segunda-feira, 24 de outubro de 2016

TALIBÃS DO FUMO E DA CHULARIA




Bom dia. Boa semana. Boa saúde. Sorte e dinheiro para pagar as dívidas e ainda viver decentemente. Se conseguir tudo isso é um sortudo(a). Parabéns. Expresso Curto para todos.

Hoje é dia de cafeína. Não tenho memória que andem por aí talibãs contra a cafeína. Nem na AR está previsto legislarem a lei das bicas ou dos cimbalinos e dos abatanados, os curtos ou italianas. Pelo visto o Francisco George, o talibã que declarou guerra ao tabagismo, ainda não se lembrou disso e não massacrou a opinião pública nem o legislador com as suas teorias fanáticas que coartam as nossas liberdades. É ele, o talibã George, Xico por diminutivo, que esfregará as mãos quando a lei estafúrdia contra o fumo for aprovada, se for. Não se pode fumar na rua. Boa Xico! Ena, que exagero! Quer dizer: podemos fumar na rua mas não em todas as ruas, nem em todos os locais ao ar livre – não assim tão livre por causa da poluição dos automóveis (o do Xico também). O Xico e associados não fumam mas poluem o ar anualmente muito mais que 10.000 fumadores, ou mais, a andarem de popó (fora o resto). O radicalismo está aí, nesta da guerra contra os fumadores. Já agora, senhor Xico (esperto) diga lá se o Estado não tem responsabilidades enormes em existirem tantos viciados no fumo de tabaco? Não sabe? Pois tem idade para saber. Lembra-se de o Estado dar cigarros aos soldados, aos militares, mesmo que não fumassem? Era, era. Década e meia assim, a viciar os cidadãos, jovens que não fumavam e iam para a tropa, para a guerra do ultramar (não só) e lá vinham as senhoras do regime (Movimento Nacional Feminino) despejar maços de cigarros para os que fumavam e não fumavam. Não aceitar era uma falta de educação. As madames salazar-fascistas ficavam ofendidas se não aceitassem as suas dádivas. Quer dizer: o veneno dito por Xico. E agora vá de proibir, mas… ridiculamente, radicalmente, ditatorialmente, fanaticamente, como se no país não existissem grandes problemas para resolver. Olhem, a poluição dos escapes dos automóveis. Ela anda aí, à solta, em grande. Experimentem a subir a pé uma rua íngreme onde passe trânsito poluente e digam lá se não atrapalha a respiração levar com aqueles gases dos escapes. E então? Onde está a legislação a sério para os automóveis a gasolina e gasóleo? Acabem com eles. Legislem para que se movam com energias limpas. Já há. Já é possível, e bem. Oh pois! Isso não! E as petrolíferas. Ai Xico! Ai Xicos Espertos!

Adiante, que se faz tarde. Vamos lá à cafeína do Expresso pelo teclado do Martim Silva. O mesmo de sempre, por ali. A atualidade sobre a Caixa Geral de Depósitos, o administrador-gestor, o governo, as custas imorais dos chulos da espécie já conhecida… e o Passos Coelho, outro que tal e dos piores. Vão ler que ficam na mesma. Eles são o que são: uns talibãs da chularia que nos saem muiiito caros.

Vai depois o Martim abordar as pensões, e etc. Ah! Decisões dos… merdas que se governam e nos desgovernam, nos acossam, nos mordem, nos sugam até ao tutano. Pois.

O melhor é lerem. Sem novidades, mas que é sempre de ler. Para não esquecermos o imbróglio em que estamos metidos por via das corjas que põem e dispõem democraticamente. Hem? Democraticamente? O tanas! Decidem para eles próprios e para os das suas laias o melhor. E a maioria que se lixe, que os sustente opíparamente em tudo e até nos vícios. Chulos. Talibãs da chularia. Desumanos que subverteram a democracia de facto para colherem todas as vantagens conhecidas e desconhecidas.

Como não há fumo sem fogo… um dia isto vai mesmo incendiar-se a valer. Depois é que vai ser “só fumaça” – como dizia Pinheiro de Azevedo no Terreiro do Paço, a papaguear Mário Soares que lhe dava as dicas (histórico). E olhem que quando chega a hora exata, a da revolta devido aos excessos de sofrimento e repressões, o povo não é sereno. Leiam a história que lá vem bem escarrapachado.

Bom dia. Fumem se quiserem. Não fumem se não quiserem. A morte é certa por imensos motivos e também porque morrer é natural. Basta ter nascido. Dói, mas é a realidade.

