terça-feira, 8 de março de 2016

Portugal. “MAU SERIA ESTARMOS JÁ DISPONÍVEIS PARA RETROCESSOS E RASGAR ACORDOS”



O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que desconhece qualquer medida adicional do governo do PS, referindo que "seria mau" existir já disponibilidade para "retrocessos ou rasgar compromissos".

"Não conhecemos qualquer medida adicional ou qualquer disponibilidade do governo em considerar isso. O que acreditamos é que podemos concretizar estas medidas positivas do Orçamento do Estado [para 2016], criar uma sensação junto do povo de devolver a esperança de uma vida melhor", disse o líder comunista, à margem de um almoço para assinalar o Dia Internacional da Mulher, na Moita.

Jerónimo de Sousa disse ainda que é preciso manter o rumo do caminho encontrado.

"Mau seria estarmos já na disponibilidade de consideração de cortes, de retrocessos, de rasgar compromissos. Pensamos que esse não pode ser o ponto de partida e de análise, temos que manter o caminho encontrado, o compromisso assumido e a convergência concretizada nesta proposta de orçamento", salientou.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos Pierre Moscovici "clarificou" hoje as suas declarações da véspera relativamente a Portugal, apontando que nada mudou e há confiança na capacidade do Governo português em executar o orçamento de 2016 com respeito pelas metas.

"Acho sinceramente que não se deve criar um incidente em torno desta matéria. Se as minhas palavras foram interpretadas de forma ambígua, queria clarificar esta manhã: não, não há nenhuma mudança na nossa posição, [há] confiança na capacidade do Governo em integrar as opiniões da Comissão e as recomendações do Eurogrupo", declarou Pierre Moscovici, na conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin).

O secretário-geral do PCP defendeu que os portugueses "têm o direito de fazer opções" em relação à política nacional e à defesa da sua soberania, salientando que com a solução política encontrada se "travou a política de exploração e empobrecimento".

"A par dessa pressão e dessa chantagem da União Europeia, quero lamentar que a nossa direita doméstica não tenha um rasgo patriótico e aplauda essas pressões. Quase fazem figas para que levem por diante essas pressões e chantagens, num pensamento mesquinho de medo que os portugueses verifiquem que foi possível interromper a política de exploração e empobrecimento que eles consideraram uma fatalidade e uma inevitabilidade", concluiu.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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