A
justiça moçambicana abriu processos para todas as ocorrências relativas a
ataques nas estradas atribuídos à Renamo (Resistência Nacional Moçambicana),
informou hoje em Luanda a procuradora-geral da República.
Beatriz
Buchili, que realiza uma visita de trabalho de seis dias a Angola, assegurou,
questionada pela agência Lusa, que "todos os ataques estão a ser
investigados" e têm processos já abertos.
"Em
função dessas ocorrências, vamos dar o devido tratamento", referiu a
procuradora-geral da República moçambicana.
Segundo
Beatriz Buchili, no informe anual que vai prestar à atual sessão ordinária da
Assembleia da República, será fornecido o número exato de processos em
investigação.
"Mas
em todas as ocorrências que foram feitas - porque são crimes - nós temos atuado
e dado o devido tratamento", reiterou Beatriz Buchili.
A
instabilidade em Moçambique tem vindo a deteriorar-se, com acusações mútuas de
ataques armados, raptos e assassínios de dirigentes políticos.
Nas
últimas semanas, foram registados ataques a colunas de veículos civis
escoltadas pelos militares atribuídos à Renamo, em dois troços da N1, a
principal estrada do país, na província de Sofala, centro do país.
Além
de Sofala, há registo de mais incidentes noutras províncias do centro de
Moçambique, nomeadamente em Manica, onde no sábado uma emboscada contra um
autocarro provocou a morte de duas pessoas e ferimentos em oito.
A
Renamo nunca confirmou nem desmentiu a autoria destes ataques.
O
diálogo entre Governo e Renamo está bloqueado há vários meses, levando o líder
da oposição, Afonso Dhlakama, a ameaçar tomar o poder nas seis províncias onde
reclama vitória nas últimas eleições gerais.
A
crise política e militar em Moçambique provocou igualmente a fuga de milhares
de habitantes da província de Tete para o vizinho Malaui.
NME
(HB) // VM - Lusa
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