Martim também nos traz o Benfica com uma investigação às costas, por causa de ...árbitros. Os meandros do futebol dos ricos é o que é. Milhões e milhões, tangas e mais tangas. Os talibãs e os chulos também assentaram por lá arraiais. Há muito tempo. Os regimes apoiam e gostam por ser uma grande alienação... Uma choldra. Investigam o Benfica? Investiguem todos os clubes, de fio a pavio. E já agora os políticos, os grandes empresários e aqueles que lhes estão nas ilhargas... Investiguem o país inteiro e verão que quem é mais cumpridor das legalidades é o povo, trabalhador, anónimo, chulado e mal pago. Pois.

(MM / PG)

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Martim Silva – Expresso

A polémica na CGD, os salários milionários... e a investigação ao Benfica

Bom dia,

Neste início de semana, as notícias continuam a girar muito em torno da Caixa Geral de Depósitos. Ele é a guerra de palavras entre Passos Coelho e António Domingues (nada normal entre o líder do maior partido da oposição e o do maior banco do país); ele são ossalários da administração da CGD; ele é a isenção ao regime do gestor público.

Primeiro ponto: Passos deu uma entrevista ao Público em queacusou Domingues de ter tido acesso a informação privilegiada ainda antes de entrar para o banco do Estado, a propósito do plano de recapitalização da instituição. Este respondeu, desmentindo uma por uma as alegações do líder do PSD.
Mas a resposta à resposta veio pronta, novamente por Passos. Veja o resumo da polémica aqui.

Não sei quem vai sair vencedor do braço de ferro, mas que o clima não é o melhor e nem sequer minimante saudável, não é seguramente.

António Domingues é, ainda, notícia ainda por ir acumular o salário de 400 mil euros anuais na Caixa com uma pensãopelos descontos efetuados durante os 27 anos em que esteve no BPI. A pensão será paga a partir de dezembro e resulta de 3,3 milhões de euros de contribuições de reforma acumulados. O texto surge na edição do Público de hoje e retoma a notícia que o Expresso tinha dado em junho sobre a matéria.

Segundo: Marques Mendes, o nosso óraculo de Carnaxide, revelou ontem que o novo regime que permitiu desbloquear os salários na administração da Caixa Geral de Depósitos teve como efeito colateral que os dirigentes do banco deixam de ser considerados gestores públicos e como tal já não têm que entregar declarações de património no Tribunal Constitucional nem de incompatibilidades na PGR. Mendes disse que a situação ou é um lapso ou é mesmo muito grave.

Terceiro, a questão dos salários: depois de na semana passada ter sido revelado que António Domingues ia ganhar qualquer coisa como 400 mil euros anuais, no sábado o Expresso revelou que o valor anunciado por Mário Centeno podia afinal chegar aos 600 mil euros, com os prémios por objetivos atingidos. 50% acima do anunciado, portanto.

E hoje o Público escreve que já durante o período da troika o então ministro das Finanças Vítor Gaspar tentou, sem sucesso, junto de Passos Coelho que a administração da Caixa não estivesse sujeita ao Estatuto do Gestor Público, que impede o pagamento de salários superiores aos 6500 euros mensais auferidos pelo primeiro-ministro (embora em boa verdade este impedimento possa ser contornado pela permissão de optar pela média dos três últimos vencimentos no privado).

Não é díficíl, ao ler o que aqui acabo de escrever, de prever que o tema Caixa vai continuar bem quente na agenda política e mediática dos próximos dias.

Uma agenda, já ela, bem agitada nestes tempos. Repare, por exemplo, na sucessão de entrevistas políticas importantes nos últimos dias. Passos Coelho, Ferro RodriguesAssunção CristasJerónimo de SousaManuel Caldeira Cabral. Estou a citar de cor e pode ter-me falhado algum mas isto mostra bem como protagonistas da situação e da oposição se marcam mutuamente e tentam condicionar a agenda nesta altura.

OUTRAS NOTÍCIAS

Cá dentro,

Também as pensões e a matéria relacionada com segurança social têm dado que falar nos últimos dias. Depois de no sábado o Expresso ter falado no entendimento entre Governo, PCP e BE para virem a rever regras quanto às pensões futuras, nomeadamente em matéria deintrodução da condição de recursos, os bloquistas já vieram sublinhar que o tema é muito delicado e que não querem mudanças. EVieira da Silva foi obrigado a uma vez mais vir a público dar explicações e prestar esclarecimentos.

