Os
deputados do Parlamento da Guiné-Bissau deixaram hoje as instalações pelas
02:00, depois de terem ocupado o hemiciclo de forma pacífica durante a noite
para evitar que os partidos opositores quebrassem a suspensão de trabalhos.
Os
deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
saíram pela meia-noite, enquanto outros 15, expulsos do PAIGC, e a bancada do
Partido da Renovação Social (PRS) deixaram o edifício cerca das 02:00,
descreveram alguns parlamentares à Lusa.
Nenhuma
decisão foi tomada por qualquer dos dois lados em confronto político, ou seja,
a suspensão da sessão da Assembleia Nacional Popular (ANP), cuja continuação
está agendada para quinta-feira, não foi posta em causa, acrescentaram as mesmas
fontes.
Esta
quarta-feira é feriado na Guiné-Bissau, dia em que se assinalam os 43 anos do
assassínio de Amílcar Cabral, “pai” da independência do país.
O
grupo de 15 deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC) e que perderam o mandato – mas que rejeitam a sanção –
permaneceu no Parlamento durante toda a quarta-feira receando que, caso
saíssem, o PAIGC concretizasse a sua substituição e aprovasse o programa de
Governo, referiu um dos deputados.
O
grupo tem contado com o apoio do maior partido da oposição, PRS. Por seu lado,
deputados do PAIGC, partido no poder, continuaram a ocupar os lugares, por não
saber o que podiam fazer os opositores.
O
“grupo dos 15” e a bancada do PRS juntaram-se numa nova maioria que após
interrompida a sessão, na segunda-feira, e à revelia da mesa da Assembleia,
elegeu uma nova liderança do Parlamento e aprovou moções de censura e de
rejeição do programa de Governo, documentos entregues na Presidência da
República para promulgação.
O
chefe de Estado, José Mário Vaz, ainda não se pronunciou, enquanto o presidente
da Assembleia, Cipriano Cassamá, considerou nulos todos os atos que se seguiram
à suspensão da sessão. A continuidade do Governo do PAIGC depende da aprovação
do respetivo programa.
Lusa,
em O Democrata
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