sábado, 23 de abril de 2016

JORNALISMO DO EXPRESSO E DO CONSÓRCIO “ESPALHADO AO COMPRIDO"



Habitualmente usamos no Página Global o Expresso Curto, quase sempre de segunda a sexta-feira. Temos por vício alertar para que leia mas que usem a vossa própria cabeça, que exercitem os miolos, porque o Expresso deixa muito a desejar enquanto órgão de informação e de fabricar opinião. Não por acaso trazemos hoje aqui o Expresso, não aquele Expresso Curto mas sim o Expresso do jornalismo que se “espalha” ao comprido e vem provar que usarmos os miolos é mesmo muito recomendável. Cuidados e caldos de galinha nos “arautos” do tio Balsemão Bilderberg não faz mal a ninguém. e noutros "arautos".

Trazemos ao conhecimento dos menos avisados o que se nos deparou em Ladrões de Bicicleta, com assinatura de João Ramos Almeida. Sem entrar em pormenores, porque ele é quem o faz, servimos o aperitivo da curta prosa que se segue e que põe em causa o tal consórcio de jornalistas de investigação que trouxeram à baila os Papéis do Panamá. Também aqui, pelo PG, posto em causa relativamente à sua transparência e função, mais parecendo uma “encomenda” para parolos se entreterem – talvez encomendada por uma qualquer agência norte-americana que pague bem aos… jornalistas seus agentes.

A prosa a seu dono: João Ramos Almeida.

MM / PG

Listas secretas de pagamentos

A rádio abriu o noticiário de hoje com a "revelação" do jornal Expresso de que no saco azul do Espírito Santo havia políticos e jornalistas. Compra-se o jornal e cadê a lista de políticos e de jornalistas avençados do Espírito Santo?

O Expresso permite-se fazer uma peça na página 3, ou seja, uma página nobre, em que apenas faz um levantamento de background, nada adiantado sobre o que promete a 1ª página. Tudo isto suscita imensas questões sobre a falta de transparência deste Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

Teve o Expresso real acesso à lista de políticos e jornalistas? Se não, o que está a impedir esse acesso? Se sim, qual a dificuldade em divulgar a referida lista? É porque a lista tem demasiados nomes e é impossível fazer o exercício de contraditório em tempo útil? Pode ser uma preocupação louvável, mas nesse caso, para quê divulgar que há essa lista? Se o exercício do contraditório é essencial para apurar o que é verdadeiro, nesse caso a lista pode ser falsa e então não valia de nada dizer que existe. Teve o Expresso receio de perder o exclusivo sobre essa "bomba" - tal como põe na 1ª página!! - porque, à medida que fizesse perguntas, a questão iria saber-se? Mas afinal estamos no reino do jornalismo de investigação ou da política comercial do Expresso? E quem me diz que quando, um dia, a lista for divulgada, essa era a lista completa?

E depois se a lista representa um indício de crime, por que não dá o Expresso acesso a esses elementos ao Ministério Público? E mesmo se a denúncia às autoridades pode criar urticária a alguns, fica a questão da falta de transparência: apenas os jornalistas do Consórcio podem saber? Que raio de função social do jornalismo é esta?


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