Pelo
menos 500 crianças matriculadas em diferentes escolas da Zona de Influência
Pedagógica (ZIP) de Halaca, no distrito de Murrupula, província de Nampula,
encontram-se privadas do direito à educação, devido às ofensivas militares das
Forças de Defesa e Segurança (FDS) que procuram desarmar, e mesmo eliminar, os
homens armados do partido Renamo que estão baseados naquela região.
Jorge
Ferrão, ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, disse, recentemente, que
mais de 36 mil alunos, em 97 escolas, deixaram de estudar devido a confrontos
militares nas províncias de Tete, Manica, Sofala, Zambézia e Nampula.
De
acordo com Júlio Mendes, director provincial da Educação e Desenvolvimento
Humano em Nampula, os alunos em alusão eram assistidos por oito professores
que, igualmente, já não se fazem aos seus postos de trabalho.
As
crianças foram forçadas a abandonar a escola porque os seus pais e encarregados
de educação procuraram refúgios em locais aparentemente seguros. Falando à
Imprensa, Mendes disse que neste momento o sector que dirige está a envidar
esforços com vista a enquadrar os alunos noutros estabelecimentos de ensino,
para que estes não percam o ano lectivo.
“Estamos
a trabalhar no sentido de garantir que os professores continuem a trabalhar,
para além dos alunos que não podem perder o ano lectivo de 2016”, disse Mendes.
Embora
não existam cobertura regular na imprensa no distrito de Murrupula acontece há
vários meses uma das frentes mais activas do conflito político-militar. Um membro das Forças Especiais moçambicanas relatou ao @Verdade e
SAVANA que a sua unidade foi destaca para a região em Janeiro deste
ano para eliminar cidadãos identificados como sendo membros e/ou simpatizantes
do partido Renamo.
"Nós
fomos lá e identificamos uma base da Renamo. Fizemos uma defesa circular, em
que todos paramos e concentramos o fogo, mas sem esperar que eles pudessem
responder, já que era de madrugada. Quando responderam fogo cada um correu à
sua maneira e ele ficou, tinha uma metralhadora PK de 475 munições (é uma
metralhadora Kalashnikov russa vulgarmente conhecida por PK), tinha dois
carregadores", relatou o agente das Forças especiais que revelou que a sua
unidade chega às residências onde recebem indicação de estarem membro e/ou
simpatizantes do maior partido de oposição e "batemos a porta e levamos a
pessoa".
O
confronto militar mais recente que há registo aconteceu na primeira semana de
Abril e culminou com a substituição do então Comandante provincial
da província de Nampula.
Leonardo
Gasolina - @Verdade
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