Também Passos Coelho, muito ativo nesta altura, veio falar do tema para manifestar abertura quanto a alterações no sistema.

O Diário de Notícias de hoje afirma ainda que o património imobiliário do PCP pode vir a ser 'apanhado' no novo imposto imobiliário, o chamado 'imposto Mortágua', dado que a isenção de IMI de que beneficiam os partidos só se aplica em caso de imóveis usados para fins partidários.

Uma das grandes mudanças do ano nas empresas nacionais é o processo de sucessão no império Amorim. Com o pai, Américo, muito debilitado, as rédeas passam para Paula, a mais velha das filhas. Que este fim de semana falou pela primeira vez, ao Expresso, dizendo que o pai é um “líder inspirador”. Para ler aqui.

Apesar das melhorias dos mecanismos de controlo e fiscalização das contas partidárias e das campanhas eleitorais, ainda muito está por fazer. Este artigo mostra por exemplo quais são os principais truques e xico-espertices que os nossos partidos ainda usam nesta matéria.

Aqui se explica como as autoridades conseguiram com a ajuda dos espanhóis evitar que uma jovem portuguesa radicalizada pudesse ir integrar as fileiras do Daesh.

O tema dos refugiados é destaque na edição do DN de hoje, com a notícia de que o "Governo quer acolher 470 yazidis e pressiona Grécia". Trata-se de uma iniciativa da eurodeputada Ana Gomes e que visa permitir o asilo no nosso país de refugiados perseguidos pelo Daesh no Iraque e que se encontram em campos na Grécia.

Em Lisboa, uma greve faz com que entre hoje e quarta-feira não hajarecolha de lixo.

Um fogo de grandes proporções no centro de Guimarães gerou ontem alguma preocupação.

Aqui, o Pedro Andersson e as suas dicas de poupança ajudam a perceber um pouco melhor os direitos que tem no caso de querer rescindir um contrato de televisão, internet ou telefone.

Lá fora,

Em Espanha, e ao fim de um ano de impasse, parece ver-se o final da crise política. Este fim de semana a cúpula do PSOE (agora já sem Pedro Sanchez) decidiu-se pela abstenção na investidura de novo governo liderado pelo PP de Mariano Rajoy. Hoje e amanhã são dias de o rei Felipe VI ouvir novamente os partidos. E, em princípio, no final da semana Espanha já terá novamente um governo em pleno, aprovado pelo Parlamento.

Em França, as autoridades iniciam hoje o desmantelamento da chamada 'Selva de Calais', o campo de refugiados junto ao canal da Mancha onde estão mais de sete mil pessoas.

Tema a seguir de perto hoje é o fim do prazo para ser conseguido umacordo comercial entre União Europeia e Canadá. Nesta altura o acordo, apesar de ter o ok de 27 estados-membros europeus, está a ser bloqueado pela Bélgica, por causa da discordância do governo da Valónia).

Nos EUA, a campanha entra nas suas decisivas últimas duas semanas. Há muito para ler:
Aqui se explica o que poderia Nixon ensinar a Trump sobre derrotas;

Aqui se fala de como o eleitorado católico pode desta ver votar maioritariamente em Clinton, quando tradicionalmente se inclina mais para o candidato Republicano;

Depois de Jessica Drake, atriz porno, se ter tornado a 11ª mulher a acusar o candidato republicano de avanços sexuais inapropriados, Trump ameaça processar as mulheres que o estão a acusar;

E, perante isto tudo, e com as sondagens a darem-lhe uma vantagem de 12 pontos, Clinton parece mesmo ter nesta altura razões para sorrir;

Fora dos EUA (mas ainda com forte ligação ao tema campanha presidencial norte-americana), destaque para a atuação de Vladimir Putin e do regime russo, que está a provocar o mais tenso período nas relações entre EUA e Rússia desde o fim da Guerra Fria. Esta semana, The Economist traz o tema para capa da revista e aqui pode ler o texto de abertura para perceber um pouco melhor o que se está a passar.

Na Arábia Saudita, o ministro da Energia veio fazer uma declaração que pode ser muito, muito importante, ao dizer que está a chegar ao fim este ciclo de baixos preços no petróleo. Veremos se assim é…

Desporto (em nove pontos)

1. De vento em popa no comando da liga de futebol continua oBenfica, que na curta deslocação ao Restelo, ontem, ganhou por dois a zero e bateu recordes de número de vitórias fora seguidas. O Pedro Candeias explica na Tribuna do Expresso o que por lá se passou.

