que durante décadas os Estados Unidos assumiram-se enquanto estado terrorista pelo que puseram em prática no“laboratório experimental” de Cuba!

Com esse conhecimento a América Latina percebeu quão importante é a integração, quão importante é a revolução bolivariana, quão importante é gerar culturas de resistência (particularmente com o concurso de culturas indígenas, como na Bolívia), quão importante é a mobilização popular e a equação de suas organizações sociais, quão importante é, salvaguardando para a sua causa as oligarquias patrióticas, colocar as oligarquias anti-patrióticas arregimentadas pelo império contra a parede impedindo a sua vassalagem e instrumentalização, ou seja, desmascarando os seus procedimentos comprometidos só possíveis no âmbito dos espectros mais conservadores que definem as “democracias representativas”!

Cuba, (entenda-se seu Povo, sua Revolução e seus heróis), é um farol e simultaneamente um exemplo que todos os progressistas, nos países vulneráveis do Terceiro Mundo devem estudar, para entender por que razão há tanta pressão para tornar impactantes determinados factores sócio-políticos que, por via do capitalismo neo-liberal, por via da “abertura dos mercados”, aderem “por osmose”, ao arregimentar oligarquias anti-patrióticas, aos interesses e conveniências da aristocracia financeira mundial!

A doutrina de choque, tem sido aplicada a Cuba de forma permanente e persistente, desde o início da Revolução Cubana e agora não pode  mais passar despercebida aos olhos de todo o Mundo!

Por que Cuba foi um fruto que não caiu, é hoje possível, mais do que antes, avaliar as capacidades de ingerência do império instrumentalizando os processos de globalização com características de hegemonia unipolar, da propositada supremacia das culturas anglo-saxónicas, da instrumentalização das “revoluções coloridas” e das “primaveras árabes”, bem como de elitismos que, sendo inteligentes, acabam por desembocar nos mesmos objectivos de jugo e domínio ao fazer ascender e consolidar o poder de 1% sobre o resto da humanidade!

Notas:
- Según un documento secreto descubierto por investigadores puetorriqueños
El FBI designa a Luis Posada Carriles, Orlando Bosch y Frank Castro como “responsables del desastre de Cubana de Aviación” – http://www.rebelion.org/noticia.php?id=125681

Gravura representativa da simbiose CIA-USAID

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