segunda-feira, 25 de julho de 2016

Timor-Leste destaca apoio de Portugal à reintrodução e consolidação da língua portuguesa



Díli, 25 jul (Lusa) - A vice-ministra da Educação timorense destacou hoje o apoio de Portugal ao desafio de reintrodução e consolidação da língua portuguesa em Timor-Leste.

"Estas fortes relações refletiram-se na implementação de vários projetos de cooperação, nomeadamente do Projeto de Reintrodução da Língua Portuguesa (PRLP), do Projeto de Consolidação da Língua Portuguesa (PCLP) e do Projeto de Formação Inicial e Contínua de Professores (PFICP)", disse.

Dulce de Jesus Soares falava em Díli num encontro de boas vindas a um grupo de 27 professores portugueses que chegaram a Timor-Leste no âmbito projeto Formar Mais, uma das iniciativas de apoio português à formação contínua de docentes timorenses.

"O Projeto Formar Mais nasce de uma vontade política comum. Por um lado, nasce da vontade do Governo de Timor-Leste em continuar a contar com o apoio de Portugal e, por outro, pela vontade manifestada pela Cooperação Portuguesa em continuar a apoiar a reconstrução do nosso sistema educativo", disse.

Dulce Soares destacou que os esforços em torno ao português em Timor-Leste inserem-se no objetivo mais amplo de "implementação de um modelo sustentável de desenvolvimento", de consolidação das instituições do país e de promoção da participação das novas gerações.

No capítulo da Educação, "o grande desafio" foi o de reconstruir todo o sistema educativo que, apesar dos avanços, continua a enfrentar "diversos constrangimentos e lacunas", afirmou.

O número insuficiente de matrículas e de infraestruturas e a elevada taxa de abandono escolar somam-se a desafios como a "inadequada ou insuficiente qualificação dos docentes, não só no domínio das línguas oficiais, mas também a nível científico e pedagógico", acrescentou.

No grupo de docentes hoje recebidos em Díli estão 11 professores que desempenharão funções no 3.º ciclo do ensino básico e 15 nas diversas disciplinas do ensino secundário geral timorense, sendo que Timor-Leste financia cerca de 75% do custo do envio dos professores.

Os docentes, que participaram em ações de formação na Universidade de Aveiro e em sessões no Instituto Camões, trabalharão em Timor-Leste em articulação com o Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação (Infordepe).

A maioria já esteve no passado em Timor-Leste o que, segundo a vice-ministra, lhes dá "plena noção da especificidade única que é trabalhar e viver" no país, " uma realidade bem diferente daquela a que estão habituados em Portugal". Pediu ainda compreensão "quanto a eventuais problemas que possam surgir", nomeadamente atrasos no pagamento de salários, garantindo que o seu ministério "tudo fará para que isso não aconteça".

"Garanto a total abertura e disponibilidade do ministério para ajudar a resolver todos os problemas que surjam pelo caminho. No entanto, exigirei o máximo compromisso, dedicação, profissionalismo e competência a cada um de vós", disse.

O projeto Formar Mais resulta de uma parceria entre o Ministério da Educação de Timor-Leste, através do Infordepe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, através do Instituto Camões, e a Universidade de Aveiro.

Deolindo Araújo, presidente do Infordepe, recordou que, dando continuidade a anteriores projetos de cooperação, em especial ao Projeto de Formação Inicial e Contínua de Professores (PFICP), concluído em dezembro de 2014, o Formar Mais tem como objetivo "a consolidação do sistema educativo de Timor-Leste" através do apoio à "formação académica e profissional do pessoal docente e de profissionais do sistema educativo".

Segundo o Ministério da Educação timorense, o projeto pretende "continuar o apoio à reconstrução do sistema educativo timorense e à consolidação do uso da língua portuguesa como instrumento para fins de ensino, aquisição e acesso ao conhecimento".

Estes professores atuarão em todos os municípios de Timor-Leste num projeto que se prolongará, por etapas, até 2018.


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