O Benfica faz ainda manchete do Jornal de Notícias de hoje, mas não é pelos golos de Mitroglou ou pelas defesas de Ederson. "PJ investiga os últimos três títulos do Benfica". A notícia diz respeito ao caso dos vouchers oferecidos a equipas de arbitragem nas épocas 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016.

2. Em Inglaterra os dias não estão fáceis para José Mourinho, que deu ontem nova vida à frase ‘não voltes ao local onde foste feliz’ (perdeu 4 a 0 no regresso a Stamford Bridge, pelo Manchester United).

3. Em Espanha, o Real Madrid está em alta e na frente do campeonato, mas as coisas não estão ainda assim muito luminosas para o nosso Cristiano Ronaldo.

4. Renato Sanches acaba de ser escolhido como o Golden Boy de 2016 (o jovem jogador mais promissor do ano).

5. Depois de aparecer de camisola verde e branca no relvado de Alvalade e ter anunciado a mudança do Benfica para o Sporting, Nélson Évora veio ontem falar-nos de amor e explicar numa mensagem deixada nas redes sociais os porquês de ter passado para o outro lado da Segunda Circular.

6. No automobilismo, fixe este nome: Inês Ponte. A senhora fez história este fim de semana ao sagrar-se campeã nacional de ralis. A primeira mulher a consegui-lo (se é daqueles que faz piadas com mulheres ao volante, o melhor é deixar-se disso).

7. No Portugal Masters de Golfe, a estrela foi o irlandês Padraig Harrington que levou para casa os 333 mil euros do vencedor da prova. Harrington tornou-se o décimo vencedor diferente em dez edições da prova. E o mais velho a consegui-lo, com 45 anos.

8. E no surf, a prova do circuito mundial que se está a disputar em Peniche pode ficar concluída nos próximos dias. A grande dúvida é saber se John John Florence se vai sagrar já campeão ou ter de adiar tudo para a última prova do ano, no Havai.

9.
De realçar ainda o trabalho de fôlego do Marco Vaza no Público, este fim de semana, sobre a ‘invasão’ chinesa do nosso futebol.

NÚMEROS

85
Há negócios de milhares, há negócios de milhões e depois há negócios como o deste fim de semana, em que nos EUA foi anunciada a compra da Time Warner pelo gigante AT & T, pela módica quantia de 85 mil milhões de dólares.

11
Maria de Lurdes é o nome de uma portuguesa que está na prisão a cumprir pena por injúrias. O seu caso tem dado muito que falar nas redes sociais. O Expresso pegou no assunto e descobriu que há 11 portugueses que estão atrás das grades por injúrias.

350
350 a 500 euros é quanto cobra por atuação o furor pimba nacional do momento, Maria Leal. A revelação é da própria, aqui

FRASES

“Se as empresas estão a investir é porque têm mais confiança”,Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios. E diz quem ouviu que o ministro conseguiu mesmo dizer isto sem se rir.

“Este orçamento é mau mas era pior não termos nenhum”,Assunção Cristas, líder do CDS, em entrevista ao DN, no culminar de um fim de semana de grande atividade que começou com a denúncia de que o Governo devia exigir desde já a saída de Portugal do procedimento por défice excessivo, depois do défice de 2015 já ter ficado abaixo dos 3%

"Soares foi o primeiro líder a ir a Praga apoiar a Revolução de Veludo", Michael Zantovsky, antigo colaborador e biógrafo de Vaclav Havel, no Diário de Notícias

O QUE ANDO A LER

Da imprensa deste fim de semana, destaque para o texto de fôlego da Teresa de Sousa no Público sobre o casal Clinton. “Hillary e Bill, Bill e Hillary: dois pelo preço de um?”

Ainda de maior fôlego, as páginas redescobertas mais de duas décadas depois de "Os Descobridores - de como o homem procurou conhecer-se a si mesmo e ao mundo". O primeiro dos três volumes da monumental história universal do historiador norte-americano Daniel J. Boorstin, antigo diretor da Biblioteca do Congresso dos EUA.

Intercalado com estas páginas ando também a ler desde o fim de semana a nova obra de Don Delillo que agora chegou às bancas,Zero K. Delillo, um dos nomes favoritos para o Nobel da Literatura este ano e que foi ultrapassado pelo compatriota músico Bob Dylan escreve sobre o prolongamento artificial da vida humana, os seus limites e dilemas éticos, e o eterno confronto do homem com a sua própria mortalidade.

Por hoje é tudo, desejo-lhe uma grande segunda-feira. Nós vamos continuar por aqui.

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