Martinho Júnior, Luanda
Ainda
ressoam as botas da NATO no exercício “Trident Juncture 2015”, levado a cabo
nos solos mediterrânicos da Itália, de Espanha e de Portugal e já se prepara a
IIª fase do ataque à Líbia, algo que não é inovador se atendermos às
“repetições de ementa” no Médio Oriente.
De
facto o “Steadfast Jaguar 2006” que ocorreu em Cabo Verde foi o ensaio-preparatório
do engajamento da NATO no Afeganistão… e tem sido sempre assim onde quer que
seja, qualquer que seja o cenário e a conjuntura, ao abrigo dos mestres da “Nova
Ordem Mundial”, que dá exemplo um pouco por todo o mundo…
As
multinacionais do petróleo na sua voragem (não importa que o barril se venda
abaixo dos 30 USD), têm agora todos os motivos para que a NATO /AFRICOM ataque
de novo a Líbia… não se importando (muito pelo contrário) que com isso esteja a
provocar ainda a maior disseminação das“abelhas jihadistas” em direcção ao
sul do continente, via AQMI, ou Boko Haram, ou de algo que se possa mais
adiante inventar com a ajuda e o financiamento das feudais monarquias arábicas!
Atacando
a Líbia, as potências neo coloniais de África (entenda-se sobretudo os Estados
Unidos, a FrançAfrique, a Grã Bretanha… a Itália), com essa tácita
disseminação, garantem a panóplia de meios ao abrigo do AFRICOM, que fazem a
caridade de defender os enjeitados estados africanos, incapazes de por si sós
se defenderem deste tipo de ameaças “transfronteiriças” e de “baixa
intensidade”.
A
hipocrisia avassaladora continua a fazer de África “um corpo inerte onde
cada abutre vem depenicar o seu pedaço”, condicionando ao seu jogo até àqueles
que, como Angola, colocam a paz como a grande meta a atingir, pois de outro
modo será impossível lutar contra o subdesenvolvimento e dar início à imensa
saga do renascimento africano!
Depois
do “petróleo para o desenvolvimento”, a “paz republicana” com
que Bush nos seus relacionamentos brindou África, o democrata Barack Hussein
Obama não teve engenho, nem arte de desencadear por todo o continente programas
de “petróleo enquanto excremento do diabo”, a tal ponto que até as
iniciativas de paz ficam condicionadas a benevolência do império!
Fotos:
-
Abdelhakim Belhaj, recrutado pela CIA no Afeganistão (era de Ronald Reagan),
lidera os factores de desestabilização na Líbia, os factores que “justificam” a
IIª intervenção NATO/AFRICOM na Líbia;
-
Mokhtar Belmokhtar, o líder-traficante do AQMI, que a CIA um dia recrutou
também para ser um “freedom fighter” (da era Reagan) no Afeganistão
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